Dropack fala sobre residência no Green Valley e nova função como A&R da gravadora do grupo

Rafael começou na música eletrônica há alguns anos. Em 2014, começou a produzir seus primeiros sons, mas só em 2016 inaugurou seu projeto intitulado Dropack. Com a nova identidade, ganhou o mercado e mostrou seu talento, abrindo caminho para novos desafios, como ser residente em um dos maiores clubs do país e do mundo.

É muito bom poder voltar aos palcos depois de quase dois anos parado, nós tínhamos recém-voltado de uma tour pela Ásia e logo depois aconteceu a pandemia, foi bizarro.”

Seu retorno no pós-pandemia foi cheio de reflexões, como ele mesmo contou com exclusividade à Eletro Vibez.

Acho que algumas das principais lições que eu poderia listar seriam: valorizar as pessoas que são importantes, cuidar da saúde mental e ter mais empatia. Nesses momentos em que há muitas incertezas, é essencial estar disposto a escutar e acolher outras pessoas de forma sincera”.

De olho em novas produções, Dropack contou como tem sido seu lado criativo: 

Voltar a fazer o que eu amo, o que eu gosto, acaba influenciando diretamente nas produções. Porque é nas festas em que ocorre a maior conexão entre artista e fã. É lá que você pode testar coisas novas, sentir o que está funcionando ou não com o público, trazer novidades e isso talvez seja o maior combustível para nos dedicarmos dia após dia”. 

Dropack contou também sobre como tem sido a escolha sonora para tocar em big clubs como o Green Valley:

Ser residente de um club implica em manter a sua essência como artista e ao mesmo tempo adequar seu set para que se encaixe com o line-up proposto. No Green Valley a responsabilidade acaba sendo maior ainda pelo fato dos headliners serem big names mundiais, mas as dicas de ouro são: respeitar sua posição na noite, estar sempre atualizado e pensar no que é melhor para o público, não apenas para você.”

Confira a entrevista completa:

Comente também sobre o retorno do Club. Você acha que o público voltou com energia e gostos diferentes dos de antes da pandemia? 

Dropack: O retorno do Green Valley foi incrível, nós fizemos um evento de cinco dias intitulado “Together We Rise”, em que todos os DJs doaram seus cachês e todas as pessoas que compraram o ingresso tiveram seu nome marcado em um memorial dentro do club. Para completar, fui responsável por produzir, ao lado da orquestra sinfônica de Joinville, uma apresentação especial que celebrou o retorno e apresentou toda a nova cenografia e efeitos. 

O momento em que todas as luzes se acenderam foi muito emocionante, ver aquela pista depois de tanta luta. Em relação ao público, eu sinto que as pessoas estão com uma energia diferente depois de tanto tempo sem viver esse tipo de experiência. Além disso, pude sentir no decorrer das noites que o público está mais aberto a sonoridades diferentes, principalmente sons mais “undergrounds”.

Nos conte também sobre a nova fase da Green Valley Records. Qual será a periodicidade de lançamentos? 

Dropack: Após o retorno do Green Valley, sentimos a necessidade de desenvolver novos projetos e voltar com alguns antigos, um deles foi a Green Valley Records. A diferença é que agora temos a Sony Music como parceria em todos os lançamentos, o que potencializa nosso alcance e expertise, trazendo um outro olhar sobre cada música. Estreamos a label com uma track da Ashibah e Bakka, feita especialmente para o club, e pretendemos fazer uma quantidade menor de lançamentos nesta primeira fase para conseguirmos trabalhar com a devida atenção todos os artistas. 

Qual o impacto você enxerga que a Green Valley Records terá no mercado Brasileiro? 

Dropack: A Green Valley Records tem a missão de buscar o melhor da música eletrônica, servindo como uma ramificação importante do clube para levantar a bandeira do Brasil ao mundo. Além disso, o próprio Green Valley acaba sendo um grande catalisador de artistas e ouvintes, assim conseguimos explorar esse holofote tanto para a curadoria quanto para a distribuição.

Para um artista chamar a sua atenção em um som, qual a primeira coisa que você considera como A&R? Qual a premissa sonora dos lançamentos da Green Valley Records?

Dropack: O ponto principal é ser um som coerente com o que esteja tocando no clube. Não vamos nos prender a gêneros, no entanto queremos músicas que se conectem com o Green Valley. Além disso, é importante que o som já esteja 100% finalizado com mixagem e masterização, assim conseguimos determinar o real potencial da track.

Como essa atuação nos bastidores impactam no seu projeto Dropack?

Dropack: Estar nos bastidores é algo que impacta diretamente na minha construção de carreira. Por estar envolvido em muitas ações “offline” eu consigo ter uma visão dos eventos pelo lado de quem produz e não apenas pelo lado do artista. E a minha relação com o Green Valley, tanto como residente quanto A&R, acaba proporcionando um contato direto com muitos players do mercado, o que muitas vezes resulta em boas e importantes conversas sobre o cenário. 

E em seu projeto artístico, fale mais da sua sonoridade e o que o público pode esperar durante o ano de 2022.

Dropack: Estamos com muitos lançamentos previstos para 2022. Seguramos muita coisa para lançar agora, desde o período da pandemia. O que vocês podem esperar do Dropack é uma sonoridade ampla e diversificada. Eu quero lançar músicas em que eu acredite, independente do gênero ou estilo. Além disso, estamos com vários projetos paralelos que complementam a marca. Em breve vou poder começar a mostrar mais detalhes para vocês. Sugiro ficarem de olho no Instagram @dropack.

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