Matteo Milleri elevou o conceito de performance musical a um novo patamar ao conquistar a primeira residência de um artista de música eletrônica no icônico Sphere, de Las Vegas.
Após anos de desenvolvimento criativo, o músico italiano-americano transformou seu projeto Anyma em uma experiência multissensorial que vai muito além do que estamos acostumados a presenciar.
Com oito shows que venderam mais de 130.000 ingressos, Milleri apresentou uma “ópera cibernética” revolucionária, explorando a complexa relação entre humanos e inteligência artificial. O espetáculo, totalmente auto-financiado e desenvolvido com uma equipe de quase 100 profissionais criativos, utiliza tecnologias de ponta como telas de 16K, braços robóticos e uma narrativa inovadora que questiona os limites entre realidade e tecnologia.
A performance, dividida em quatro atos – Genesys, Humana, Fim de Genesys e Quantum – mergulha o público em uma narrativa sobre uma IA tentando “sair da caixa”. No centro do palco, Milleri torna-se o maestro de uma paisagem tecnológica.
Além disso, o show recebeu artistas convidados como FKA Twigs, Empire of the Sun, Ellie Goulding e Grimes, tornando cada apresentação uma experiência única.
Aos 36 anos, Milleri provou que sua arte não é apenas música, mas uma experiência imersiva que desafia os mais criativos. Após anos de trabalho árduo e desenvolvimento do projeto Anyma, ele conseguiu o que poucos imaginavam: transformar um show eletrônico em uma obra de arte multissensorial capaz de conquistar o palco mais tecnologicamente avançado do mundo.
Eu queria que o show fosse o mais imersivo possível em todos os lugares, e esse já é o sucesso dele fora da Sphere”, diz Milleri. “Nós batemos muitos recordes, como a maior tela do Chile”.
Na entrevista, Matteo também aproveitou o momento para falar sobre como tudo aconteceu:
As pessoas não conhecem a minha história. Acho que isso acontece com muitos grandes artistas, como se eles tivessem surgido do nada… Mas, na verdade, não é assim. São quatro ou cinco anos de esforço contínuo, e para mim, 15 anos. Eu não tropecei nisso. Tudo foi focado em um momento crucial, que eu acho que, para mim, é agora. Às vezes, vai além do que você espera.”
Outro assunto abordado na entrevista foi sobre o “Genesys II”, seu álbum de Melodic Techno que veio de forma mais sólida, com um toque pop, graças à proximidade de trabalho com artistas como RÜFÜS DU SOL e Grimes.
“Eu não tinha gravadora, era independente até o ano passado”, diz Milleri. A Afterlife, gravadora que ele lançou em 2016 com Carmine Conte (MRAK), sua dupla no Tale of Us, fez uma parceria com a Interscope em junho de 2023, e ele só assinou um contrato de publicação há três meses.
Todas essas coisas eu tive que aprender e acompanhar, e agora apenas comecei a arranhar a superfície disso. Agora consigo participar de sessões com artistas de alto nível, coordenar e expressar minhas ideias, mas não é fácil, especialmente vindo do Techno. É o oposto do que eu aprendi.”
Ao longo dos últimos anos ficou nítido o espaço que Anyma conquistou na cena da música eletrônica, e a sua sua residência sold out no Sphere só reforçou este fato, onde a experiência imersiva ganhou destaque nas redes sociais durante em meio a tantas festas de fim de ano.
Vale ressaltar que o projeto apresentado na Sphere simboliza o final de “Genesys”, encerrando anos de criatividade e inovação do artista. Matteo planeja concluir esta fase com um terceiro álbum, enquanto já vislumbra o futuro do projeto, explorando conceitos de computação e universos quânticos, introduzidos a ele por Grimes, sua namorada.
