Música boa nunca fica velha
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Música boa nunca fica velha!

Se imagine num grande festival. Último show do dia, palco abarrotado, expectativa imensa. O que você espera ouvir desse artista que lá está? O pressuposto básico é que essa figura tem um background de sucessos ao longo da carreira e, naturalmente, imagina-se que eles sejam reproduzidos nesta apresentação. Então, a questão: sucessos tem idade? 

Antes deste artigo surgir, o redator que vos instiga assistiu a dois shows. Dimitri Vegas e Like Mike nos Tomorrowland de 2012 e 2019. Durante uma hora, em cada edição, dez músicas foram comuns em ambas as apresentações. Um lapso temporal que beira uma década e algumas composições se mantém intactas, exaltadas pelos fãs e executadas pelos artistas. Será que diante disso, eles, os DJs, se veem obrigados a usarem dos clássicos ou optam por isso como segurança de apresentação?

Recorrendo a edits e mashups, além de remix de seus próprios sons, eles retomam o momento nostalgia em todo show. Quando ousam não fazer, são apupados pela falta desse momento da memória afetiva. Há na nostalgia uma trava da novidade? Criar coisas diferentes pode ser um movimento arriscado para um nome de grande sucesso? Seria David Guetta com o Future Rave um exemplo de quebra do paradigma? Até que sim, mas ele já tem remixes de seus velhos clássicos na nova pegada. Os laços são fortíssimos. 

Você, como consumidor, aceitaria não ouvir seus sons mais reconhecidos em favor da progressão de conteúdo de um DJ? A liberdade de criação, sem qualquer dúvida, cresceria caso um profissional não temesse a reação das plateias com sua revolução interna, mas a indústria suportaria colocar seu core, seus maiores palcos e eventos, em risco ao não apostar na velha receita dos hits? Qual sua posição nessa dividida de interesses? 

Há, no entanto, um fato incontestável: a música boa não fica velha. Nunca. De forma alguma. Clássicos moram na eternidade.

Redator-Chefe