Minimal House, Tech House, Deep Tech e House são algumas das vertentes que integram o catálogo musical de Classmatic. O DJ e produtor catarinense não poupa energias em suas faixas, e esse aspecto o levou a caminhos muito importantes em sua carreira.
Os fatos incluem suporte de Seth Troxler, The Martinez Brothers, Pete Tong, Loco Dice e Michael Bibi, além de apresentações no Caos, D-Edge, Warung Beach Club, Xxxperience e Park.Art, este último onde se apresentará em julho.
Inclusive, este próximo mês irá marcar a ida do artista à Europa. Entre as gigs confirmadas em sua turnê internacional estão dois clubs muito conhecidos: o Amnesia, tocando na festa da Elrow, e o DC-10, mas ele também terá passagem pela Suíça. Seus lançamentos mais recentes, Toma Dale e Fly Away, foram assinados por selos gigantes, Hot Creations e Solid Grooves, respectivamente. Aproveitando esse bom momento, conversamos com ele.
Oi, Classmatic, tudo bem? Nos seus maiores sonhos, você já esperava que entraria em turnê internacional e teria tanto apoio da cena nos seus primeiros anos de carreira?
Classmatic: Oi, pessoal do EV! Pra falar a verdade, sim. Pelos seguintes motivos: por mais que pareça recente, meu projeto já vem de muitos anos atrás. Meu primeiro trabalho como DJ e produtor foi há 10 anos atrás; mas o Classmatic tem 5 anos. Então não diria que tenha sido nos primeiros anos, tem muito suor envolvido de muito tempo nessa caminhada que parece ser curta, mas é muito longa.
E a gênese de tudo isso? Como você passou a se relacionar com a dance music a ponto de escolhê-la como carreira?
Classmatic: Foi um caminho totalmente natural. Tudo começou como hobbie até eu perceber que eu pensava nisso desde a hora que eu acordava até a hora de eu dormir. A partir do momento que eu me dei conta disso, passei a estruturar cada vez melhor meu projeto e estudar cada vez mais já pensando no projeto como uma empresa.
Você morou em Vegas por um tempo, certo? Quando e como foi isso? Conta mais sobre a importância dessa vivência no seu desenvolvimento pessoal e como artista.
Classmatic: Correto. Morei em Vegas entre 2014 e 2015 e diria que foi a melhor experiência de vida que eu tive por diversos motivos, entre eles: amadurecimento como ser humano, aprender uma segunda língua tão importante como o inglês da melhor forma possível, conhecendo uma outra cultura, e principalmente enxergar a minha própria persona de forma transparente.
Às vezes a gente estando cercado de amigos e acostumado a uma rotina monótona não percebemos quem somos nós 100%, e eu estando no outro lado do mundo sozinho, sem ninguém, dava total ênfase as coisas que eu mais gostava de fazer, e foi aí onde eu comecei a me conhecer melhor, tanto como pessoa, quanto como artista. E foi aí de fato, que nasceu o Classmatic!
A Solid Grooves vem sendo um grande ponto de apoio na sua carreira. Como se deu esse relacionamento e o que espera da apresentação no DC-10, em Ibiza?
Classmatic: Com certeza. Tudo começou em 2018 quando tive o meu primeiro lançamento na Solid Grooves, e desde então mantive contato com o Michael Bibi de maneira constante e hoje se tornou natural meus lançamentos por lá. Sou muito grato de fazer parte de um time tão seleto e com tanta qualidade, sem contar a energia ímpar que esse time tem quando tá todo mundo junto!
Sua última faixa, “Fly Away”, saiu no VA da Solid Grooves. Como foi o processo de criação dessa track?
Classmatic: Foi minha primeira música autoral que eu criei depois que me mudei para Florianópolis. Teve uma certa pressão em cima dessa música porque foi uma das primeiras músicas que eu produzi após o lançamento da “Toma Dale”, pela Hot Creations. E eu não queria que o nível das tracks caísse. A mensagem da faixa é realmente voar daqui pra frente para o mais alto possível, e graças a Deus isso se refletiu com minha carreira no momento. Consegui juntar a mensagem com a realidade!
Entre suas dezenas de lançamentos ao longo dos anos, tem algum que tenha um significado muito importante para você em um nível pessoal? Se sim, qual e por quê?
Classmatic: Vou falar de dois. O primeiro com certeza é o meu álbum que lancei pela CUFF, em 2020, e que teve uma mensagem muito significativa pra mim e por todo o momento em qual eu estava vivendo. O segundo é a “El Primer Corazón” que eu fiz durante a pandemia com o objetivo de esquecer o momento terrível no qual estávamos vivendo, tentando trazer um pouco de amor pro mundo e sendo otimista por termos dias melhores no futuro.
Conte-nos sobre sua rotina artística: o que faz no seu dia a dia para manter-se criativo?
Classmatic: Hoje eu diria que minha rotina está bem diferente do que eu estava habituado um ano atrás, até pelo aumento do número de gigs. Então eu tenho que pensar nas minhas músicas, minhas gigs, minhas viagens, minha pesquisa e junto disso todos os meus afazeres da vida pessoal. Antes eu passava a maior parte do meu cotidiano no estúdio fazendo música. Hoje eu tô conciliando isso com exercícios diários, uma boa alimentação, investimento em saúde mental, entre outros.
Um hábito que aderi desde que comecei a viajar bastante foi respeitar o limite mental e físico do meu corpo e separar esse tempo para fazer outras coisas pensando no próprio bem-estar, como: assistir um filme, documentário, jogar um game com meus amigos…
É certo que muitas vezes um artista sofre pressão para suceder-se nas pistas e pelos estúdios. Como você lida com essas etapas de crescimento?
Classmatic: Acredito que a maior pressão é a que a gente coloca em nós mesmos. Às vezes a gente se cobra muito, muito mais que o necessário. Eu sempre tento estipular minhas metas e buscar alcançá-las dentro do meu tempo e com naturalidade. Trabalhamos com criação e arte, uma arte não se cria à base de pressão, uma arte é criada através de inspiração. A inspiração vem de um combo de bons momentos vividos, sendo assim, meu conselho é: preze o bem-estar que automaticamente você estará inspirado para criar.
De que maneira você pretende seguir ampliando sua relevância no cenário daqui em diante?
Classmatic: Inovando e quebrando paradigmas sem sombra de dúvidas. Hoje vejo que o público do nosso nicho tem uma grande resistência ainda com a mistura de gêneros em prol de inovação. Pra que prova maior que isso como o último álbum do Drake? O que impede de inovarmos buscando outros gêneros para as nossas essências? Quero uma cena cada vez mais unida e sem preconceitos de gêneros com muita inovação e autenticidade.
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por Rodrigo Airaf