Foto por: victorcarvalhoph

Em dia dedicado à mistura de ritmos, palco Perry’s chega ao ápice com show histórico de Meduza

Que esse é o festival mais democrático do Brasil, sabemos todos nós, mas o movimento de expansão de ritmos pelo qual passa o palco Perry’s é notável. Antes dedicado quase que exclusivamente à música eletrônica, agora ele abre portas para o Funk e para o Hip Hop, que derivam do mesmo lugar, mas que atingem públicos distintos.

No terceiro e último dia de Lollapalooza, os ritmos nacionais tomaram conta do espaço, com Livinho emulando Michael Jackson e muitas atrações que arrastaram multidões. Isso posto, a jornada dos nossos sons preferidos começou quando a noite caiu, ao som da estreante J.Worra, que tocou pra pouca gente, mas se doou como estivesse em um estádio lotado, foi bonito de ver. Tech House intenso e bem produzido.

Depois, com a pista se aquecendo, Dombresky fez o que se espera de alguém que tem passado pelo Brasil com certa constância. Não economizou na mão e fez um set bastante limpo, sem abusar de hits radiofônicos ou aqueles que servem de muleta. Teve tempo de interagir – com timidez – com o público e saiu de cena sob aplausos.

O americano ZHU chegou para o penúltimo show do Lollapalooza 2024 sob muita expectativa e se mostrou ciente do fardo. Talentosíssimo como todos conhecemos, cantou ao vivo muitas vezes, subiu no palco, dançou e colocou seu repertório pra jogo. Sua colaboração com Skrillex arrastou alguns gritos empolgados do público. Deixou um gostinho de quero mais, certamente.

Por fim, contrariando todas as expectativas, por estar concorrendo com SZA e Sam Smith + Greta Van Fleet, e por ser o último show do domingo, Meduza teve os melhores 60 minutos do festival. Com um setlist extremamente dinâmico e autoral, incendiou o Perry’s e fez mágica ao multiplicar a quantidade de presentes. Quem passava, ficava pra ver mais.

Foi empolgante ver serenamente o que fez Simone, a metade do projeto Meduza. Completamente frenético, o show não deu brechas pro tédio ou cansaço. Foi uma apresentação para ser lembrada por ele e porque assistiu. Arrisco-me a dizer que Meduza nunca havia sido tão Meduza antes no Brasil.

Quem viveu, foi feliz.