rock in rio new danc order
Foto via divulgação

Evolução da cena eletrônica dentro do Rock in Rio

Que o Rock in Rio é um festival de grande porte o mundo da música já sabe. Criado em 1985, o evento faz parte de um seleto grupo que é capaz de influenciar pessoas utilizando a marca como objeto de experiência. Ao longo destes anos já foram 19 edições, 112 dias e 2.038 atrações musicais.

A cada nova edição, a evolução – englobando logística, estrutura, atrações e público – do festival é nítida. Como objeto de explicação, a crescente inclusão do cenário de música eletrônica no evento é um exemplo claro da busca pelo sucesso. Assim, entenda como foi o progresso das atrações do segmento nos últimos anos do Rock in Rio.

2011

Como um todo, o ano de 2011 pode ser considerado o diferencial do festival no quesito mudança de perspectiva no cenário eletro-musical. Pode até parecer banal nos dias de hoje, mas, na época, a estrutura contou com seis megafones estilizados de nove metros de altura, telões para projeção de imagens em cada um deles, plataformas para bailarinas, cabine especial para o DJ e um espaço capaz de comportar mais de 5 mil pessoas. Acredite, foi uma grande novidade.

No geral, o line contou com 34 atrações entre DJs e produtores nacionais e estrangeiros. Entre os destaques, o americano Hercules & Love Affair, o alemão Boys Noize e o brasileiro Gui Boratto. Além do mais, também teve o trio britânico de trance Above & Beyond e Steve Aoki, que estava em extrema crescente naquele ano e fez sua estreia no Brasil.

Line completo: DJ DRK, Leo Janeiro, Life is a Loop, Ferry Corsten, Above & Beyond , Flow & Zeo, Mary Zander, Nicole Moudaber, DJ Vibe, Danny Tenaglia, Killer On The Dancefloor, The Twelves, Steve Aoki, Boyz Noise, DJ Ingrid, Renato Rathier, Guy Boratto, Guy Gerber, Luciano, DJ Harvey, Body and Soul, Nalaya Brown, Boss In Drama, Rodrigo Penna, Meme, Dimitri From Paris e Hercules & Love Affair.

2013

Encabeçado por David Guetta no Palco Mundo, em 2013 houve a sequência da tradição de atrações estrangeiras ao lado de brasileiros. Em uma tenda típica de raves, o Rock in Rio daquele ano contou com 27 DJs em um espaço de 40 metros de diâmetro destinado à música eletrônica.

Com um visual futurista e inspirado na forma de uma aranha robótica, a estrutura contou com pilares de 11 metros de altura em forma de patas gigantes e que projetavam imagens em uma parede. Apostando em nomes renomados como o francês Vitalic, o tunisiano Loco Dice e a dupla brasileira Felguk, o line-up também teve o sueco Otto Knows que, na época, era um jovem em ascensão.

Line completo: Sweet Beats, Ask 2 Quit Live, Life is a Loop, Otto Knows, Paula Chalup, Mau Mau, Anderson Noise, Triple Crown, Renato Ratier, dOp, DJ Harvey, DJ Ride, Gaslamp Killer, Brodinski, Gesaffelstein, Ferris, Rodrigo Vieira, Dexterz, Paul Oakenfold, Flow & Zeo, Guti, DJ Vibe, Loco Dice, Botecoeletro, Maximum Headrum, DJ Marky e Felguk.

2015

Seguindo a tendência mundial, o Rock in Rio de 2015 manteve a premissa de apostar na mistura de DJs estrangeiros com brasileiros que, desta vez, teve o número de participantes ainda maior. Ao todo foram 40 atrações, sendo o recorde do palco até então. Além do mais, até um convidado especial esteve presente: Rob Master, um robô com 3,6 metros de altura composto por instrumentos musicais, que circulou pela Cidade do Rock e também se apresentou no palco de eletrônica.

Composto por alguns dos nomes de expressão do cenário de Techno daquela época, como o irlandês Matador, Pig and Dan (um da Inglaterra, o outro da Espanha), o italiano Davide Squillace e o alemão Matthias Tanzmann. Além de dois fatos interessantes: a estreia no Brasil do americano Kerri Chandler e a comemoração dos 30 anos de carreira da americana Barbara Tucker.

De outras vertentes e também como destaques, os brasileiros DJ Memê, Felguk, Life is a Loop, Gui Boratto e Flow&Zeo encabeçaram a produção nacional daquela edição. Além da Vivi Seixas, filha do próprio Raul Seixas, e da dupla Chemical Surf, o festival ainda teve as estreias dos principais e atuais melhores DJs do Brasil no momento: Vintage Culture e Alok

Line completo: Kerry Chandler, Barbara Tucker Live PA, DJ Memê, Mary Olivetti, Vivi Seixas e participação de Lustosa, Crookers, Headhunterz, Tropkllaz, A Liga, Chemical Surf, Matador, Pig and Dan, Gui Boratto, Flow&Zeo, Karina Zeviani, Elekfantz, Vintage Culture, Anderson Noise, Mau Mau, Renato Cohen, Paula Chalup, Mau Mau, Alok, Volkoder, Felguk, Marcelo CIC, HNQO, Davide Squillace, Mathias Tanzman, DJ Vibe, Rui Vargas, Leo Janeiro, Leozinho, Conti, Mandi, Life is a loop, Diego Miranda, Ely Yabu e Amanda Chang.

