Rico em sonoridade, participações ilustres, ecletismo, 17 canções com nome como IZA, Becky Hill, Luísa Sonza, Diarra Sylla, Mayra e Carol Biazin. Essas são as credenciais da nova produção de Bruno Martini, azes da produção musical nacional.
Este é o primeiro álbum de Bruno, desde que migrou para uma carreira solo, em 2017. E ele atendeu a Eletro Vibez para contar tudo sobre esse material que foi concebido com muita originalidade e com uma proposta super ousada. Dê o play e ouça o álbum “Original” durante a leitura:
Quando surgiu a ideia de fazer o “Original”, eu quis mostrar influências minhas, não só de música eletrônica, mas outras influências que escutei em minha vida inteira, como, por exemplo, o Rock e o Hip-Hop. Então, resolvi contar um pouco mais a minha história e mostrar o outro lado que também as pessoas não conhecem. Fiz isso trazendo melodias e letras construídas ao longo de três anos de trabalho e estou muito contente com o resultado. Acho que o álbum se conecta muito comigo de formas diferentes, então, tentei ser muito honesto comigo ao fazer algo que tem a ver com a minha verdade”.
Tendo na carreira como produtor, parcerias com Lady Gaga, Jason Derulo, Dennis DJ, Vitor Kley, além de ser dono da música brasileira mais tocada no Spotify, com “Hear me Now”, Bruno, que já passou pelos maiores palcos da música eletrônica mundial, detalhou a parceria com Timbaland e a viagem que foi preponderante na hora de construir um álbum de proporções tão extensas:
Depois disso comecei a convidar muitos artistas para participar das músicas, como a Iza, Luiza Sonza, Zeeba, Carol Biazin, não só artistas nacionais, mas também internacionais como Becky Hill, Jorge Blanco e o próprio Timbaland que aparece em quatro faixas seguintes trabalhou junto, para fazerem parte disso e me ajudarem mais a contar a minha história”.
Filho de Gino Martini, sempre recebeu a influência do ambiente sonoro no qual viveu. Por isso, começou a tocar violão aos 8 anos, formou banda de rock no colégio e a banda, junto com sua parceira de longa data, Mayra, encantou a Disney. Com essa relação de trabalho, Bruno desenvolveu novas nuances como artista. E contou como conseguiu colocar essas capacidades em prática com o “Original”.
Durante o processo do álbum, eu passei três meses e meio na Europa em 2019. Fui fazer alguns shows, e acabei indo para estúdio com muita gente. Então algumas faixas vieram de lá e outras terminei aqui no estúdio. Então, acho que, resumidamente como falei, o original conta muito sobre a minha verdade e conta muito sobre quem eu sou”.
Trabalhar com o celebrado Timbaland, norte-americano que assinou obras com Justin Timberlake, Katy Perry e Madonna, aconteceu porque o experiente artistas se encantou com a canção de Bruno, “Living on the Outside”, e o chamou para produzirem um som juntos em Los Angeles. Era para ficar um dia e trabalhar em uma canção, mas Bruno retornou ao Brasil com várias canções, 10 dias depois:
Essa viagem eu fiz quando terminei de tocar no EDC Las Vegas, eu recebi um e-mail do Timbaland falando que tinham curtido minha música ‘Living On The Other Side’ e me perguntou se tinham mais músicas igual a essa. A partir disso, mandei algumas músicas que eu estava trabalhando para ele. Ele se amarrou. Fomos para o estúdio juntos em Los Angeles. Ele me convidou para ir pro estúdio com ele, era pra ficar um dia e a gente acabou ficando sete, oito dias lá. Voltei para o Brasil seis sete músicas feitas e a partir disso comecei a contar a história do “Original”, mas nem todas as músicas foram feitas com ele. No álbum tem 4 parcerias que fizemos juntos!”
Leia a íntegra da entrevista com Bruno Martini:
Hoje, dizemos que para a cena eletrônica a música não tem limites. E o seu álbum é a prova de que é possível misturar e mesclar sonoridades em prol de algo inédito! Comente sobre isso!
