A arte é cíclica, e a música eletrônica não foge à regra. O recente retorno do Eurodance às paradas, com uma roupagem moderna, mas cheia de essência, é prova disso.
Nesse movimento, retornam à cena pioneiros do gênero, como o Conexão MIDI, grupo brasileiro fundado em 1993, em Santos. Unindo Euro Dance, Pop e uma estética ousada, o projeto emergiu como um fenômeno no cenário musical brasileiro
Na formação atual Conexão MIDI conta com Karol Antunes, Rogério de Carvalho e Flávio Medeiros, sendo Rogério e Flávio integrantes desde a formação inicial, que contava ainda com Kaite, Denis e Dadá. O grupo conquistou espaço ao unir vocais de Rap em inglês, vocais em português, riffs de teclado e batidas aceleradas – uma fórmula rara no país à época.
Seu primeiro marco veio em 1994 com “On Line Plus”, faixa que ganhou destaque após performances no programa de TV liderado por Xuxa. Mas foi em 1996 que a banda atingiu seu ápice: “Realidad”, lançada pela Paradoox Records, invadiu coletâneas globais e até mesmo ganhou versões piratas em vinil.
Com 6 anos de atuação e após o desgaste natural do gênero, o grupo encerrou atividades em 1998.
Retorno com sabor de nostalgia (e modernidade)
O retorno do Eurodance como uma tendência na cena, indicou o momento certo do grupo voltar à ativa. Hoje destacam-se nas paradas não somente faixas que assumidamente bebem desta fonte, como também aquelas que incorporam de maneiras sutis elementos do estilo.
Artistas como Calvin Harris, David Guetta, Tiësto e Alok, que também aderiram aos elementos da Eurodance, tornaram-se inspiração para a reformulação do Conexão MIDI, que em 2021, ressurgiu com um propósito claro: reviver seu acervo inédito dos anos 90 e adaptá-lo ao mercado digital.
“Remember My Love”, original de 1997, ganhou nova roupagem em 2024, mantendo a essência clássica, mas com um trabalho de timbragem e mixagem moderno e atualizado.
Preparando três lançamentos para 2025 – incluindo uma regravação e duas faixas inéditas –, o trio dá continuidade a um legado que marcou a música eletrônica brasileira, sendo inclusive reconhecido no livro MEB – A História da Música Eletrônica Brasileira.
