Com ‘Freaks like Freaks’, mindfreak assina sua estreia na gravadora Not Too Fancy ao lado de Ramah e Y&M, e entrega um som direto, carregado de identidade e intenção. Nesta entrevista, o artista fala sobre o processo criativo, a força do vocal e como vem consolidando sua linguagem dentro da música eletrônica.
Como surgiu essa conexão com o selo e o que ela representa pra você nesse momento da carreira?
Foi o Ramah quem enviou a faixa pro Matheus, e ele curtiu logo de cara. A partir dali, a conversa fluiu naturalmente. Eu já acompanhava o trabalho da Not Too Fancy e sempre achei que a proposta do selo tinha muita conexão com a estética e o momento que estou vivendo no projeto. Então esse lançamento representa mais do que uma oportunidade — é uma validação artística de uma fase em que estou mais seguro da minha identidade.
Você compartilhou que a ideia da faixa nasceu a partir do vocal. O que ele significava pra você naquele momento?
Esse vocal me pegou de primeira. Ele tem uma força, uma presença… é quase um comando. “Let me see you vogue, let me see you drip…” — aquilo já carregava uma ideia de pista, de linguagem, de código. Quando ele chega em “Freaks like freaks”, parece que conecta com algo mais profundo, como se falasse com uma comunidade invisível. Senti que a faixa precisava girar em torno disso.
A construção sonora da track chama atenção pelo equilíbrio entre o impacto e a contenção. Foi algo pensado desde o início?
Total. A ideia era deixar a música seca, direta. O primeiro drop, por exemplo, entra do nada. Sem firula. Pensei nisso propositalmente pra pista, pra gerar esse momento de surpresa. Queria que a track funcionasse com o mínimo, mas que cada elemento tivesse peso, sabe?
Como foi trabalhar com o Ramah nesse processo?
Foi leve, direto. Eu tinha a base, o vocal e uma ideia de estrutura. O Ramah entrou trazendo uma estética mais indie, que somou muito. A gente ficou trocando versões, ajustando detalhes… mas sem excesso. A track andou rápido porque estávamos alinhados no objetivo: deixar ela limpa, certeira, com assinatura.
A estética visual da campanha também carrega peso e conceito. Até onde isso é intencional dentro do seu projeto como um todo?
Muito. O mindfreak é um projeto que nasceu com essa ideia de identidade completa. Não é só sobre o som. É sobre o que está por trás, a forma de comunicar, o que você quer provocar em quem escuta ou assiste. O visual da campanha segue essa narrativa de reconhecimento entre os que são diferentes. É mais sobre sentir do que explicar.
Você acredita que essa faixa inaugura uma nova fase para o projeto?
Acredito que sim. Talvez seja a faixa que mais me representa até agora. Não sei se esse vai ser “o” som do projeto daqui pra frente, mas com certeza é o que faz mais sentido pra mim hoje. É onde estou agora — tanto musicalmente quanto artisticamente.
E o que vem depois? Já tem próximos passos planejados?
Tenho alguns lançamentos engatilhados, inclusive uma collab internacional. Mas o foco agora é fazer com que essa faixa reverbere, chegue a novas pessoas, abra portas e convoque quem se identifica com o projeto. Quero continuar trabalhando o mindfreak de forma sólida, cuidando do discurso, da estética, das collabs… tudo com tempo, com critério.