Antes do House, veio o Disco. Originário em clubs de Nova York e Chicago, o Disco bombou no final dos anos 70 e virou febre no mundo inteiro.
Donna Summer, Bee Gees, Village People, Gloria Gaynor, ABBA, Diana Ross são alguns dos grandes nomes do gênero que a gente escuta até hoje. O Disco foi tão hype que chegou em Hollywood, sendo tema principal do filme do John Travolta, “Embalos de Sábado à Noite”.
No final dos anos 80, por uma série de fatores, e isso inclui a opressão de movimentos homofóbicos e racistas na época, o gênero foi perdendo força.
Mas na verdade o Disco não morreu completamente, ele se tornou underground e se transformou, dando origem a diversas novas vertentes-inspiradas, incluindo a nossa queridinha House Music.
1º PASSO – BATIDA 4×4
Sabe o famoso “tuntz tuntz tuntz tuntz” acelerado da música eletrônica? Ele foi criado nos anos 70 por um baterista inovador chamado Earl Young, e ficou conhecido como “four on the floor”.
Este padrão de bateria acabou sendo incorporado na música Disco e é a base fundamental para a estrutura de toda música House e Techno até os dias atuais. O 4×4 foi abraçado pelos DJs na época porque facilitou e muito a mixagem, já que todas as músicas passaram a adotar este ritmo.
“The Love I Lost”, lançada em 1973, foi a primeira música Disco a adotar o padrão de bateria 4×4. Ouça com a bateria com atenção e perceba se não soa familiar!
2º PASSO – CULTURA DA VIDA NOTURNA E DO DJING
Antes da música disco, não existia esse negócio de virar a noite em uma discoteca (daí vem o nome), e dançar a noite inteira ao som de DJs que mixavam sem parar.
A música Disco criou essa cultura. As pessoas começaram a sair para dançar um som pra frente e quase hipnótico.
Os DJs usavam as versões estendidas das músicas, com longas partes instrumentais, muita percussão de bateria, que levava a pista ao delírio e ao transe.
Nesse momento, estava sendo criado um ecossistema perfeito de pista de dança para o House se estabelecer posteriormente.
“Jingo”, do Candido, bombou nas pistas da época. Separamos um trecho da versão estendida para sua degustação:
3º PASSO – BATERIAS ELETRÔNICAS
A música Disco, em seu nascedouro, era composta 100% por instrumentos orgânicos. Algumas produções demandam uma grande quantidade de músicos que tocavam diferentes instrumentos, nível orquestra.
Com o avanço da tecnologia, surgiram, no início dos anos 80, as baterias eletrônicas, como a Roland 808 e a Roland 909.
Os produtores de Disco, então, passaram a incorporá-las em suas produções, e a sonoridade foi ficando cada vez mais artificial, focada no kick e nos elementos de bateria. A modernização do Disco com sonoridades eletrônicas foi o terceiro e último passo para sua transformação em House.
O resto da história você já conhece 😉
“Thanks To You”, do Sinnamon, foi uma das produções Disco que aderiu ao som eletrônico. Dá um check!