A gravadora CICLO Records anunciou, em nota oficial, que antecipará o repasse de royalties, valores devidos de cada artista nos ganhos da empresa, independentemente do que estiver previsto em contrato e determine ações menos favoráveis.
A ideia da label é auxiliar no bem estar de seu catálogo de artistas e fortalecê-los nesse momento, que forçou o fechamento de toda indústria musical e a consequente quebra de fluxo de trabalho.
O que eles, em nota, chamam de ‘pequena ação’, pode-se chamar de exemplo. É o tipo de atitude que considera a questão humana no contrato entre empresa e contratado. Nem sempre é sobre o lucro, nem sempre é sobre o ganho.
Também é sobre dividir e compartilhar. Com o estancamento abrupto de toda uma indústria, do dia pra noite, é preciso ter responsabilidades humana e financeira. Além de entender o sentido de solidariedade e de justiça.
Como bem aponta o documento, a evolução do coronavírus modificou o calendário cultural pelo mundo e não é diferente no Brasil.
“Shows foram cancelados ou adiados, sem qualquer previsão de volta à normalidade. Esse contexto nos gerou (e ainda gera) prejuízos significativos para nosso setor. Diferentemente da Europa, as leis vigentes e políticas públicas governamentais do Brasil, não preveem instrumentos de seguridade social para artistas, os deixando vulneráveis até os ossos.” Comentou Thiago Becker, CEO da CICLO Records.
As políticas públicas não se lembram dos artistas quando a situação vai além de um show ou do entretenimento. Das horas longe de casa, dos meses sem dormir na própria cama, da falta de contrato, de amparo jurídico ou de justiça moral.
Música não é função de desocupado, não é opção de fim de semana. É uma forma de viver, de estudar, de sustentar, de entreter, de sobreviver. Que a atitude da CICLO seja a diretriz.