Típico do movimento Disco e Rockabilly, o termo slap diz respeito a um modo de tocar guitarra, baixo e contrabaixo, de forma a ‘bater’ as cordas contra o instrumento, proporcionando uma sonoridade mais parecida com uma percussão. Anos mais tarde, o termo seria resgatado para explicar ao mundo o que o brasileiro conhece já há alguns anos.
Exportado, o Brazilian Bass, uma subvertente do House tipicamente brasileira de música eletrônica, agora é mundialmente conhecido como Slap House.
Uma volta no tempo pode ajudar a entender como surgiu e de onde veio o conceito de “Brazilian Bass”. Reconhecidamente, o grave sempre foi um ases da música eletrônica executada por aqui.
Dos tempos em que o Drum and Bass e o Trap frequentavam nossas pistas até o surgimento de Alok, o precursor dessa subvertente, no meio da década passada, e a adequação técnica para a sonoridade menos “quebrada”, uma característica dessa linha de trabalho.
Importante lembrar também da primeira edição do Tomorrowland Brasil e seu palco chamado “Alok presents Brazilian Bass”, aquela que foi, talvez, a oficialização do BR Bass como um estilo próprio e cheio de representantes.
Desde então, esse estilo ganhou uma expansão imensa, chegando ao rádio, à televisão e influenciando uma geração inteira de fãs que eram marginalizados por ouvirem EDM e que passaram a receber outro tipo de olhar, o do lucro, o do encantamento e da popularidade nacionais. Mudança de paradigma.
Perdendo vigor pelo Brasil, até por conta do sucesso ensurdecedor que causou por aqui, o BR Bass está de nome novo e fazendo sucesso em um fenômeno digital, o TikTok. Há na plataforma de vídeos virais que tem músicas de fundo, principalmente o remix de Imanbek para “Roses”, pertencente ao que se chama agora de Slap House, outro nome, mesma identidade.
Essa expansão na internet fez com que a vertente se espalhasse mundo afora e passasse a ter a atenção até de gigantes da cena, como a Spinnin’ Records que tem uma playlist dedicada ao Slap.
Tendo como grande background internacional o remix de Dynoro para a clássica “In My Mind”, o Slap House foi ganhando novos adeptos à produção.
Afrojack com “Cloud 9” e “Sad”, Quintino com “Get You Home” e VINNAI com “Rise Up” são exemplos de figuras do mainstream mundial trazendo a vertente para seus trabalhos mais recentes.
Tiësto foi quem primeiro trabalhou a sonoridade brasileira pelos palcos europeus com “Boom”, uma colaboração dele com o duo americano Sevenn, expoente tipicamente enraizado ao Brazilian Bass, com a assinatura e a genialidade do holandês.
Há quem garanta que a explosão do Slap House tenha prazo de validade e seja uma moda, um gosto que se criou em algumas partes do mundo, mas o brasileiro tá cansado de saber que essa vertente nunca foi só um veraneio.
Foi quem concebeu a nova formatação da música eletrônica nacional e que formou efetivamente a popularização do que, durante muitos anos, foi visto de uma forma errada por quem não era parte do movimento.
O bem que o BR Bass fez ao nosso país, desejamos, faça também por outros vários cantos. E sempre carregando consigo a identidade brasileira.