Harmony conta mais sobre produtoras brasileiras e sets lançados pela label
Imagem editada via Eletro Vibez

A mulher e toda sua qualidade dentro da cena: Harmony conta mais sobre produtoras brasileiras e sets lançados pela label

Não é de hoje que observamos inúmeras atitudes de desrespeito à mulher seja qual for o assunto, e no meio da música acaba não sendo diferente: elas ainda sofrem com muitas situações constrangedoras e desagradáveis.

Sabemos que hoje a música é um mercado como qualquer outro. Há um extenso leque de profissionais, e muitas mulheres se incluem nisso. 

O empoderamento feminino é algo muito crescente nos últimos anos. Muitas mulheres hoje são reconhecidas, e com razão, graças a esse movimento que luta muito pela representatividade da mulher. 

Por isso, a label de festas Harmony resolveu realizar uma semana dedicada ao #Empowerment, com sets de produtoras do Brasil afora, a fim de transmitir uma mensagem boa ao público de uma maneira leve e verdadeira, e, é claro, com muita música boa.

Com a enorme ajuda de todas que compraram nosso projeto, que nos apoiaram e mergulharam de cabeça, o conteúdo foi riquíssimo ao longo dos dias, e não poderiam faltar algumas perguntas superinteressantes com cada uma das participantes. Confira abaixo e conheça mais sobre elas!

O que mais te influenciou a trabalhar com a música eletrônica, e o que mais te motiva a continuar? 

Eilo: A sensação que a música me traz com certeza me influenciou muito. Meu amor pela música eletrônica começou cedo, da pista, o que eu não sabia era que isso era visível para as outras pessoas também. Várias vezes alguém chegava em mim e me perguntavam se eu era DJ porque achavam minha vibe diferente. Um dia eu estava na Pink Elephant de Brasília e os meninos do Radiømatik, me analisando ali da pista, me perguntaram: ‘por que você não toca?’ Fiquei com aquilo na cabeça por uns dias e resolvi fazer o curso de DJ na época, eu e uma amiga que hoje também é DJ.

Formada, tive minha primeira gig em uma casa que eu amo, Hype de Goiânia. Percebi que ali era meu lugar, que era isso que queria levar às pessoas: o clímax da dança, da alegria e do prazer sonoro. Dançar é uma honraria ao corpo, mas tocar é um privilégio, uma arte.

Festas estão fazendo falta para todo mundo, e, sem elas, acabamos fazendo algumas coisas que certamente não faríamos se estivesse tudo normalizado. Em meio a essa pandemia, o que fez de novo e o que mais sente falta? 

Ellie Santos: O que eu fiz de novo foi começar um curso de teclado, que sempre foi uma das coisas que eu queria aprender, porém com toda a correria não tinha tanto tempo disponível pra me dedicar a isso. Comecei também aulas de produção. O que mais sinto falta com certeza são as festas, estar no palco, o frio na barriga de ver uma pista cheia, a energia e a troca com a música e as pessoas.’

Você é bem nova, mas já conhece muito do assunto. Sabemos que quase todo mundo se espelha em alguém, alguém que influencie musicalmente falando. Quem é esse alguém para você e por quê? 

Kess: Claro que são inúmeros os artistas que já me inspiraram desde o início de tudo, dos nacionais até os grandes gringos renomados, porém hoje minha inspiração tem nome e não é ninguém menos que Eddy M, é samba o ano inteiro e o cara tem muita identidade e swing de sobra!

Além de DJ, você também é VJ e já trabalhou em clubs notáveis, mas agora vemos que você está com um foco maior em produções musicais. Conta pra gente: como você se inseriu dentro da cena e como está sendo esse seu novo momento profissional? 

Gab1: Quando eu ainda morava em Guarapuava, interior do Paraná, tive meu primeiro contato quando rolou uma festa com Any Mello B2B Victor Ruiz, e aquilo foi demais! Foi o meu ponto de partida, de quando eu decidi saber mais sobre como era. Comecei a estudar e comecei a atuar como VJ, daí fiz boas gigs atuando na parte visual.

Em um certo tempo, comecei a produzir, queria que minhas músicas também refletissem o meu trabalho, foi quando resolvi fazer minhas malas e ir pra Curitiba. Morando aqui na capital, me especializei como DJ e tudo foi um boom, comecei a tocar em uns lugares bacanas, lançava minhas músicas, foi tudo muito maravilhoso. E agora, por conta da pandemia, estou focando muito em minhas produções e pretendo mostrar muito mais futuramente sobre minha identidade e meu amor pela House Music.

