Foto por JG Falcade

Com projeto Anyma, Matteo comove público em apresentação sincera, sentimental e com visuais estonteantes

Foi impactante. Durante 90 minutos, a ARCA ficou tomada por um espetáculo de história, visuais e música que será difícil casa voltar a receber. Anyma é um outro nível de experiência e emoção. É uma jornada por sentimentos, por reflexões e por um som de extrema qualidade. Um set a ser lembrado pra sempre.

A segunda noite de Afterlife trouxe expectativas ainda mais altas por parte do público para com a apresentação do projeto Anyma, de Matteo Milleri, metade do duo Tale of Us, comandantes da label party e headliners de qualquer evento por onde passam. Há sobre essa empreitada individual do italiano um hype global, conquistado muito por conta de sua curadoria e inventividade visual.

Ainda que tenha sido um excelente warm-up de Blancah, 8Kays e Argy, recaiu sobre as mais de 6 mil pessoas um outro ambiente quando começou a mudança de palco para que Anyma tocasse por 1h30. De cara, como um grande cartão de boas vindas, a famosíssima projeção de um humanoide batendo contra a tela, como se fosse uma parede, causou um alvoroço histórico na pista – com razão.

Desde então, todo o enredo da vida artificial humanizada, que marca o core do projeto de Matteo, foi se desenhando com muito dinamismo e uma excelente ilustração. Em um nível superior a qualquer outra apresentação da marca, ao menos no Brasil, o set aconteceu como faz o fluxo da água – inevitável e delicioso de acompanhar. Confesso que nem notei o andar do tempo.

Seria possível listar cada imagem, cada construção visual, mas o texto não seria sucinto ao ponto de resumir tudo em palavras. O que aconteceu no chão de fábrica mais famoso da música eletrônica mundial foi célebre, foi extasiante. Uma verdadeira cama de celulares tomou conta da pista, de gente que precisava registrar o que via. Era quase impossível ver apenas com os olhos.

Ao fim, com um verdadeiro desfiles de hits, incluindo o remix para Fred Again.. em “Turn Off The Lights” e versões para RÜFÜS DU SOL e Eric Prydz, Anyma trouxe ao Brasil um clima ainda inédito de Afterlife: a comoção. Por mais que as pessoas vivessem desde o primeiro minuto da sexta boas Vibez, o que se viu e sentiu no sábado, das 2 às 3h30 da manhã foi muito diferente e especial. Talvez a melhor palavra para isso tudo seja catártico. Uma mistura incrível de bons sentimentos.

A impressão que fica é que se chegou ao Estado da Arte nessa cena ainda jovem, mas super explorada. Matteo e seu projeto atingiram o mais alto nível de entrega, de entretenimento, de gatilhos sentimentais, de estímulos visuais e de música em sua mais bem produzida versão. É fascinante acompanhar e delicioso relatar. Uma vivência transformadora.