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Foto por Junior Sousa

Entenda como a colaboração de Maz e Viot, “Ocean”, reforça semelhanças entre os artistas que você nem imaginava

De um lado, Maz – um dos nomes mais relevantes da música eletrônica brasileira no cenário global, reconhecido por unir brasilidade, e sonoridades percussivas em hits como “Banho de Folhas”, remix para Luedji Luna e “Corpo e Canção (Club Mix)”, versão para Letícia Fialho, ao lado de Antdot.

Do outro, Viot – artista em plena ascensão que transita entre o minimal, o tech house e releituras de clássicos brasileiros com a liberdade criativa de quem se reinventa a cada lançamento. À primeira vista, universos distintos. “Ocean”, parceria inédita entre os dois artistas, prova que há mais pontos em comum entre suas trajetórias do que se imagina.

Com vocais do austríaco Anduze, conhecido por seu trabalho com a banda Parov Stelar, “Ocean” é uma faixa carregada de atmosfera e emoção. Ela flui entre a elegância melódica e a pulsação groovada do afro house, passando por momentos mais introspectivos que a conectam com o lado mais sensível da pista. E é justamente nesse espaço – entre o contemplativo e o dançante – que as identidades de Maz e Viot se encontram com naturalidade.

A ideia surgiu num momento em que eu estava mergulhado em referências tropicais. Ouvia muito os lançamentos da No.Art, aquela vibe house mais leve, quente, com cara de verão. Quando encontrei esse vocal, me veio na hora a sensação de estar em Ibiza.” Lembra Viot.

Vi o potencial na hora. O vocal era muito ‘catchy’, já tinha um groove maneiro”, conta Maz. A partir daí, o produtor começou a adicionar seus elementos: mexeu nas percussões, nos synths, nos pianos – até criar uma nova camada atmosférica para a música. “Ficou uma mistura real dos dois universos, tanto o som do Viot quanto o meu. Eu diria que é um house sem clap, uma fusão entre house e afro house.”

Maz, um dos artistas brasileiros mais destacados da música eletrônica mundial, construiu sua carreira explorando fusões entre a música brasileira e as batidas eletrônicas, conquistando suportes de nomes como Black Coffee, Keinemusik, Adriatique, Camelphat, entre outros. Ele moldou um som solar e altamente conectado com a pista, que alcançou o Coachella, Tomorrowland Brasil e Bélgica, EDC Las Vegas, Pacha Ibiza, entre outros. Sua assinatura está na capacidade de criar faixas que emocionam tanto quanto fazem dançar.

Viot, por sua vez, é um dos nomes mais inventivos da sua geração. Embora parta de um universo mais voltado ao minimal e tech house, o artista tem mostrado uma versatilidade impressionante, remixando nomes como Black Alien e a banda Blitz, e lançando por selos como Solid Grooves, Revival NYC e Hot Creations.

Seu trabalho é movido por uma busca constante por novas referências e estéticas, que ele costura com autenticidade e uma linguagem visual cada vez mais refinada – como se viu em lançamentos recentes como “Confession”.

Na primeira versão de “Ocean”, Viot apostou em um andamento mais acelerado e uma base de verão.

Eu já mandei direto pro Maz com a ideia de lançarmos pela Dawn Patrol”, conta. “Fazia todo sentido dentro do que a label representa.” Maz não só topou – como mergulhou de cabeça na construção da faixa. “Ele curtiu muito e quis participar junto. Trouxe o toque dele pra produção, e a ‘Ocean’ nasceu assim.” “Ocean”, para Maz, é uma música que tem tudo para ressoar tanto nas pistas quanto nos streamings: “Ela tem características para dar bom nos dois. Tô bem animado”, afirma.

A faixa é um ponto de equilíbrio raro, no qual os o percussivo e orgânicos da escola de Maz se misturam às linhas elegantes e minimalistas do universo de Viot. O resultado é uma faixa sofisticada, com vocais marcantes, texturas líquidas e uma progressão que convida tanto ao mergulho interno quanto ao movimento.

A própria Dawn Patrol Records, selo cofundado por Maz e Antdot, também entra em um novo momento com esse lançamento. Conhecida por valorizar uma estética solar e de forte conexão com o Brasil, a gravadora começa a se expandir internacionalmente com turnês pela Europa e uma curadoria mais aberta a novos diálogos sonoros.

“Ocean” surge como símbolo dessa virada: é um lançamento que respeita a identidade da label, mas também segue propondo novas pontes, especialmente com artistas de fora do núcleo original da Dawn Patrol.

Viot, nesse contexto, aparece como um nome que representa uma nova fase do selo – mais aberta, plural e disposta a explorar outros matizes da house music sem perder a conexão emocional com o público. Ao mesmo tempo, Maz reafirma seu papel como catalisador de colaborações relevantes, com olhar sensível para o que cada artista pode trazer de único para a pista.

O que poderia ter sido apenas uma faixa colaborativa se transforma, então, em uma declaração de intenções. “Ocean” é sobre expansão, mas também sobre reconhecimento. Em tempos em que colaborações muitas vezes soam forçadas, “Ocean” mostra o contrário. Ela soa inevitável – como se Maz e Viot estivessem se preparando, em paralelo, para esse encontro. E agora que aconteceu, a impressão que fica é que era só uma questão de tempo.

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