As linhas melódicas sempre marcaram presença na música eletrônica, mesmo não estando nos holofotes, era possível ver aparições nos mais diferentes gêneros, desde Trance até o House Progressivo. Fato é que a melodia é um item essencial da música como um todo, e é através dela que os sons se estruturam trazendo ritmo e harmonia.
Ou seja, era de se esperar que em algum momento, ela se tornaria o foco e com isso, traria a ascensão dos estilos melódicos.
E é exatamente isso que vem acontecendo desde 2018, quando o público passou a se atentar mais a outros gêneros musicais. Nesta mesma época, o Melodic Techno, uma vertente que já vinha em ascensão há alguns anos, conseguiu finalmente o seu lugar ao sol.
Desde então, este estilo vem conquistando cada vez mais pessoas e pistas pelo mundo inteiro, levando a criação de labels especializadas como Afterlife e a Embassy One, e até mesmo convertendo artistas a se deixarem levar pela emoção das melodias poderosas.
Um desses nomes que foi inspirado pelo Melodic Techno é Marcelo Farina. O artista gaúcho é um aventureiro quando o assunto é cultura e arte, principalmente se envolve o Dance Music e seu poder transformador.
Motivado pelo conhecimento, já viajou da costa leste à oeste dos Estados Unidos até os mais diferentes países da Europa, sempre em busca de novas ideias e referências. E foi dessa forma que ele encontrou no Techno Melódico, criando em sua identidade sonora uma fusão entre o gênero e outras vertentes como Indie Dance e Breakbeat.
Foi em meados de 2016, através de pesquisas que comecei a me interessar bastante pelo estilo. Porém, em 2018 quando fui residir nos Estados Unidos, a cena underground de lá me fez avançar nesse processo criativo, buscando ainda mais novas referências, como DJs/Produtores, clubes com essa pegada e gerando amizades, o que me proporcionou um excelente network”, conta Farina.
Com esse currículo extenso de pesquisa e uma bagagem cheia de descobertas, Farina se tornou um expert no assunto, e referência para vários curadores interessados em saber mais sobre suas aventuras.
Isso fez com que ele fosse convidado para participar de diversos podcasts internacionais como o italiano Deep House Magazine, o britânico House Mafia Players e o estadunidense Boston Underground. Seu mais recente podcast, no entanto, foi para a brasileira Under Waves.
Mesmo com a passagem por diversos lugares que o trouxeram referências importantes,três locais o marcaram como artista e pesquisador da cena do Melodic Techno, sendo eles: o Brooklyn Mirage em Nova York, Bijou em Boston, nos Estados Unidos, e recentemente, o Crobar, em Buenos Aires, na Argentina.
Sobre conhecer esses lugares, ele diz: “São sensações inexplicáveis. Sempre busquei explorar ao máximo essas experiências, onde podemos encontrar algo positivo e que agrega na nossa bagagem cultural. Além da música, é claro, valorizo as conexões interpessoais. Gosto de conhecer pessoas de diversos lugares do mundo e desenvolver o Inglês e o Espanhol, sempre que possível”.
Mas não é só mundo fora que Farina mantém os olhos – e ouvidos – atentos. Na cena eletrônica brasileira, ele também encontra vários nomes que se dedicam a fomentar o Melodic Techno por aqui e que tem gerado trabalhos impressionantes dentro do gênero. Ele destaca estas e outras referências de sua pesquisa no bate-papo:
Quais são suas 5 referências máximas de fora do Brasil?
Farina: Dizharmonia, Adrian Roman, Agustin Giri, Edone e FiveP.
E entre brasileiros?
Farina: Binaryh
Quais locais a cena do Melodic Techno mais te surpreendeu?
Farina: Mila Journée. Atualmente recebendo suporte dos maiores DJs/produtores do mundo. Recentemente lançou pela DIYNAMIC.
Quais são os DJs locais que merecem mais espaço?
Farina: Mrqz e Tito Azevedo, de Santa Maria. Pra galera ficar de olho em 2023.
Compartilhe um set que mudou sua visão musical.
Farina: RAN SALMAN LIVE FROM THE DEAD SEA
Um artista que todo DJ de Melodic tem conhecer.
Farina: SOEL
Uma música de Melodic que não sai do seu case.
Farina: Horizon – ARTBAT (Original Mix)
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Por Nicolle Prado