Um grupo de médicos especializados em tratamentos paliativos, pacientes e uma clínica oncológica (para tratamento de câncer) decidiram processar o Drug Enforcement Administration (DEA), o órgão que combate o tráfico de drogas nos EUA, pelo direito de poder usar e ministrar Psilocibina, o princípio ativo dos chamados “cogumelos mágicos”, em pacientes terminais.
Para defender seu ponto de vista, eles argumentam que negar o acesso de drogas promissoras a pessoas seriamente doentes, com pouco tempo de vida, acaba causando um mal irreparável. Outro ponto do grupo de cientistas é que o órgão nega aos estados o seu direito constitucional de regular as práticas da medicina em seu território. O DEA é uma instituição federal.
Diversos estudos realizados nos últimos anos vêm mostrando que a psilocibina pode ajudar a aplacar sintomas extremamente comuns entre pessoas que estão morrendo, como a ansiedade e o medo. Além disso, podem trazer uma sensação de paz e significado para suas vidas.
Os profissionais e as instituições que elaboraram o processo contra o DEA argumentam justamente que é de conhecimento médico que a ansiedade e a depressão em pacientes terminais podem colaborar para uma expectativa de vida menor. Eles também ressaltam que a psilocibina teria o potencial de aumentar a qualidade de vida dessas pessoas, além de dar condições para que possam escolher conscientemente a forma como querem conduzir o final de suas vidas. No fim, trata-se de um argumento humanitário.
A expectativa é que a substância possa vir a se tornar mais um recurso valioso para médicos, cuidadores e aquelas pessoas que estão enfrentando a mais difícil fase de suas vidas.