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Mauricio Cury e Karina Ventura reinventam “Sá Marina” com um toque de Afro House, revisitando um clássico da MPB

Há canções que atravessam gerações com a mesma força de quando foram lançadas. “Sá Marina”, composta por Antônio Adolfo e Tibério Gaspar e eternizada nas vozes de artistas como Wilson Simonal, é uma dessas músicas que, mesmo décadas depois, ainda pulsa no imaginário coletivo brasileiro.

Agora, essa obra emblemática ganha nova vida pelas mãos do DJ e produtor Mauricio Cury e da cantora Karina Ventura, que apresentam uma releitura ousada, vibrante e profundamente conectada com as sonoridades contemporâneas da música eletrônica.

A nova versão de “Sá Marina” não busca substituir ou apagar a original. Ao contrário, ela reverencia suas raízes enquanto projeta seus galhos para outras direções. Através da lente do Afro House, gênero que carrega influências africanas marcadas por percussões orgânicas e grooves hipnóticos, a canção se transforma em um novo território sensorial. O que antes era suave e contemplativo, agora se veste de ritmo e movimento, ganhando pistas de dança como palco sem perder a alma que a fez nascer.

Essa metamorfose musical tem um propósito claro: aproximar gerações, contextos e culturas. “Nossa ideia foi trazer uma nova energia para ‘Sá Marina’, mantendo o respeito à composição original, mas incorporando elementos que fazem parte da música que está movimentando o mundo hoje”, explica Mauricio Cury. Sua fala não é apenas técnica, mas também afetiva. Em tempos de reinvenções constantes, dar nova roupagem a um clássico é um gesto de carinho, de escuta e de imaginação artística.

Karina Ventura é a voz que conduz essa travessia entre passado e presente. Seu canto, ao mesmo tempo delicado e poderoso, não apenas interpreta, mas reinterpreta. Os vocais mantêm a aura nostálgica da canção, mas se abrem para novas camadas de emoção, como se Sá Marina agora caminhasse por outros cenários, mais urbanos, multiculturais e digitais, mas ainda carregados de memória e sentimento.

A produção musical da faixa equilibra com sofisticação os elementos eletrônicos e acústicos. As percussões afrodescendentes dão o tom, criando uma base rítmica que convida ao transe, ao corpo, ao coletivo. Por cima, sintetizadores atmosféricos e linhas de baixo pulsantes desenham um universo sonoro que é ao mesmo tempo familiar e inédito.

Essa releitura também tem um caráter simbólico. Ao unir a tradição da música popular brasileira com o Afro House, gênero que nasceu do encontro entre cultura africana e beats eletrônicos europeus, os artistas reforçam o potencial da música como ferramenta de reconexão. É como se Sá Marina, personagem mítica da canção, voltasse a dançar entre nós – não mais apenas sob o sol do Rio de Janeiro dos anos 60, mas agora sob luzes de LED em festivais pelo mundo.

A nova versão de “Sá Marina” já está disponível nas principais plataformas digitais. Mais do que um lançamento, ela representa um convite: a redescobrir uma canção consagrada por um novo prisma. A dança, aqui, se torna um elo entre o ontem e o agora. E a música, como sempre, prova que pode ser tanto lembrança quanto reinvenção.