Em papo exclusivo, M-S Live abre detalhes sobre conceito de mottus, palco, cenografia e próximos passos

Foi numa tarde de quarta-feira, sob um covarde calor paulistano, que descobri eu, e agora vocês, que a pronúncia correta desse evento não era como vínhamos praticando. Te explico: trata-se de “môttus”, não “móttus”. A fonética é a mesma da palavra movimento, termo do qual essa nomenclatura deriva, mas isso você vai entender mais ao longo desse texto.

A M-S Live, nas figuras de Maurício e Mário, seus executivos e cabeças inquietas, adquiriu o status de responsável por eventos de magnitude global ao alcance dos brasileiros, em uma região fabril na cidade de São Paulo, o coração ativo da indústria do entretenimento. Poderiam (e vão) seguir com aberturas de impacto, mas não só. Autoral, a mottus abre caminho para uma alternativa diferente – e bastante ousada.

Voltando no tempo, nas quase duas horas de papo que tivemos, entendemos que a concepção de uma abertura própria, com conceito, venue, line-up, palco e filosofia próprios não é um processo espontâneo e rápido. Para que se chegasse a essa maturidade de evento, ainda que Maurício e Mário sejam figuras de protagonismo na cena, foi preciso caminhar.

Para a mottus acontecer, a M-S Live entende que praticou, e segue praticando, uma estratégia a longo prazo. Método que começou com labels a fim de gerar aprendizado, know-how, conquistar confiança do consumidor e, então, somar o gabarito para fazer uma versão própria, nacional, sem copiar ninguém, mas com o mesmo nível de entrega. 

Para nós, a posição de ser só executor é frágil, se o dono da propriedade mudar a casa, condições de licenciamento, se não quer mais fazer, nos deixa vulnerável. Ter propriedade intelectual faz todo sentido para se auto sustentar. Como? Marcas originais, autenticidade, coisas que representem coisas caras pra nós, como a narrativa de cada evento, coerência das marcas, concepção visual, liberdade para desenvolver. No futuro a ideia é expandir e exportar”, comentou Mauricio Soares, sócio-fundador da M-S Live.

Um espaço e uma filosofia

Se você já foi à Arca, a venue da M-S Live que já abrigou, e serei econômico nos exemplos, nomes como Charlotte de Witte, Armin van Buuren e Eric Prydz, você certamente sabe que esse ambiente é um conceito em forma de galpão. É uma ideia em cada metro e se explica de forma muito nítida, em cada ocasião, em cada abertura, com cada tipo de público. Sabe aquela ideia de casa? É disso que falamos, mesmo que essa casa se vista de diversas cores e pessoas – é sempre casa.

Não pense, entretanto, que o estilo agregador é um acaso da vida. Foi tudo pensando, como eles explicaram. Desde que a ARCA foi concebida, e ela precede a sociedade entre M’s para a criação da M-S Live, há um princípio dominante. Um “tom de voz” que direciona a maneira de atuação, o tratamento gentil com público, as decisões que sempre soam colegiadas conosco – por exemplo, não ter taxa de ingresso, preço da loja e preço da fatura sempre os mesmos, provando lealdade ao fã. 

mottus e o diálogo aberto

Não está aberto à discussão: a mottus abre caminhos e não vão parar por aqui. Essa festa, que estará de portas abertas para nós no dia 04/02, é um convite à mesa. Um papo íntimo entre consumidor e produtor, de brasileiro para brasileiro, provando que nós podemos produzir coisas importantes, que emocionam e cativam, que convencem e são feitas aqui. 

Depois de receber o Boiler Room, o KNTXT, a Anjunadeep, Drumcode, Defected, Afterlife, Masquerade, Elrow, e outros tantos nomes de artistas e suas marcas, há esse passo adiante, cientes da credibilidade criada e da reputação celebrada por quem vive a música eletrônica. O que abre um precedente no país para estabelecer uma métrica nova, até certo ponto inédita, e que tem enorme potencial para ficar.

Ficar e trazer companhia

A mottus foi criada com conceito voltado para o gênero Techno, com muitas doses do adorado cenário melódico, mas não se engane. Não será esse um compromisso futuro para a marca e seu line-up. A cada edição, um plano estabelecido: coerência interna com apelo comercial e emocional perante o público e que esteja sintonizado com o que todos os envolvidos sentem. Ser sinérgico.

E vem mais por aí, querido fã de música. A M-S Live trabalha, em fases bastante avançadas, com outras duas marcas autorais. Além dessa vertente dedicada ao Techno, podemos esperar uma versão dedicada ao mainstream e outra que pensa com mais carinho na pista de dança, com menos produção visual e mais conexão com a música, com a raíz dos bailes, sem área VIP, com muita autenticidade, expressão e originalidade. Você não perde por esperar, confie no que te digo.

Palco, line-up e o conceito binário

Nós vimos, bem rapidamente, e vocês verão em breve nas redes sociais da mottus, como será o funcionamento do palco do evento. Coloque na cabeça o design da letra M, as barras que compõem essa figura e você vai compreender o seu uso. Acima de tudo, trata-se de um grande conceito binário de cor e ausência dela, do preto e do branco, da luz e da escuridão. Note pelo pacote de arte usada no anúncio do evento e artistas, tudo segue o mesmo sistema, e isso é um charme a mais.

Ao longo da noite, as cores aparecerão esporadicamente, a fim de mostrar o imenso valor que elas têm, compondo esse conceito de valorização do artístico muito além de apenas música. É um ambiente propício ao divertimento, à apreciação de uma boa música e tudo aquilo que as artes provocam no ser humano.

A mottus foi criada para cultivar devoção e emoção através dos sentidos. Bigfett, Booka Shade (live), Colyn, Mathame (visual show), Øostil e Patrice Bäumel comandam as vibez.

Te vejo lá? Juntos, vamos escrever mais um capítulo da música eletrônica, que segue criando novos parâmetros e elevando o nível. A mottus vem aí.

Serviço

Data: 04 de fevereiro de 2022

Local: ARCA

Endereço: Av. Manuel Bandeira, 360 – Vila Leopoldina, São Paulo – SP,

Classificação etária: 18 anos.

Setores e Preços: 

Pista: a partir de R$ 110,00

Área VIP: a partir de R$250

Ingressos aqui.