Brício Philip Carriel, aos 21 anos, lá de Manaus, carrega no coração suas forças para ir além e fazer carreira na música. Com um talento nato para produzir e discotecar, Carriel, como seu projeto é conhecido, subiu em um palco pela primeira vez sob o codinome de “DJ sem nome”. Um tempo depois, muita luta depois, ele volta como Carriel, o cara cuja trajetória você conhecerá, detalhes por detalhe, nessa entrevista especial!
Envolvido por uma cultura local que não é intimamente ligada à música eletrônica, Brício teve que superar esse contexto infértil para implementar seu talento. Uma pessoa foi determinante para que ele tivesse seu ponto de partida e nunca mais parasse. Nessa entrevista super intimista e sincera, ele contou sobre sonhos, desejos, dificuldade e inspirações. De alma e música, Carriel.
Como começou na cena eletrônica?
Carriel: Eu sou guitarrista, toco desde os 9 anos de idade e sempre estive envolvido com música, seja em bandas ou em outros projetos. O meu início na música eletrônica foi na cidade de Mossoró, em março de 2019. Um amigo meu, que é DJ, o Vagno Linhares a.k.a DJ Rocco, é um dos donos do “27 Saideira” e sabia que eu tocava, que eu já tinha experiência com palco, público, sabia que eu gostava muito de música eletrônica.
Eu sempre acompanhava os shows e, em alguns desses shows, ele me passava algumas dicas de mixagem, me mostrava o equipamento e ele logo viu que eu levava o jeito pra fazer as coisas. Ele me convidou para tocar no bar dele no dia de maior movimento, quarta-feira, mais conhecido como “o melhor quarto do mundo”. E mesmo sem experiência, eu toquei, pela primeira vez, já com casa cheia. Não tinha nenhum projeto, me anunciaram como “DJ Sem Nome”. Muitas pessoas viram isso, um DJ tocando House Music ao invés de bandas de forró e, incrivelmente, gostaram muito. A partir desse momento, apareceram os convites para tocar em festas de aniversário, pequenos eventos e algumas festas.
Quais estilos e artistas formam background musical?
Carriel: São muitos os artistas que me inspiram. Atualmente, minhas maiores inspirações são locais, artistas que têm feito coisas que acontecem na região. Posso destacar amigos como Gustavo FRK, TMF, uma galera de Howz, enfim, sou fã do trabalho deles, são uma grande inspiração para mim. DJs em grande ascensão também me inspiraram muito, o Zuffo é um deles. Além de ser da mesma região que eu, tem uma sonoridade absurda e certamente é um dos caras que mais ganhará espaço na cena pós-quarentena.
Entre os maiores, Eric Prydz, pela estrutura do show e construção do cenário, Gorgon City por não errar na mão, o Bhaskar pela qualidade na mistura no palco, Illusionize também pela construção do cenário, Vintage Culture pela versatilidade que ele tem no estúdio e enfim, todos os grandes nomes me inspiram de alguma forma e eu tento aprender um pouco com cada um deles e adaptar o que eles tem de melhor à minha realidade. Tento dar o melhor que eu posso com o que eu tenho.
Que outras produções, sets, festas, você destacou que foram fundamentais para o seu interesse em ingressar na indústria?
Carriel: Eu considero a primeira festa em boate que eu toquei como um momento crucial. Foi em Mossoró mesmo e até ali eu não tinha escolhido ser DJ, as coisas simplesmente estavam acontecendo. Na noite da festa, eu pude ver as pessoas esperando para ouvir o meu som, esperando para me ver tocar, e depois do show vi a quantidade absurda de menções nos stories do Instagram, novos seguidores e etc. Depois dessa noite, eu resolvi me profissionalizar de verdade. Adotei o Carriel como nome do projeto e entendi que se tudo estava acontecendo mesmo sem eu ter pretensão, eu devia trabalhar com isso de fato.
Comente sobre a sua última apresentação ao vivo e sobre as faixas que tocou nela. Tem alguma em especial que deseja destacar?
