Se tem uma coisa interessante sobre a dance music é a possibilidade de imprimir personalidades diferentes dentro dos moldes de uma vertente. Não importa o tipo de som; se você tem artistas com identidade, expertise técnica e visão, o resultado de suas experimentações será interessante. É o que rola com o sexagésimo lançamento do Warung Recordings, o EP “Dear Mom Susan”, da Mai Lawson.
A DJ e produtora argentina virou destaque internacional de alguns anos para cá, fato consolidado com seu protagonismo na capa da Mixmag caribenha e uma agenda performática lotada todos os meses. Uma razão para essa exportação musical se deve ao equilíbrio evidente que Mai busca transpor entre as suas raízes latino-americanas e as sonoridades clubber em voga na dance music global.
Assim, “Dear Mom Susan” é uma reafirmação da beleza do organic house, mas com um toque ainda mais etéreo, para além da permissividade tradicional do gênero. Neste som, Mai Lawson toma o seu tempo para contar uma história. São dez minutos de uma jornada sonora fluida, com breaks melódicos bem dinâmicos e áudios reflexivos sobre a experiência da vida, da liberdade e da criatividade na Terra.
Maz é o primeiro remixer do EP, vindo em seguida da track original. Ele, que virou rapidamente o artista de ouro do afro house no nosso país, embarca na proposta de Mai com um foco especial no groove, além da bateria tribalística que já é esperada pelos seus seguidores. É a cara do Warung e é a cara das pistas mais engajadas do organic house.
Por fim, há a presença marcante do Valdovinos, talentoso DJ e produtor de Buenos Aires. Aqui, ele aposta numa estrutura clássica de house e deep, em mesclagem com a hipnose melodiosa de Mai. É como um organic progressivo; um pouco de groove, um pouco de sonho.
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