Foi pelas redes sociais que os Allan Fonseca e Holt 88 se conectaram. Um diálogo despretensioso no Instagram plantou a semente de uma amizade que, meses depois, daria frutos no estúdio com a criação da faixa “Chicago”.

Tudo começou com Allan enviando algumas ideias para Holt. A resposta foi positiva. O que seria apenas uma troca de arquivos se transformou em uma conversa constante, não apenas sobre música, mas também sobre a vida.

Essa conexão orgânica, construída com o tempo, criou a base para uma colaboração sincera, como se os dois estivessem numa mesma frequência criativa, ainda que separados fisicamente.

“Chicago” nasceu nesse território fértil de trocas. Holt chegou com um vocal marcante e texturas que remetem à sonoridade suja e hipnótica do Desande. Allan, por sua vez, trouxe um groove pesado e cadenciado, moldando a bateria e adicionando um baixo robusto, característico do minimal deep tech. A construção da faixa não foi apenas técnica, foi quase como uma jam à distância, onde um respondia à ideia do outro com entusiasmo e criatividade.

Quando ele abriu a pasta de projetos, parecia um universo paralelo. Escolhi umas cinco ideias e fui explorando. ‘Chicago’ veio daí. É uma faixa que traz muitos elementos do Holt e ao mesmo tempo conversa muito com o meu som. A gente se reconheceu nela”, conta Allan.

Mais do que uma collab, “Chicago” é um símbolo de como a música pode dissolver fronteiras geográficas e criativas. A faixa não se encaixa apenas nos sets de ambos, ela se tornou um elo que reafirma o poder da colaboração. Eles já dividiram o palco, inclusive em uma apresentação no Rio de Janeiro, onde tocaram juntos a música pela primeira vez. A resposta do público foi a confirmação do que já sabiam: tinham criado algo verdadeiro.

Para Allan, o lançamento tem ainda outro peso emocional. “Chicago” marca sua estreia na gravadora HUB Records, uma label que ele sempre admirou de longe e pela qual batalhou para fazer parte. 

Eu sempre me identifiquei com o jeito que eles trabalham. Estrear por lá é como riscar um nome importante da minha lista de sonhos. É especial demais”, compartilha.

Em tempos onde colaborações por vezes soam estratégicas e fabricadas, a história de Allan Fonseca e Holt 88 mostra que ainda existe espaço para conexões reais. “Chicago” não é apenas uma faixa, é um encontro entre dois artistas que acreditaram na força do som como linguagem universal. E, como Allan resume, “não existem barreiras quando você quer fazer um som”.