dia do dj feliz vibez brasil
Foto via rukes.com

Eu sonhava ser DJ: Uma homenagem para aqueles que mergulharam de cabeça nessa paixão!

Curar pela música. Ter na ponta dos dedos a chance de mudar o humor, o dia, as dificuldades das pessoas, de em uma escolha certa provocar uma lágrima de emoção ao rosto de alguém. Poder mover os quadris mais sisudos da plateia. Arrancar um sorriso, incentivar um carinho, sonorizar um beijo. Promover um abraço generalizado, dar motivo pra cantarolar os versos prediletos. Quanto poder…

Sonhava, ainda criança, em ser querido como vocês. Ver uma multidão fazendo o impossível para dividir um momento. Defender o preferido como se fosse um membro da família. Muito mais. Chorar por uma foto, ir ao céu quando a música que saiu da tua mente, DJ, encontrava o meu ouvido, minha alma. Via seus olhos brilharem por verem os nossos da mesma forma. Era tanta energia que extrapolava o corpo. Arrepiava dos pés à cabeça.

Eu não entendia ainda que aquilo que vocês faziam, pulavam, cantavam, deliravam, era um trabalho. Que custavam abdicações enormes. Parecia tudo lindo, era como escolher músicas tocantes e sentir na mesma sintonia de quem ouvia. Em essência fantasiosa e lírica, e não deixa de ser, mas é tão mais complexo, intenso, difícil e custoso. A música é nossa saúde mental, nosso desafogo, nosso doping. E pra vocês?

Nem sempre é saúde. É saudade. Distância. Não ver os filhos crescerem e os pais envelhecerem. É assistir à família pela tela de um celular moderníssimo, mas apenas uma máquina. É andar de avião, ou até um jato particular, e não saber empurrar um carrinho de bebê ou pedalar ao lado dos mais queridos. É ganhar, mas abdicar, sempre. A vida toda.

Se pra nós, os 60 minutos são o encontro com a paz, a alegria e a calma, pra vocês, às vezes, é esgotamento, é limite, e estar bem, ainda que na marra. A agenda não pergunta sobre humor ou saúde. Ela tem horário, prazo, contrato, público. A pista quer novidade, quer repertório, energia, empolgação. Se for sua 4ª apresentação seguida, ainda é a primeira de quem vê. É preciso sobreviver.

DJ é madrugada criando transições, lembrando de sucessos, preparando corpo e mente pra com quem vai dividir aquele show. É entreter, repetir, repetir, repetir, e mostrar que o sentimento segue original, intacto. E vocês conseguem. Nunca foi uma relação comercial. É conexão, troca de amor, de sensações e sonhos. Por isso eu sempre sonhei em ser DJ.

A vida me fez jornalista e a única forma de tocar a track preferida e te emocionar, é escrevendo. Muito obrigado por serem as mãos e o coração de tudo isso que move nosso sonho.

Feliz dia do DJ.

Redator-Chefe