Carriel: A live do dia 12/07 foi certamente um dos momentos mais incríveis da minha carreira. Foi a realização de um grande sonho. Tocar na TV, com uma estrutura digna de festival, em um momento de pandemia, foi uma honra. Só o Alok tinha feito isso. Foram cerca de dois meses de trabalho para preparar tudo. A CYM foi a responsável pela montagem da estrutura, a empresa é a mesma que monta a estrutura da Lamp On (festa que estreou em Mossoró com Vintage Culture, Bruno Be e Meca). Então não tinha como ser pequeno. Fizemos uma mega estrutura dentro de um estúdio de TV. Tivemos dois fotógrafos, um filmmaker, três operadores de câmera, técnico de som, técnico de luz, enfim, tanta gente envolvida, que eu não sei ao certo o número de pessoas.
Todas as vezes que eu sentei em casa pra construir o set da live, eu chorei. Meus amigos sabem disso. Eu tive um delay de 3 dias pra entender que nós tínhamos conseguido entregar tudo aquilo. O momento ápice da live pra mim é a abertura de “Mother Nature”. Essa música é muito especial pra mim. É o meu primeiro trabalho como produtor e eu não sei se vou conseguir superar essa track um dia. Ela foi feita em parceria com o RAiK, o holandês mais brasileiro que eu conheço. RAiK é produtor, já trabalhou com Major Lazer, tem tracks na Spinnin’ Records e enfim, é dono de uma voz sensacional. Nos conhecemos em um bar em Natal, trocamos contatos e eu mandei a track pra ele. Ele gostou do som. A track até então não tinha vocal, somente a melodia e eu pedi pra ele escrever alguma coisa. Foi justamente quando o Brasil virou manchete no mundo todo por causa das queimadas na Amazônia, foi a inspiração de RAiK para compor a letra, afinal, eu sou do Amazonas, tudo fez muito sentido.
Conta mais sobre essa faixa ainda não lançada. Vai sair por qual label? O que pretende despertar no público com ela?
Carriel: A “Co2” surgiu uma semana antes da quarentena. Eu tava viciado no vocal da “Purple Hat”, do Sofi Tukker, e resolvi pegar a primeira parte do vocal para testar algumas coisas que eu tava estudando, tentar construir algo novo em cima disso e saiu a “Co2”. Eu não sei se esse vai ser o nome, mas algumas pessoas já reconhecem. A track é uma mistura de Bass House/Desande e tem um break melódico. Eu não sei definir bem o estilo, mas a aceitação do público está animal e é isso que importa.
Eu quero que as pessoas ouçam em casa, imaginando esse som nas festas. O drop é muito marcante e é muito difícil ficar parado e/ou não fazer uma careta. Apesar de nunca ter sido tocada em uma festa, ela traz essa nostalgia do ambiente de festa. Eu tenho certeza que vai funcionar muito bem nos festivais e que vai ser um momento marcante no show. Estou ansioso para ver. O lançamento ainda não tem data marcada, mas estamos fechando com uma label inédita, não posso dar mais detalhes sobre isso pois será o lançamento da label e do meu som, tudo junto.
Quais são as novidades que o público pode esperar de você?
Carriel: A próxima novidade é justamente o lançamento da “Co2”. Estamos apostando alto nela, vai ser uma track de grande alcance. Mas tem muito som para ser lançado até o final do ano. Collab com o Gustavo FRK, collab com o RAiK, remix oficial pro TMF, original mix e enfim, tem muita coisa pra ser lançada até o final do ano. Reforçamos a equipe, que antes era só eu, pra poder organizar tudo direitinho e fazer os lançamentos da melhor forma. Versatilidade é o nome que define esse momento. Vamos explorar de tudo um pouco: Brazilian Bass, Progressive House, Tech House, Desande, Melodic, Deep House, tudo!
E aí, curtiu conhecer mais sobre esse talento que promete muitas vibez por aí? Então fique de olho nele!
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