Você já parou para olhar atentamente a um grande line-up e entender quem é a empresa que representa cada um desses nomes? Quantas grandes agências estão nesta mesma lista? O poder de influência nas decisões está em muitas mãos ou poucas? A reflexão pode ser maior do que parece.
Antes de chegarmos a conclusões maiores, é preciso detalhar como essa mecânica de agenciamento acontece. Artistas, em sua imensa maioria, tem seus interesses representados por grandes empresas, com grandes acessos e enorme poder de negociação, de “troca” – e são elas que comandam o mercado.
Companhias desta força vendem artistas desejados pelos eventos, e também vendem a eles, muitas vezes em uma negociação maior, outros nomes que não eram a primeira escolha destas marcas e seus festivais. A soma do pote é o resultado de interesses, possibilidades e bom relacionamento.
Quanto mais nomes de relevância uma agência tem, mais forte para negociar ela se torna, e mais decisiva, também. Chegamos, então, a um olhar cuidadoso para escalações dos maiores festivais do mundo, por exemplo, o Coachella. Em 77 spots, são 10 agências citadas. Esse é o número para o line-up 2026.
Esses 10 são a elite do mercado de agenciamento mundial, um pequeno grupo que detém, neste caso, o absoluto poder. Os casos raríssimos, como Justin Bieber, que cuida de si, chama a atenção, porque realçam a imensidão que é preciso ter para se encaixar nos holofotes sem ter o backup de um grupo forte.
O quão saudável é esta conta? Ela está focada absolutamente na diversidade e mérito? São perguntas que você pode se fazer, porque a reflexão precisa existir.