Exclusiva: Sevenn relembra destaques de sua carreira e momento atual com o “Hybrid Techno”

Sevenn é um nome marcante para muitos fãs de música eletrônica ao redor do mundo, mas principalmente para os brasileiros. Com uma sonoridade poderosa, este é um projeto responsável por verdadeiros hits, com os quais você provavelmente já esbarrou por aí, seja nas maiores playlists editoriais, rádios, ou, é claro, em sets, sempre com direito a suportes de alto nível.

Com participação em alguns dos maiores festivais de música do mundo, como o Tomorrowland, Ultra Music Festival e Lollapalooza, ele é protagonista de colaborações com artistas como Tiësto e Gucci Mane, no hit “Boom”, e Alok, em músicas como “Byob”, “The Wall” e “Symphonia”. Diante desse cenário, Sevenn se consolidou como uma figura influente na música eletrônica.

Kevin Brauer é o nome do carismático DJ californiano conhecido por cativar o público como Sevenn em suas apresentações. Contaremos mais sobre sua história e seu impacto na cena mundial da música eletrônica através deste papo exclusivo.

O Início da Jornada

O que te inspirou a entrar na jornada musical? Quais foram suas referências artísticas e que condições da sua vida lhe tornaram um produtor de música eletrônica?

Sevenn: Creio que a música escolhe a gente, e não o contrário. Eu sou muito tímido e era um garoto horrível. A música foi uma saída para isso, um modo de eu me expressar de maneiras que eu não poderia, e ainda não posso, por ser muito tímido. 

Você cresceu de uma maneira incomum e interessante. Como você descreveria essa experiência e como acha que isso influenciou em quem você é hoje?

Sevenn: Crescendo numa comunidade missionária, eu fui constantemente cercado por música, músicos e estúdios. Antes mesmo dos 5 anos de idade, eu estava em estúdios, gravando vocais para músicas infantis, e isso foi uma oportunidade massiva para mim para e meus irmãos. 

O início do sucesso

No início de sua carreira como Sevenn, Kevin produzia junto de seu irmão Sean e, juntos, atingiram um sucesso imenso em pouco tempo, numa trajetória explosiva. Durante esse percurso, Sean decidiu pausar sua participação no duo, enquanto Kevin manteve o projeto. 

Quando vemos sua jornada, temos a impressão de que você, e seu irmão, até certo ponto, rápida e explosivamente se tornaram mundialmente conhecidos. Você também sente que foi assim, ou na prática foi um processo muito mais longo? 

Sevenn: Tudo aconteceu de forma muito rápida e muito lenta ao mesmo tempo. Cada um de nós trabalhou com a música por pelo menos 13 anos sem obter nenhum grande sucesso. Então, tudo aconteceu de uma só vez e de um jeito que a gente nunca esperou, creio que isso seja a vida. Eu realmente ainda não fui capaz de processar tudo isso, mas acho que não mudamos como pessoas, num todo. No mínimo, mais grato e agradecido por essa experiência única na vida. 

Qual foi o momento em que você teve certeza que despontou, e que teve certeza que o projeto Sevenn se tornou relevante?

Sevenn: Eu estava na academia, e minha música tocou no rádio. Quase chorei. 

De longe, qual foi a maior conquista em sua carreira? E quais próximas conquistas você já está almejando?

Sevenn: “Boom”, com o Tiësto, Tomorrowland, viajar o mundo tocando músicas para as pessoas, com certeza. A oportunidade de conhecer tantas pessoas incríveis ao redor do mundo. No que diz respeito às conquistas, eu quero criar algo realmente massivo, um show, uma peça, um álbum, talvez tudo junto. Algo como um álbum com conceito futurista, que envolva escuridão e luz, emoções profundas e glória. Algo que as pessoas possam ouvir e se sentirem conectadas em outro nível. Talvez algo envolvendo ciência… Como uma trovoada num vulcão transformado em música.

O que você diria que faz suas músicas e performances se sobressair? 

Sevenn: Eu dedico muito cuidado e muitas horas em coisas relacionadas a música, pesquisando canções, fazendo música antes de um set para tocar apenas uma vez e nunca mais. É um fato que aquilo que você cuida é o que se manifesta, então eu tento colocar meu coração na música, para fazer o meu melhor, entregando as melhores músicas/performances possíveis. 

Sevenn e o Brasil

Percebemos que você tem uma relação muito forte com o Brasil, tanto com suas collabs com artistas Brasileiros, quanto como sendo amado por diversos fãs daqui. Como você se sente quanto a isso, e como essa relação se iniciou?

Sevenn: Tendo vivido tanto por aqui e naturalmente há uma conexão. Os brasileiros se divertem muito, é tão fácil se conectar e se relacionar e se deixar levar quando todo mundo também está. Nem todo país é assim, e provavelmente isso começou com a reciprocidade em se divertir, festejar e viver muito, assim como a maioria dos brasileiros fazem.

Influência na criação do Slap House

Além desta relação próxima com o povo brasileiro, parece que outra coisa chamou a atenção de Sevenn para o Brasil: Uma sonoridade nacional em ascensão. Em suas diversas colaborações com o Alok, a potência do Brazilian Bass se fez presente em suas músicas, demonstrando sua familiaridade com o gênero. Antes disso, porém, em seu primeiro lançamento “Colors Of The Rainbow”, timbres característicos do Brazilian Bass apareceram, fatores que o tornaram ainda mais querido para o público brasileiro. 

Muitas pessoas atribuem o surgimento do Slap House ao Brazilian Bass. E você, foi uma pessoa que esteve entre o “hype” do Brazilian Bass, e logo depois explodiu com o Hit Boom, junto de Tiësto, usando uma sonoridade muito próxima do Slap House, porém anos antes dele bombar. Podemos atribuir sua influência com esses subgêneros, ao surgimento do Slap House?

Sevenn: Ah, totalmente, eu lembro de fazer músicas similares ao Slap House, em 2016, e de alguns dos meus amigos dizerem que aquilo era porcaria. Mas isso era inevitável! Não tem nada mais adorável que um Bass, Kick, e Vocais. Eles se encaixam perfeitamente no espectro de frequências. Acredito que o desafio agora seja fazer o Slap House dançante, muitos dos Slap House que eu ouço, não imagino sendo tocados nas pistas de dança. É por isso que eu segui em frente e criei o “Hybrid Techno”. (Piscadela) 

Uma nova etapa criativa em sua carreira

“Hybrid Techno” é um novo conceito musical que Kevin Brauer está trazendo para a cena eletrônica, buscando, dentre diversas coisas, transitar entre múltiplos gêneros e subvertentes, sem se apegar à regras, com referências de Melodic Techno, House, Afro House, como um modo de deixar as coisas mais interessantes na Dance Music.

Inspirando-se em long sets que transitam entre essas vertentes e brincam com os ritmos, trazendo diversas experiências aos ouvintes, o “Hybrid Techno” tem inspiração no ato de dançar por horas e sem parar.

Com um EP intitulado “Hybrid Techno”, lançado em julho de 2021, Sevenn trouxe à tona pela primeira vez esse nome, e agora levanta a bandeira para outros nomes da música eletrônica, apostando neste conceito como uma próxima tendência musical, enquanto dá um novo e importante passo em sua carreira.

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