ultra music festival coronavirus cancelado
Foto via divulgação

Coronavírus, a economia global e a música eletrônica

O cenário é o pior possível. O mundo todo já assumiu, cada canto à sua, que o COVID-19 é um caso extraordinário que exige cuidados da mesma ordem. Em busca de controlar a epidemia, governos proíbem eventos e aglomerações. Os festivais caem. Os show, também. E a cena? A economia? É um circuit breaker definitivo?

Não. Os cancelamentos de Ultra Miami, Tomorrowland Winter e incontáveis outros eventos de maior ou menos magnitude são exemplos de conduta, evidentemente corretas, de quem tem acesso global e quer diminuir riscos. A saúde é headliner da vida, afinal. A questão que fica é saber o que é fato e o que é temor.

Essa é a bala mágica. Teoria da comunicação mais primitiva de toda a história dos livros dedicados, essa tese falava que uma informação era como um tiro, ela não tinha interpretações, variações, contextos. Era reta, inconteste e imutável. Os festivais não acontecerão, dizem. Será? Todos? Por quê? Quem falou? Quando? A resposta é a mesma: serão cancelados.

Talvez de fato venham a ser, mas é precipitado cravar um cenário definitivo. A prudência de esperar é a correção em atitude. Por mais que os países sul-americanos que receberão o Lolla mês que vem, estejam em alerta pelo vírus, é primitivo cravar sua não realização. Se a organização não tenha essa informação concreta, por que o senso geral teria?

Se a Bélgica ou o Brasil farão quarentena musical ou não, ninguém pode garantir. A economia sofre com ausência de turistas, de eventos, de festas. Os contratos sofrem com o dólar em valores claustrofóbicos. A gente sofre por não poder ver e viver o que a gente gosta.

A gente, ainda assim, tem de combater a bala mágica. A informação exagerada, o desespero premeditado e a invenção. Ignorar a onda é burrice, mas surfar na que ainda é marola, tenha certeza, é pilantragem.

O que se lê, hoje, são notícias falando mil e uma sobre Covid e fazendo o caos, mas sem ter certeza, sem saber se vão cancelar ou não, se mata ou não. É tudo muito confuso por só haver uma propagação sem análise, sem um caso a caso.

A música é nosso motivo pra existir, trabalhar, lutar, escrever. Sobreviver. Todo e qualquer acontecimento que interfira na cena, é nossa responsabilidade e terá nosso cuidado e respeito. Não é correr pra falar antes, é cuidar pra informar certo. E, nesse caso, torcendo para informar que as próximas vibez estarão agendadas e confirmadas pro mais rápido possível. Saúde em primeiro lugar e muitas vibez a todos!