Você conhece a Mila Journée? Ainda não? Ela tem uma ideia do motivo:
Acho que teve muito a ver com o fato de morar afastada dos grandes centros e ter poucas oportunidades de tocar e me colocar nas cenas já estabelecidas. Produzir era uma coisa que estava ao meu alcance e só dependia de mim.
Neste texto, ela vai te contar muita coisa sobre sua história.
Quando comecei a estudar produção, eu comecei ouvir as músicas de um modo diferente, ouvia muita coisa, de gêneros variados e comecei a prestar atenção no que cada música era potencialmente capaz de produzir nos ouvintes, emoções, sensações e energias”
Ela ainda completa lembrando de quem foi o espelho para sua carreira:
Nesse percurso, muitos artistas me inspiraram, eu me interessava por artistas que tinham algum diferencial, como a Blancah por exemplo. E sobretudo, fui buscando o meu som, até encontrar o meu caminho”.
Confira o papo completo
Indo na contramão dos sons que bombam nas pistas pelo Brasil afora, de onde surgiu essa paixão pelo som que você vem produzindo atualmente?
Mila Journée: Eu produzo um som mais alternativo, mais underground, que é onde me situo na cena eletrônica, mais no gênero Melodic House & Techno. E mesmo dentro do gênero, eu sempre gostei de músicas diferentes, que fugissem do padrão… Então, quando produzo, deixo sair um som bem meu, sem me preocupar se vai bombar ou não. Eu tenho que realmente gostar e sentir que a música vai transmitir algo especial e proporcionar uma possibilidade de conexão entre as pessoas.
Como tem sido o período pandêmico na sua vida? De que forma ele impactou em seus planos, modificou seus próximos passos ou até mesmo influenciou na sonoridade de seus trabalhos?
Mila Journée: Poxa, impactou muito, pois eu havia feito minha primeira gig internacional na Grécia e rolaram vários convites para tocar no exterior (Marrocos, Egito, Bélgica, Portugal) e ainda continuam rolando, acabei de receber um convite para tocar num festival na França e é muito frustrante não poder ir por ser brasileira e a nossa entrada estar barrada na Europa. E sabe-se lá quando isso vai mudar.
Comente sobre alguma track sua, que represente muito para você, e que você acredita ser um de seus principais trabalhos. Fale sobre o que te inspirou na produção dessa track e alguma curiosidade, se tiver.
Mila Journée: Então, essa track é “Lightness”, que saiu no meu segundo EP lançado pelo selo do lendário clube alemão Ritter Butzke. Essa track teve suporte do Cercle, ela foi tocada na índia pelo Derek e pelo Phill que me confidenciou ter sido a melhor track da noite, além de dizer que teria lançado ela pelo selo do Cercle se eu tivesse enviado para eles. Quase morri de emoção.
Como explicar a Mila Journée pra quem nunca te ouviu?
Mila Journée: DJ e produtora de Melodic Techno, brasileira, gaúcha, que faz um som que ela curte e que está conseguindo ter reconhecimento internacional e chegando em lugares que nunca nem sonhou em chegar.
Como você quer ser vista pelo fã de música eletrônica?
Mila Journée: Como alguém que surpreende a cada nova produção.
Que recado você quer deixar pra quem está lendo esse papo? Que mensagem você quer passar quem ainda não te conhece?
Mila Journée: Que a música nos conecte!
Você indicaria DJs brasileiros com mesma linha de som sua? Se sim, quais?
Mila Journée: Sim, Binaryh, Blancah, Chappier e vários outros que tenho incluído nos meus podcasts e lives disponíveis no meu Soundcloud, Youtube e redes sociais.
Nos conte sobre seus próximos trabalhos, o que você tem pra lançar e o que tem feito.
Mila Journée: Fiquei um pouco off para aliviar a pressão da pandemia, do enclausuramento. Embora para muitos a vida siga “normalmente”, eu tenho ficado fechadinha em casa, fazendo a minha parte para podermos voltar o quanto antes. Então, tenho ficado bastante no estúdio e por consequência tenho vários trabalhos por sair.
Acho que o primeiro a sair é um remix que fiz para o Stefan Ado e que sai pela Dear Deer Black, depois tem duas collabs diferentes que saem pela gravadora dos queridos OIBAF & WALLEN, a ONISM, uma é com os produtores brasileiros Sartorian, Animum e Tulio Zarpão e a outra é com o egípcio Khaled Abdrabo. Depois tem duas participações em VA’s, muitos especiais, um é do novo selo Melodic Room do Egito e o outro é do selo alemão DIT KLINGT JUT.
E para finalizar esses próximos lançamentos tem meu EP “Library of Alexandria”, que sai pela Esoteric Records. É um EP com dois originais e um lindo remix do Soul Alchemist. Acho que agora já é o momento de retornar com tudo, se preparar para a retomada dos eventos. Assim espero!
Depois dessa aula e de tanto talento demonstrado nas pistas e nas palavras, esperemos em breve estar na plateia de Mila Journée.
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