2017

Diferentemente dos anos anteriores, em que a estrutura pouco teve alterações, em 2017 o projeto foi diferente. A nova cenografia passou a ocupar 1.351 metros quadrados e teve espaço coberto de mais de 700 metros quadrados. Além disso, a cabine dos DJs passou a ter apenas um metro de altura, garantindo mais proximidade com o público.

Nesta edição, a ideia de apostar mais em nomes do cenário nacional se tornou mais concreta, tornando DJs e produtores brasileiros mais da metade das 37 atrações presentes no palco de eletrônica. Os norte-americanos, Grandmaster Flash, DJ pioneiro do Hip Hop, e a produtora de House The Black Madonna.

Da parte nacional, nomes como Vintage Culture, Illusionize, Gabriel Boni, Cat Dealers e Chemical Surf encabeçaram a lista de atrações principais. De qualquer modo, foi uma mudança cultural extremamente benéfica para o cenário da música, como um todo, compreender o crescimento do eletro-musical brasileiro, que passou a ser encarado de outra forma. Ali, era o surgimento de uma ideia de espaço eletrônico que viria a se concretizar na edição seguinte.

Line completo: The Black Madonna, Selvagem, Gop Tun DJs (Caio T e Nascii), Groove Delight, Fatnotronic, Grandmaster Flash, The Gaslamp Killer, DJ Marky, Mau Mau, ZZ’s, Luciano, Andhim, Renato Ratier, Chemical Surf, Flow & Zeo, Rob Garza, Nightmares on Wax, SG Lewis, Leo Janeiro, Ney Faustini, Mumbata, Maya Jane Coles, Paranoid London, L_cio, Tessuto, Manimal, IAO Live, Illusionize, Bruno Martini, Nytron, Ely, Sha, Robert Owens Live PA, Gabriel Boni, Cat Dealers, Bruno Furlan e Zerb 

2019

Agora como uma marca própria, o novo palco da edição deste ano é denominado como New Dance Order. Como já diz o nome, é a simbolização de uma mudança de paradigma no cenário eletro-musical. Assim, o que no começo era uma tenda e depois cresceu para um pequeno palco, agora será um monstruoso palco completamente reformulado e tecnológico, com uma estrutura de 65 metros de extensão, 24 metros de altura, 560 metros quadrados de LED screen, além de shows pirotécnicos e lasers de última geração.

A grande inovação do espaço, além da uma cenografia impactante e a nova curadoria artística, será o enredo que passará por uma história de ficção apresentada em capítulos em que misturam a realidade, fantasia e possíveis futuros. Enfim, traduzindo: será um conceito muito além do que a antiga eletrônica oferecia aos seus visitantes, e algo jamais visto na história do festival.

Ademais, a principal mudança é no horário das apresentações. O que antigamente ia das 22h até as 02h ou 04h, agora irá começar às 16h e terminará por volta de 04h. Isso significa uma ampliação de, praticamente, seis horas na programação do espaço, muito por conta de uma gigantesca line com 64 atrações (recorde do festival), que será liderada por estrelas como os irmãos norte-americanos The Martinez Brothers, a dupla australiana Nervo, o brasileiro Vintage Culture, o alemão Robin Schulz, a dupla brasileira Cat Dealers, projeto formado pelos produtores israelitas Erez Eisen e Amit Duvdevani denominado Infected Mushroom, o duo também israelita Vini Vici, o sueco Alesso, o duo brasileiro Tropkillaz, o alemão Claptone e a dupla brasileira Chemical Surf.

Todos esses nomes englobam uma edição que promete ser diferenciada por tudo envolvido, desde a nova estrutura até as atrações de peso. Além disso, há nomes do cenário nacional que também estarão presentes e merecem destaque. Sem contar a participação do Alok no Palco Mundo, são eles KVSH, o duo Dubdogz, Barja, Illusionize, Bhaskar, JØRD, Bruno Be, Beowülf, Bruno Martini, Felguk, Liu e Gabe.

Jamais o Rock in Rio teve uma line de tamanha diversidade com capacidade para abranger todas as vertentes do cenário da música eletrônica. Logo, todos os caminhos levam a uma edição que tende a ser histórica.

Line completo: Alok*, The Martinez Brothers, Roland Leesker x Bruce Leroys, Nic Fanciulli, Gui Boratto, Leo Janeiro e Albuquerque, Eli Iwasa, L_cio, Rara DJs, Nervo, Marcelo CIC, Kura, Diego Miranda, KVSH, Dubdogz, Barja, Kamala, Van Breda, Vintage Culture, Volkoder, Bruno Be, Dashdot feat. Ashidah, Bhaskar, Illusionize, Jord, Evokings, Robin Schulz, Make You Sweat, Bruno Martini, Cat Dealers, Felguk, Gustavo Mota, Liu, Beowülf, Breaking Beattz, Vini Vici, Wrecked Machines, Vegas, Infected Mushroom, Mandragora, Devochka, Claudinho Brasil, Gareth Emery, Roger Lyra, Morttagua, Alesso, Santti, Shapeless, Jetlag, DJ Meme x DJ Marlboro, Tropkillaz, 2FAB, Scorsi, Rodrigo S, Baile do Saddam (Saddam & Zedoroque), Claptone, Gabe, Flow & Zeo feat. Mari-Anna, Dennis Ferrer, Fractall & Rocksted, Kolombo, Chemical Surf, Nepal, BLANCAh e MAZ.

E aí, já foi em alguma edição do festival? Conta pra gente!