Deadmau5 é um sopro de sinceridade na sociedade do cancelamento
Na foto: Deadmau5 via rukes.com

Como a sociedade do cancelamento afeta a vida dos artistas negativamente

Deadmau5 é um sopro de sinceridade e é sobre ele o nosso objeto de estudo por aqui!

Para chegar a essa conclusão, você precisa vencer algumas etapas e alguns conceitos. Te ajudo na missão. O dono do capacete com cara de rato é alguém que não vai se encaixar nos padrões. Ele não fará textos bonitos ou postagens de carinho, mas, acredite: ele vai trabalhar muito pra te entregar a melhor versão que for possível daquilo que ele produz.

Deadmau5 peca por ser real demais, excessivamente ‘de verdade’, mas, convenhamos? Esse é um pecado, mesmo? Produzir um álbum de música eletrônica, relevar seus métodos e costumes, tudo ao vivo, é ruim? Ele não é alguém que lucra pelo mistério, muito pelo contrário, não disfarça, esconde, omite. É tudo nu, cru e cheio de talento.

Seu temperamento, por sinal, é humanamente inconstante. Ele fica chateado com as pessoas por vários motivos e expõe cada um deles. Ele se deprime, se afasta, se conecta e recomeça. Coisa de pessoa normal. Ele é nerd, tem um castelo, milhares de carros e milhões de dólares e? E fica em casa criando música, fazendo live e jogando. Ele é (a)normal até demais.

E quando falo sobre normal, acredite, é a verdade. Joel Zimmerman trabalhava em uma indústria de conservas de pêssegos. Insatisfeito, decidiu aprender sobre o desenvolvimento de conteúdo pra internet. Lá, foi aperfeiçoando seu trabalho com softwares e conceitos. No coração, carregava a música. Certo dia, uniu seus sonhos e decidiu fazer um som.

Com o padrinho Chris Lake e a track “Faxing Berlin”, ele explodiu. Encontrou a fama, o dinheiro, o sucesso e a glória. Ele poderia viver anos em ilhas paradisíacas e nas melhores paisagens do planeta, bastaria uma aparição e um disco novo que já resultava em outros milhões. Mas ele prefere estar em casa, ao vivo com fãs e produzindo em larga escala, em diversas frentes. Ele não para, ele ama o que faz.

Ele é um especialista em generalidades. Escreve música, mas escreve sequências binárias e programa softwares, ideias, conceitos. Ele faz música, mas faz seu próprio palco, cria suas próprias redes, fala de jogos, joga com os beats, tem carreira com máscara, tem vida sem ela. Ele não tem receio, não se prende. Por isso fascina tanto. E por isso, também, gera hate. Como alguém tão comum pode ser tão importante?

E ele é chato? Talvez para alguns! Irritante? Só pra quem é hater. Arruma encrenca com pessoas sem motivos tão grandes? A gente sabe que sim. E nós? Somos de uma mesma espécie, com as mesmas influências e com os mesmos deslizes. A diferença é que o nosso erro é visto por meia dúzia. O dele, por alguns milhões.

Você pode, sim, não ser fã desse cara, mas ele é um enorme exemplo de realidade no mundo fantástico da fama. E assim como Deadmau5, temos outros milhares de artistas que podem e devem se expressar da maneira que quiserem, sem ganharem o ódio gratuito na internet. Repense. Tenha empatia!