“Música eletrônica para quem não usa apenas roupa preta” – frase cunhada por Lee Burridge, criador da marca All Day I Dream, a protagonista deste review, que nas próximas linhas vai contar como foi a experiência de duas noites iluminadas por vibez amenas, cheias de paz, cor e boas vibrações. Viva conosco uma jornada memorável no Greenvalley, a casa que renasceu para abrigar sonhos em forma de melodia.
A Eletro Vibez honrou as palavras que batizam a label e experimentou um pouco do que é ver um pensamento idealista se tornar realidade. Atravessamos os céus, tocamos as nuvens, que ilustram as peças de Lee, e desembarcamos em um espaço de vida que emana sua essência sem precisar se explicar. A capela que existe no GV é um santuário para celebrar um ambiente propício à magia.
Com o luxo habitual de ser o melhor do mundo por tantos anos, fomos recebidos com muita elegância, afinal o carinho reside nos pequenos detalhes e nos grandes momentos.
O chão acinzentado é uma alusão não intencional ao que restou da antiga versão do GV, que se reergueu florida, saudável, iluminada e envolta por muito verde, que é a cor da esperança. Imagine pensar que a destruição se fizesse luxo e tivesse numa borboleta seu símbolo – tudo isso aliado à casa lotada e com uma noite que versa sobre os “sonhos que temos”. Foi tudo real.
Diferente do que se imagina para a música eletrônica, a decoração destas noites teve flores, cores, sabores e uma doçura incomum para compor um ambiente acolhedor, divertido, leve, amoroso e tranquilo. Pelas controladoras passaram nomes mais e menos novos, mais e menos experientes, mais e menos conhecidos, todos eles envolvidos por algo muito maior que nomes e vaidades: os sentimentos.
Em nenhum momento as potentes caixas de som do GV foram exigidas ao máximo de seus graves, nem mesmo aos seus agudos, o que se viveu em Santa Catarina foi um novo e incomum modo de experimentar melodias e beats eletronicamente concebidos.
O orgânico diz respeito ao passado, ao que se fazia com poucos recursos técnicos, mas ele agora retorna em uma roupagem tecnicista e tecnológica, mas que segue sua essência percussiva, tocante, leve e agradável. São referências que chegam do Afro, do humano, do House que conversa com sonoridades mais “simples”, mas com alta carga de conforto. É preciso viver para entender.
O Greenvalley quebrou muros históricos da cena eletrônica ao fazer um Weekend dedicado a essa sonoridade, a esse público – e fomos surpreendidos com a casa lotada. Oferecer aos seus adeptos o incomum, coisa que sempre fez em sua história, mas potencialmente nunca de forma tão incisiva. São lembrados aqueles que optam pelo novo, quando ele ainda é só uma ideia.
O “bom dia, Greenvalley”, não foi só um sonho, aconteceu!