Sabemos que você toca e agora também dirige uma web rádio. Como foi a ideia disso tudo?

Analu: Tocar foi meio que por acaso… Eu tinha em casa uma controladora antiga que era de um amigo. Ela sempre esteve ali, por muito tempo (alguns anos)! Até que um dia eu resolvi ligar. Fiz funcionar no novo Windows com Virtual DJ, daí parti para descobrir o que faziam os botões. E assim me apaixonei pela arte que é ser DJ. Só depois de uns 7 meses, já com meu primeiro set gravado e disponibilizado no Soundcloud, é que fui realmente estudar. Desde então, não parei mais.

Hoje, além de mixagem, estudo produção musical. A ideia da rádio surgiu porque, no meio dessa pandemia, acabaram-se as apresentações, festivais, baladas e etc. Então pensei em criar um canal onde os DJs pudessem disponibilizar seus sets para pessoas que realmente gostam de música eletrônica independentemente da vertente, pois temos programas destinados a várias delas. Eu trabalho com tecnologia, então ficou fácil aprender a mexer e criar outras funcionalidades que ainda estão por vir.

Nos conte qual foi a sensação mais incrível que teve ao tocar, e o que espera que possa mudar positivamente nos próximos anos dentro da música? 

Juliana Hauz: Posso citar duas sensações incrivelmente especiais na minha carreira. A primeira vez que toquei fora do Brasil, na África do Sul, no UnCut Club, e a primeira vez que toquei no club Privilège, que inclusive foi ao amanhecer. Sensações únicas que jamais serão esquecidas.  

Espero que, nos próximos anos (pra ontem), a cena feminina seja mais valorizada e vista. Não somente por sermos mulheres, e sim porque fazemos um bom trabalho! Precisamos do mesmo espaço no mercado.

Seu som é bem puxado pra um som mais underground, vemos que você gosta de explorar bastante essa linha sonora, mas sempre foi assim? Nos fale também da sua maior vontade para quando as festas voltarem. 

Minnie: Não, nem sempre foi assim… No começo eu tocava Brazilian Bass e Bass House, som que estava bombando na época. Mas mesmo tocando durante um tempo, eu comecei a perceber que não era o som que eu amava, aquele que faz nosso coração vibrar, sabe? Expandi meu conhecimento dentro da música e da produção musical. E dentro de várias vertentes, eu conheci o Tech House e fui fazendo a transição e me refinando até chegar ao som que toco hoje e que me vibra, que é um som mais gringo, mais “reto”!

Minha maior vontade quando tudo voltar acho que é a mesma de todos hahaha… Que a cena volte ainda mais forte e mais bonita, mais respeitada, que as pessoas se respeitem mais e que nós, artistas, sejamos mais valorizados, e que a cena UNDERGROUND prevaleça cada vez mais.

Quando começou essa sua vocação para a música e como foi poder explorar os lugares por onde tocou? Qual a real sensação?

Lorena Diniz: Desde pequena, por conta dos meus pais, sempre ouvi música e sempre me inteirei, então essa conectividade com a arte foi algo presente na minha vida desde criança, fazia aula de ballet e piano. Na minha adolescência, sempre levava minhas músicas em um case de CDs nas festas em que eu ia para que os DJs pudessem tocar hahaha…

Em relação às sensações, cada show tem um frio na barriga, mas cada lugar é uma sensação nova e maravilhosa, algo totalmente gratificante! Me sinto muito feliz e realizada a cada festa em que eu toco e por fazer o que eu amo.

Você já tem uma boa bagagem dentro da cena e também produz. Conta para a gente: de onde partem suas inspirações para produzir e como?

Monise Borges: Com 11 anos de carreira como DJ, e hoje musicista, a minha maior paixão é a música. Posso dizer que minha maior inspiração é a possibilidade, cada vez mais infinita, que a música nos leva, transmitindo, através dela, sentimentos de alegria, felicidade, lembranças. 

Música e o estudo sobre ela são minha fonte de sonhos e realizações. Sem dúvida alguma, ao longo de todos esses anos, fui mais feliz porque estive em contato com essa energia e sinergia maravilhosa que apenas as notas musicais nos trazem.

Um ponto bem legal deste projeto lindo realizado pela Harmony é poder observar a entrega de cada mulher por algo bom, e observar que uma mulher empodera a outra. A união de cada uma faz a diferença.

E aí, curtiu conhecer mais sobre todas essas mulheres da cena eletrônica? Então vem que todos os sets estão disponíveis no YouTube, no Canal da Harmony Label

Bruno Yudi, Harmony Label

Revisão por Hector Lopez