Conhecido como o fotógrafo oficial de Vintage Culture, Pepe é um apaixonado por arte, seja ela como for, e aqui neste bate-papo contamos um pouco mais sobre suas muitas facetas, que agora também passam pela arte de ser DJ, sua mais nova especialidade! Confira:
Como você ingressou na fotografia de artistas e festivais? Teve algum fotógrafo que te inspirou?
Pepe: Comecei fotografando artistas de um jeito meio louco. Eu frequentava o Clash Club, em SP, e sempre procurava fotos da festa, mas o que eu encontrava era só fotografia social, raramente tinha alguma foto de DJ ou da casa que mostrasse como a noite tinha sido.
Em uma noite que o E-cologyk estava tocando, pedi o Caio Mass para me apresentar ao E-cologyk, e então eu disse: “Cara, quero ser seu fotógrafo, não o da balada”.
Na época o serviço não existia, nós dois entramos nessa sem saber o rumo que iria tomar. Minha inspiração maior era o Gui Urban, que fazia a Anzuclub, sempre admirei o trabalho e tive a oportunidade de aprender muito com ele.
E quais foram suas maiores lições trabalhando no mercado da música eletrônica?
Pepe: É difícil pontuar as maiores lições que a vida na noite me trouxe, porque sou filho dela há tanto tempo que não sei dizer o que eu não aprendi com ela (risos). Mas acho que a maior de todas e que carrego comigo é “respeito e educação com todos pode nos levar a lugares que nunca sonhamos, mas a falta desses dois fatores também podem te tirar tudo”.
Qual é o maior desafio na fotografia? Como se profissionalizar ainda mais?
Pepe: Os maiores desafios de um fotógrafo são: comprar equipamentos bons – tudo de foto sempre foi muito caro, mas agora com o dólar está tudo uma fortuna (risos), e junto com isso a valorização do nosso trabalho, é muito difícil, principalmente no começo, os clientes pagarem um valor justo pelo trabalho.
Hoje já existem alguns cursos on-line muito bons pra quem quer ingressar na fotografia, inclusive o meu, mas o meu curso é um pouco mais focado na profissionalização como um todo do fotógrafo de eventos/DJ. Estudar é a melhor forma de se profissionalizar, não só por meios tradicionais, afinal a vivência é a melhor escola.
Se você tivesse que enviar uma foto para algum museu, qual seria e por que?
Pepe: Seria essa fotografia dos monges. Essa foto foi em uma tour com Vintage, na Ásia. Sempre que vou para fora do país faço uma lista de coisas que quero fotografar dos lugares onde vou. Estávamos na Tailândia e eu não conseguia fazer uma foto de monges que eu gostasse. Saindo do último passeio, entrando no táxi, vi esses monges atravessando a rua. Eu desci do táxi corri, fiz uma única foto, em seguida um ônibus parou e acabou com minha graça.
Fotografia e música convergem na arte, como você se vê dentro desses dois mundos?
Pepe: Minha fotografia é feita de música, uma é o combustível da outra. Sempre fui fanático por música eletrônica, isso me ajudou muito na fotografia. Conhecer o assunto que você está fotografando, independente de qual for, é primordial. Não adianta ser fotógrafo de moda se você não entende de moda. Com a música eletrônica não é diferente. Acho que depois de falar isso é fácil entender o porquê estou tocando, e fazendo cenografia também (risos), tudo ligado à música eletrônica, sempre.
Você considera que fotografar artistas de música eletrônica te influenciou a se tornar um DJ?
Pepe: Com certeza! Nesses quase 10 anos de fotografia tive a oportunidade de conhecer e ouvir muitos DJs de diversos estilos pelo mundo. Esse acúmulo como expectador com certeza me moldou.
E dentro da produção musical, qual sonoridade você deseja espalhar?
Pepe: Sou e sempre fui do Progressive House, daqueles bem melódicos que vão crescendo e enchendo o peito. Mas hoje trago pros meus sets muito Afro House, House e Deep House, o que acaba influenciando na minha produção.
O que eu busco hoje é um meio termo disso, não quero me apegar a um estilo sendo que toco alguns. Minhas tracks acredito que sempre irão pro lado mais melódico, e o que eu conseguir trazer dos outros estilos para agregar ao meu será sempre bem-vindo (risos).
O Fabrizio será mais tempo como “Pepe” ou “Meriva”? Como conciliar?
Pepe: Conciliar tudo tem sido um desafio para quem estava há um ano e meio praticamente parado, mas tem sido muito gostoso. Já aconteceram algumas vezes situações nas quais fiz a cenografia da festa, fotografei e ainda tive a oportunidade de estar no line-up. Esse é meu ideal, é o ponto de equilíbrio.
Eu sei que terão fases um pouco mais Pepe e outras um pouco mais Meriva, estou tão curioso quanto vocês pra saber como será, estou me preparando pra isso, então acho que vai dar tudo certo e vai rolar bastante Meriva e Pepe por aí!