O Laroc era o santuário e o carnaval, a prece. O Ame Laroc Festival me fez entender porque o paraíso tem palco, muita música e a energia que extrapola as paredes acústicas mais bem reforçadas do mundo. E assim foi o nosso último encontro.
Foi impactante, de sobremaneira. De uma organização britânica e não que isso tenha sido decisivo. Eram sorrisos pra todos os lados, vertia sentimento bom. De quem oferecia a bebida até quem subia ao palco para divertir quem consumia. O sentido de comunhão se fazia observar. O preconceito com o rolê de ‘elite’ se desconstruiu em quinze minutos.
A democracia visual era proeminente desde a portaria. De quem dava as boas vindas ao visitante enquanto dançava timidamente até aqueles que faziam o rosto sisudo da profissão, mas que deixavam um tapinha nas costas para compartilhar o carinho. Calor humano. Respeito. Acolhimento. Distanciamento? Só de pensamento ruim. Saudade de tu, viu?
Saudade de aglomerar nossas alegrias, de amontoar nossos cantos, de cumprimentar nossas saudades, de compartilhar nossos momentos. Saudade de tumultuar a escada e deixar os garçons bravos, saudades do front abarrotado. De ser feliz? Sim! Aí no seu quintal. Nossa casa, nosso refúgio, nosso final de semana preferido.
Você faz. A gente sabia onde rever nossos amigos, em qual cantinho era melhor pra olhar, em qual dava pra dançar mais, o bar que tinha a cerveja mais gelada. A gente conhece cada centímetro desse chão, dessas árvores e desse mundo. O aperto é grande, mas o retorno será gigante. Será pra sempre. Será melhor do que qualquer outro dia. O primeiro do resto das nossas vidas.
Nos vemos em breve, Laroc. O mais breve possível.