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4 fatores que você deve considerar ao lançar e distribuir música como gravadora independente


Gerenciar uma gravadora de música eletrônica é o que chamam por aí de um long term business. Traduzindo para um bom português: foco no longo prazo. Em termos de negócio, o grande lance de uma gravadora é o capital de ativos que você constrói ao longo do tempo, de maneira que um projeto vai alimentando outro e, conforme bem executado é o trabalho, você cria ali um verdadeiro patrimônio artístico. 

Mas claro que esse caminho não é simples e muitos selos morrem pelo meio da estrada por conduzir o trabalho de uma forma equivocada, cometendo erros básicos em algumas áreas essenciais do negócio, entre elas comunicação, promoção e distribuição.

Essa tríade pode ser apontada como as bases de sucesso de uma gravadora longeva e conversando com alguns donos de selos e distribuidores, chegamos a uma lista prática de 4 fatores que você deve considerar ao trabalhar como uma gravadora independente: 

Spoiler: fugimos dos pontos óbvios que você já leu por aí.

1 – Você compra pão na padaria e troca o pneu na borracharia, certo? 

Sim! Apesar do exemplo apontar extremos, o que a gente busca aqui é uma conscientização da importância de se trabalhar com especialistas. Do designer à distribuição, suas chances de obter ótimos resultados são ampliadas quando se trabalha com gente que entende do nosso meio.

Quer um exemplo prático? Na música eletrônica, existem algumas distribuidoras que nasceram trabalhando com Dance Music, criadas por DJs, especializadas em gravadoras do gênero… especialistas, de verdade. Um case de sucesso do nosso meio é a britânica LabelWorx. Fundada em 2017, ela trabalha com selos como Solid Grooves, Get Physical e Warung Recordings. Vale dar uma olhada no site deles.

2 – Não conte isso ao ChatGPT, mas…

Não confie nos robôs disponíveis por aí. A gente entende que o ‘quanto mais mastigado melhor’ é atraente para quem não entende 100% de todo processo, mas lembre-se também de um outro ditado: ‘o barato sai caro’. Ao escolher com quem distribuir, priorize marcas que possuem escritório no seu país de origem, suporte no seu idioma e termos claros de acesso sobre quem vai te ajudar caso você precise, pois eventualmente sim, você vai precisar. 

3 – Saiba como ganhar, saiba como pagar…  

Uma das grandes barreiras enfrentadas pelos gestores de selos iniciantes é a parte de gestão de royalties. Muito além disso, essa questão poderia ser resumida sobre os conhecimentos técnicos de saber como ganhar dinheiro com um selo, mas principalmente como pagar seus artistas por isso. Artistas independentes tem um potencial de ganho interessante com a receita de seus lançamentos, portanto não negligenciar isso é também uma atitude em prol de uma cena mais sustentável. 

4 – De volta ao topo… 

Lembra quando falamos sobre o foco no longo prazo lá no começo do texto. Este é um ponto que vale reforçar. Muitos players acabam desanimando do trabalho com suas gravadoras por conta da falta de resultado no começo. Entretanto, mesmo marcas amparadas por grandes projetos ou DJs famosos desde os seus primeiros lançamentos, precisam de um tempo de maturação para se tornarem projetos reconhecidos e principalmente rentáveis.

Existem formas de alavancar a parte financeira rapidamente, mas certamente esse caminho não está no trabalho com gravadoras. Portanto, ao considerar iniciar a sua, saiba que a jornada é longa, mas muito prazerosa também. 

Por Alan Medeiros