A gente pediu tanto, mas tanto, mas tanto, que eles não tinham como negar. Desde que Axwell, Ingrosso e Steve se separaram, diariamente, pedíamos o retorno do mais icônico trio da música eletrônica. A ascensão do grupo foi digna de fenômeno teen e estarreceu a cena com um som progressivo e tomou conta de evento, label, rádio, do mundo.
Porque interromper um projeto de tanto sucesso, perguntávamos. Em 2018, no Ultra, um retorno que soava apenas experimental e em 2019, o oficial, com agenda, com festivais, com tudo. Tudo mesmo?
Aí é que está. Os poucos sortudos que estiveram no México, na Suécia ou no Creamfields tiveram um sabor único e, pelos relatos, absurdamente bom. E o resto do mundo? Não se tem grandes registros desses eventos e tampouco uma agenda extensa de apresentações.
Músicas novas? EPs? Nada que tenha sido revelado. O sabor, pra gente, é amargo. A louca e deliciosa sensação do retorno, mas o silêncio no minuto seguinte foi frustrante. O que é, de fato, a volta do Swedish House Mafia? Um projeto de mídia?
Durante o hiato do trio, Axwell e Ingrosso fizeram um duo de incontáveis sucessos. Uma máquina de hits que rodou o mundo, inclusive no nosso Tomorrowland, levando seu som. Com álbum em 2017, com singles relevantes em 2018. E nada em 2019.
Nenhuma vírgula desse projeto que acontecia em ritmo acelerado e sucesso explosivo. Os fãs ficaram no vácuo, mesmo. Porque “cancelar” algo tão bom, do dia para a noite, e sem resposta aparente para isso?
Axwell e Ingrosso também tocavam seus projetos individuais. O líder do SHM foi o único que trouxe algo de novo desde a volta do trio. Duas músicas novas e um remix lançado. Nesse mesmo período, Ingrosso e Angello ficaram zerados. Nenhum material novo foi publicado.
É muita ausência para pouca resposta. Steve Angello, em 2018, trouxe ao mundo seu álbum “Human”. Foram 21 tracks, um som totalmente autoral, marcante e com a feição de seu criador. Era a mostra de tudo de mais relevante que o DJ tem e a sensação de que havia muito mais por vir. Nada veio, ainda.
Difícil saber o que o SHM pensa pro futuro e o que eles podem trazer. Todos aqui sabemos que, como já fizeram, eles têm à mão a capacidade de reeditar e ditar padrões mundiais pra música eletrônica.
Conduzir multidões em seus eventos. Eles só não podem parar. Nem o trio, nem as carreiras dos projetos que conduziam. O nosso universo se ressente. As expectativas eram e são grandes demais. O silêncio já é ensurdecedor.
É uma volta, mesmo, Swedish House Mafia?