Bruno Martini: Exatamente. Eu acho que cada vez mais o mundo está conectado e os gêneros se conversam bastante entre si. Mas acho que o meu álbum, como disse, minha intenção foi fazer algo que mostrasse a minha cara mais e mostrar várias influências musicais que eu tive ao longo da minha vida, vários momentos que eu passei…
É óbvio que meu sangue, minha paixão, sempre vai ser música eletrônica, mas eu também queria poder mostrar para as pessoas outras referências que fazem parte da minha vida, outros gêneros musicais que eu escuto também. Então parte disso foi quando deu toda a criação do álbum.
Acho que está corretíssimo o que você está falando, é muito bonito de se ver que música eletrônica quebrou tantas barreiras e acho que isso se deve também a todo o trabalho que nós DJs brasileiros estamos fazendo ao longo dos anos. Quebrou muito o paradigma e cada vez mais está conquistando espaço não só no Brasil mas no mundo inteiro. Mais uma vez acho que tudo isso se uniu ao processo “Original” do meu álbum e fico muito contente em ver toda a repercussão que está tendo.
Lançar seu primeiro álbum deve ter mexido bastante com suas emoções ao lembrar da carreira e dos sonhos. Aqui, você pode dizer que realizou um dos maiores?
Bruno Martini: Sim. Acho que desde que comecei a trabalhar profissionalmente com música, aos 15 anos, quando assinei meu primeiro contrato profissional, sempre tive um sonho de lançar um álbum solo. Mas acho que nem no meu melhor sonho, eu imaginava que ia lançar um álbum com tantas parcerias e tanto significado que o “Original” para mim, tantas parcerias grandes também. Então fiquei muito feliz que os artistas toparam participar disso comigo também.
Eu fiz pessoalmente todas as gravações e as vozes, editei as vozes, produzi todas as músicas. A maioria das músicas eu também compus, as letras que tem a ver comigo, o álbum diz muito sobre a minha pessoa. Então com certeza acho que, como falei antes, nem no meu maior sonho teria imaginado lançar um álbum tão forte e com tanta expressão, como o “Original”.
O que você espera que o seu fã sinta e perceba quando puder ouvir o material completo? Qual seu maior desejo nessa troca de artista e ouvinte?
Bruno Martini: Que as pessoas me conheçam melhor. Óbvio que minha veia é música eletrônica mas, também mostrar um pouco de outro lado meu. Sempre produzi para outros artistas, para outros projetos. Fiz músicas para filmes, para séries de TV, então acho que eu quis mostrar esse lado através do original de outras referências musicais e outros gêneros também que eu escuto é óbvio que sempre com base em música eletrônica e trazendo outras sonoridades, mas abrindo a cabeça totalmente para outros gêneros e fazer algo que é muito verdadeiro para mim. Eu espero de coração que vocês sintam toda essa emoção e todo esse carinho que coloquei nesse trabalho.
O que você vai ouvir no “Original”?
Com “Bend the Knee” – com Iza, o single lançado em 2020 já conquistou o disco de ouro no Brasil. Iza também assume os vocais em “Original”, primeira faixa que batiza o projeto, e que tem a marca de beats de Timbaland junto a harmonias e timbres de Bruno. Em seguida, a cantora britânica Becky Hill e o duo Magnificence emprestam seus vocais doces à tão retrô quanto dançante “Wake Up with You”.
Um Hip Hop certeiro surge no Pop com Luisa Sonza e Diarra Sylla em “Ain’t Worried”, e uma nova virada para a sonoridade anos 80 acontece na parceria (antiga) com Zeeba em “Lost in Time” – tem aquele ar de new romantic que a encaixa como trilha da década. Após o primeiro single, um Country/Pop surge com Johnny Franco em “Skin” e “Backroom Door”. A primeira delas traz as participações de Mayra e Timbaland.
“Bad Conversation” conta com vocal de Mayra, enquanto “Miss Summertime”, com Aguida. “Blurry Vision”, com Nil, traz o clássico Pop Eletrônico e um Pop Rock alternativo aparece em “Peace of Mind”, com Zeeba. Aguida também canta em “Dangerous”, Luisa Sonza retorna em “Twilight” e Mayra canta “Albatross” e “Riot”. “Say O”, por fim, tem Jorge Blanco e o trabalho acaba com o vocal de Carol Biazin em “Stay”.
Se ainda não ouviu o álbum, dê o play e sinta todas essas vibez: