O Diretor Geral do Brazil Music Conference e Diretor Artístico do palco “New Dance Order” do Rock In Rio, Claudio da Rocha Miranda Filho bateu um papo com a gente durante o BRMC Diálogos em Belo Horizonte, e deixou três dicas para você que quer atuar na cena eletrônica, seja como negócio ou música:
Cite uma dica essencial para quem está começando na área de produção de eventos:
Claudio: Como qualquer atividade profissional no Brasil ou em qualquer outro país, uma resiliência para empreender é fundamental para quem quer começar nesse ramo de eventos.
Não vejo quem faz parte e trabalha nesse universo, sem ter muito amor, muita paixão e isso, na verdade, no fim do dia, é o que fecha a conta. Então tem esse lado muito bom, mas como qualquer outra área profissional precisa de muita resiliência, muita força de vontade e muito planejamento.
A gente veio de uma informalidade que tinha nesse setor há alguns anos atrás, pra uma coisa muito mais formal, muito mais madura, então se profissionalize, busque conhecimento, conexões e vá em frente!
O que você acha que infalível para montar um bom line-up?
Claudio: Naturalmente, primeiro, você vai ter que entender quem é seu público alvo, qual é o território e pra quem você está falando, e tem uma coisa da fisiologia humana, que é impagável e resolve a vida: você tem dois ouvidos e uma boca, então você tem que escutar demais!
Historicamente, eu tô há 20 anos dirigindo artisticamente alguns projetos, como Rio Music Carnival, Chemical Music Festival, XXXPerience no Rio de Janeiro e agora, mais recentemente, o palco New Dance Order, do Rock in Rio, então eu procuro conversar com muitas pessoas e eu procuro, naturalmente, estar olhando o que está acontecendo no Brasil e no mundo.
Hoje a gente tem uma facilidade que há alguns anos atrás não se tinha tanto. Às vezes você não sai de casa, mas tem um pout pourri de tudo que está acontecendo através do stories, então é fácil você se atualizar e buscar as referências certas. Naturalmente, muita pesquisa.
Mas eu acho que escutar é a grande dica. Você precisa ter bons ouvidos, pra depois você colocar em prática e verbalizar aquilo que você amadureceu ali na sua cabeça!
Por que todo DJ e Produtor precisa ir, em ao menos, alguma edição do BRMC?
Claudio: Acho que é uma natureza da economia criativa aí do lado das artes, que o artista deve fazer a criação, deve fazer a arte dele e ele precisa, invariavelmente, ter uma cadeia de profissionais que vão fazer essa arte dele chegar até o consumidor final. E hoje, no BRMC, por exemplo, falando dos beats transversais, tem tantas formas de fazer a música chegar até o consumidor final e não é só através das baladas, dos clubs e das festas.
Tem os filmes, o audiovisual, o vídeo game, tem a musicoterapia, tem o varejo, trilha disso e trilha daquilo, ou seja, você tem mil e uma formas. Então, o BRMC, assim como outros eventos que são de conexão no mercado, que são agregadores do núcleo duro da indústria da música, da cadeia produtiva, é fundamental para você abrir uma conexão, abrir um negócio, abrir um contato ou você que tá chegando, tá vendo como funciona, pelo menos saber para que lado o vento está soprando. Então, hoje, não tem jeito.
Você tem que se conectar presencialmente. Então se você vai numa balada, numa festa, vá também num evento de negócios, de conexão, que a partir dali muitas, muitas e muitas oportunidades podem ser criadas. Ao longo de 11 anos de BRMC a quantidade de histórias é enorme, muitas de vários artistas que hoje estão no topo, mas que começaram ali investigando, se conectando, vendo quem era quem e fazendo acontecer. Vai com tudo!
Quer conhecer mais o Claudio e sobre a indústria da música eletrônica? Então vem com a gente e ouça a #VibezTalks, nosso podcast em que ele conta um pouco sua história e deixa mais dicas valiosas!