Foto via: Lollapalooza

Diplo concorre com Blink-182, aceita desafio e toca para dar boas-vindas a forasteiros da música eletrônica

O Lollapalooza é um dos poucos eventos da indústria do entretenimento que tem padrões muito claros naquilo que faz, repetindo a receita ao longo dos anos. O palco Perry’s foi inteiramente remodelado, e ficou lindo.

Depois dos brasileiros Mila Journée e Classmatic, da francesa Kittin, ou Miss Kittin, se você também é mais experiente e se lembra, MK fez um set dançante e animado, passeando por seus sucessos e fechando com “Rhyme Dust”, colaboração com Dolla – que apostou em sua própria biblioteca recentes de hits, e pesou a mão – felizmente.

Amante do Brasil e uma das mentes mais complexas da música, Diplo teve uma hora e a concorrência de Blink-182 para tocar um pouquinho de sua infinita discografia. Jack Ü, Major Lazer, colaborações, produções, Funk? Ele poderia fazer tudo e flertou com isso.

De cara, para poucos e ainda dispersos fãs, relembrou sucessos pop e mostrou as credenciais de projeções psicodélicas no palco – um visual 10/10. Depois da primeira meia hora, começou a mostrar seu lado BR e abriu caminho com “Rap da Felicidade”, que fez o coro dar as caras sob muita chuva.

Com verde a amarelo nos leds, lançou “Baile do Bruxo”, “Tá Ok”, chegando ao ápice com “Rave de Favela”, com MC Lan, que subiu no palco. Foi nesse momento que o Perry’s mais recebeu gente e fez o concreto virar baile. Divertido, o momento agarrou quem estava de bobeira, descansando ou pensando em ir embora. Foi um movimento gostoso de se ver.

Diplo ainda trouxe “Where Are Ü Now” com “leavemealone”, de Fred again.., mashup improvável e sensacional. Na reta final, desfilou hits atemporais e fechou com “One More Time”, homenageando Daft Punk. O americano tinha um desafio, que era segurar os indecisos, abraçar os entediados com Blink-182 e atender seus fãs. A missão foi cumprida com louvor.

Para quem não está no dia a dia da música eletrônica, pode ter soado como clichê ou até um caminho simples para alguém tão completo, mas eram muitas tribos e tipos para serem recebidos, e esse set serviu para que forasteiros criem carinho pela música eletrônica. Diplo não tocou para promover sua carreira, até porque não precisa, ele tocou para dar boas-vindas e provar que cabe todo mundo aqui.