Entre todas as mais diversas áreas da música eletrônica e descrevê-las seria tarefa pra horas de redação, não é complicado apontar o Techno como um espaço muito particular. Adotado lealmente por uma legião de fãs, não é o tipo de som que angaria membros, mas aquele que cultiva os que tem, numa relação íntima, profunda e muito honesta. Num ambiente volátil, é destaque pela particularidade.
Outro fato, não questão, é que as mulheres tomaram o Techno como um espaço seguro para produzirem. Com uma naturalidade incomum, fazem das pistas o seu domínio, numa conexão extremamente justa, concreta e livre de conceitos e definições. Parece haver uma simbiose entre ambiente e perfil. Mas porque essa relação umbilical se constitui? Elas escolheram o Techno? O reconhecimento trouxe mais profissionais? Já há uma saturação ou formou-se um hábito? Convido você a pensar sobre.
Blancah, Eli Iwasa, Melanie Ribbe, Morgana, ANNA. Nomes que o Brasil exportou pros maiores palcos. Inclusive para palcos comerciais e reconhecidos e que abraçaram o Techno. Elas já figuram nesse espaço com imensa tranquilidade e reconhecimento. Ao menos pelo Brasil. E se o som tocado fosse o mesmo que as rádios executam nos FM daqui? Elas seriam capa de jornal? Ou seguiram “apenas” nicho?
Visão curta, essa que fala em nicho. Há um crescimento incontestável de uma legião de música na qual as mulheres têm uma influência definitiva. Não é mais um movimento, é uma realidade. Há formas de entender como o cenário se concebeu, mas é inequívoco o fato: elas são parte fundamental do Techno e a curva é ascendente.
Escolha sua explicação favorita, mas não negue. A vez é delas. Seja na vertente que quiserem. Apoie!