VibezIndica ENKODE entrevista eletro vibez
Na foto: ENKODE via divulgação

#VibezIndica: ENKODE

Samuel Marques, a.k.a. Enkode, é mineiro de Varginha e, em 2018, deu início ao seu projeto na cena eletrônica. Leia a matéria e conheça mais sobre a história toda neste #VibezIndica!

O que te influenciou a entrar no universo da música eletrônica?

Enkode: Essa resposta é um pouco inusitada! Na época em que comecei a entrar nesse mundo, eu tinha uns 17 anos e era o aluno regente da banda marcial do colégio em que estudei e fazia os arranjos no meu computador. Com isso, comecei a escrever partituras de músicas minhas, mas queria uma forma de que elas soassem melhor. Pesquisando na internet, descobri o Cubase e, assim, o Studio Blog do Infected Mushroom. Me amarrei no som dos caras e, daí, fui cada vez mais fundo nesse universo!

Você fez algum curso para aprender a produzir ou foi na base da força de vontade, com tutoriais de youtube e dicas de amigos?

Enkode: No começo, fui muito na raça mesmo, pesquisando, explorando os DAWs e synths. Depois de um tempo, fiz o Make Music Now, do Senne e também fiz algumas aulas com o John do Clubbers, que eu considero meu mentor, assim. 

Acho que aprender na raça faz parte, mas essa figura que o John teve no meu processo de aprendizagem foi algo crucial para meu desenvolvimento como produtor e, pro produtor iniciante que está lendo aqui, vale muito a pena guardar um dinheiro e investir em aulas particulares com produtores mais experientes!

Como e quando surgiu?

Enkode: O Enkode em si surgiu em 2018, justamente em uma collab com o Clubbers. De um dia pro outro, o John me convidou pra fazer uma track que seria o tema do Winter Festival do Green Valley e eu, na hora, topei! Tudo aconteceu muito rápido e, em julho, “By My Side” estava lançada e nascia o Enkode. 

Referências musicais e artistas que te inspiram?

Enkode: Eu acho que minhas principais referências seriam Nora En Pure, Lane 8 e Yotto. Esse estilo melódico, muito presente em diversos lançamentos em labels como a Anjunadeep e a Enormous Tunes, é algo que influencia demais nas minhas produções. Há também artistas com sonoridades bem diferentes da minha, mas que inspiram demais nas minhas produções, por exemplo Four Tet e J.Viewz.

Como você definiria o som que você produz? Pode citar subvertentes ou elementos que encontramos nas suas músicas!

Enkode: Eu acho que o nome do meu primeiro álbum descreve bem o som: verdadeiro, incomum e algumas coisas mais haha! Verdadeiro por trazer, pra forma da música, quem eu sou, por meio das melodias e do sentimento inserido nas músicas. Incomum, tanto por trazer um pouco da alma do Samuel pra música, mas também pelos elementos usados, os timbres orgânicos dos plucks, do bass, etc, que compõem a característica sonora do Enkode. E “algumas coisas mais”, porque tem tanta coisa de mim nesse som que, se a gente for descrever tudo aqui, vai ficar longo demais hahahah!

Como funciona seu processo criativo?

Enkode: Cada música é uma história diferente, mas de forma geral, eu me embalo em alguma inspiração. Eu busco despertar algum sentimento, que será o “sabor” da track a ser produzida e esse sentimento pode surgir de diversas maneiras, seja lembrando de uma experiência, ou ouvindo alguma música que o desperte, ou mesmo algo que eu já esteja sentindo na hora. Daí, abro um synth, vou pro teclado e deixo a ideia vir à tona. A partir desse ponto, as coisas vão fluindo como uma reação em cadeia, em que a ideia base da música fica pronta muito rápido. “Ideias boas fluem rápido”, isso é algo que eu sigo muito em minhas composições.

Qual o seu setup de produção?

Enkode: Eu gosto de um setup enxuto, mas de fácil acesso aos controles, então uso um Mac Mini rodando Ableton Live, um Roland A800 Pro como teclado e o Ableton Push como controlador principal (e preferido também hahaha).

Durante seu set, é possível ouvir quais tipos de músicas?

Enkode: Não dá pra definir exatamente com um rótulo de gênero, mas, num set do Enkode, se escuta tracks bem melódicas, sentimentais, algumas vezes progressivas e, em todas, dançantes. Eu alterno entre momentos de melodia+emoção e explosão, que acho que valoriza bem os dois tipos de música, o contraste funciona muito bem.

Cite algo que você ama/admira na música eletrônica ou algo que ela mudou na sua vida:

Enkode: A música eletrônica, principalmente, mudou a própria maneira como eu via a música eletrônica. Eu, que vim da música tradicional, olhava pra e-music com um certo preconceito, até que a conheci melhor. Creio que não há nenhum outro tipo de música que abra tantas possibilidades artísticas quanto a música eletrônica e isso me fez, ao longo dos anos, e me torna mais e mais apaixonado por esse universo.

Indique suas duas produções próprias favoritas:

Enkode: Essa talvez é a pergunta mais difícil aqui! Vou pegar uma mais antiga e uma recente pra ser mais justo. A “High” foi minha primeira track sozinho e é a faixa onde eu descobri qual é o som do Enkode e, pelo resultado mais que surpreendente dela, não só eu, mas uma galera descobriu hahaha! 

E das recentes, vou escolher a “Feel This Way”, que chegou a ocupar a capa da Dance Paradise nas últimas semanas. As duas, pra mim, são muito parecidas e carregam a verdade do Enkode: são tracks muito melódicas e emotivas, que mexem com quem está ouvindo e transmitem esses sentimentos – isso é o que eu busco alcançar, em todas as minhas músicas.

Quais são outros 3 artistas brasileiros que se assemelham ao seu estilo de produção e a galera precisa ficar de olho?

Enkode: Acho que posso dizer que meu som se assemelha um pouco ao do Deadline e do Antdot, no que diz respeito à “carga melódica” do som. Outro artista que vem crescendo muito, que carrega muito na melodia nos sons e que vale a pena ficar de olho é o Salim Sahao, produz demais!

Tem alguma novidade extra ou algo que o público deva saber de você?

Enkode: Se é pra falar de novidade e sobre mim, então vamos lá: acabei de lançar meu primeiro álbum, pela Sony Music Brasil, que chegou pra mostrar quem é o Enkode. O nome dele diz tudo: Truly, Unusual and more. Eu explorei bastante a construção do som do Enkode nesse processo todo e, bom, vocês podem conferir tudo isso agora mesmo!

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