Salve, meus caros e minhas caras, Diogo O’Band da NOMMAD Media por aqui! Chegou a hora de falar de um dos ingredientes mais misteriosos (e poderosos) por trás de qualquer hit: a familiaridade.
E não, não estou falando de você conhecer o artista ou já ter ouvido falar da música antes, estou falando de algo muito mais profundo e, digamos, programado no nosso cérebro. Isso envolve não só a repetição, tanto na produção musical quanto na nossa experiência de escutar a música, mas também o papel que isso desempenha em fazer de uma música um verdadeiro hit.
Então se você quer entender como grandes hits são criados (e repetidos até a exaustão), cola comigo que tem ciência aqui no meio!
O Poder da Familiaridade nos Hits Musicais
Se você pensar nos maiores hits que já ouviu, vai notar algo em comum entre todos eles: são incrivelmente familiares. Eles podem até soar novos à primeira audição, mas sempre têm algum elemento – seja melodia, harmonia ou até mesmo o timbre da voz – que faz com que a gente se conecte com eles de cara. Isso não é acidente, é estratégia.
Estudos mostram que o cérebro humano tende a preferir aquilo que já lhe é familiar. Em um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Cambridge, eles descobriram que quando somos expostos a estímulos auditivos (como uma música), nosso cérebro “premia” a familiaridade, liberando dopamina – o que gera aquela sensação de prazer que sentimos ao ouvir algo que gostamos . Isso explica por que músicas com elementos já conhecidos ou que nos remetem a outras que já ouvimos podem se tornar hits tão rapidamente.
Além disso, artistas e produtores de sucesso muitas vezes usam progressões de acordes ou padrões rítmicos familiares, e com um motivo claro: sabem que isso ressoa com o público. Não é à toa que certos gêneros musicais têm progressões e sons recorrentes, como o famigerado acorde de IV-V-I que se repete no pop e no EDM. A familiaridade é uma espécie de atalho para a aceitação.
A Repetição: O Coração do Hit
Agora, vamos falar de um outro pilar essencial dos hits: a repetição. Se você já ouviu a mesma música algumas vezes e começou a gostar mais dela, isso não é coincidência, é ciência. Quanto mais ouvimos uma música, mais tendemos a gostar dela. Isso é algo chamado “efeito de exposição” ou “efeito de familiaridade”, estudado pelo psicólogo Robert Zajonc, que descobriu que quanto mais somos expostos a algo, mais acabamos gostando .
Mas aqui não estamos falando só da repetição na audição da música, estamos falando também da repetição dentro da própria produção musical. Sabe aquela melodia que não sai da sua cabeça, aquele riff de sintetizador ou aquele drop que faz o público enlouquecer na pista? Tudo isso é estrategicamente repetido ao longo da música para criar uma espécie de “ancoragem” no seu cérebro.
O hit “Shape of You”, do Ed Sheeran, é um exemplo perfeito. A linha melódica simples e repetitiva (aquele riff que você consegue reconhecer a quilômetros de distância) é o que faz a música grudar como chiclete na cabeça das pessoas. Ou pense em Get Lucky, do Daft Punk: a repetição é tão bem trabalhada que a música inteira vira um loop viciante. Esse tipo de repetição cria uma sensação de conforto e previsibilidade que, ao mesmo tempo que relaxa, te mantém conectado.
Repetição e a Popularidade Crescente de uma Música
Agora vamos juntar os dois conceitos: familiaridade e repetição. A repetição dentro da música e a repetição da própria música (tocando várias vezes) são uma combinação quase infalível. Quanto mais uma pessoa ouve uma música, mais familiar ela se torna, e quanto mais familiar, mais o cérebro a “recompensa” com uma dose de prazer.
A Universidade do Arkansas realizou uma pesquisa que reforça isso. O estudo apontou que a exposição repetida a uma música aumenta significativamente a probabilidade de gostar dela . Isso porque nosso cérebro tende a criar padrões e a reconhecer repetições, o que gera aquela sensação de satisfação quando a música chega no refrão, ou quando aquele drop volta com tudo depois do build-up.
Mas atenção: o segredo não é apenas tocar a mesma coisa o tempo todo, e sim balancear a repetição com pequenas variações. Músicas que acertam na mão da repetição sem se tornarem cansativas conseguem fisgar o ouvinte de maneira eficaz, enquanto aquelas que exageram podem acabar sendo descartadas.
A Repetição nas Plataformas de Streaming
Agora pense no papel das plataformas de streaming. O algoritmo do Spotify, por exemplo, é desenhado para sugerir músicas que são familiares para o seu gosto musical. Se uma música já teve algum nível de engajamento, o algoritmo provavelmente vai recomendá-la para mais usuários – e quanto mais as pessoas ouvirem, mais elas vão gostar, reforçando o ciclo. É por isso que hits acabam sendo “repetidos” não só pelas rádios ou playlists, mas também por essas plataformas.
Essa dinâmica é amplificada pela cultura do “repeat”: quanto mais as pessoas colocam uma música no loop, mais elas começam a gostar dela – e aqui temos novamente o ciclo de familiaridade e repetição agindo a favor do sucesso.
Conclusão
Se você é artista ou produtor de música eletrônica e quer criar hits, precisa entender o poder da familiaridade e da repetição. Incorporar elementos que já são reconhecíveis para o público pode ser o caminho mais curto para a aceitação, e a repetição, tanto na estrutura da música quanto na audição dela, é o truque que vai fazer sua faixa grudar na mente das pessoas. E como vimos, tudo isso é embasado pela ciência.
Lembre-se: hits não nascem do nada. Eles são cuidadosamente planejados e estruturados para se tornarem familiares e repetíveis. E com essa dose de ciência musical, espero que você consiga dar o próximo passo na sua carreira de artista.
Um abraço a todos e até breve, Diogo O’Band.