Música eletrônica é mais contagiosa do que uma gripe, diz estudo

Um novo estudo matemático encontrou uma grande semelhança entre a disseminação de doenças epidêmicas e a música pop, sugerindo que eles ganham força por meio de métodos semelhantes. E a música eletrônica, concluíram os pesquisadores, provou ser a mais contagiosa de todas.

O The Guardian relatou que o estudo usou um modelo numérico padrão de doença epidêmica, o modelo SIR, como ponto de partida, testando-o contra as tendências de download de músicas de 2007 a 2014 no Reino Unido. A fórmula foi aprovada com louvor. Descreveu essas tendências musicais tão bem quanto fez com a propagação de doenças.

Isso apóia a idéia de que tanto a música quanto às doenças infecciosas dependem de conexões sociais para se espalharem pelas populações. A grande diferença é que, para as músicas, não precisa necessariamente ser contato físico.”, disse Dora Rosati, a principal autora do estudo.

A equipe de Rosati também calculou o número básico de reprodução de diferentes gêneros, que descreve a facilidade com que um vírus pode se espalhar através de uma população. A música eletrônica saiu em disparada com uma estimativa colossal de 3.430 plays. Isso é 10 vezes mais do que o rap/hip-hop, que aparece como o segundo gênero mais contagioso, com 310.

A razão pela qual podemos ver alguns R0s altíssimos para as músicas é que você pode simplesmente publicar um tweet que já é capaz de infectar uma centena de pessoas de uma vez. Você pode espalhar uma ‘doença’ musical muito mais rápido do que uma doença infecciosa.” explicou o Dr. Thomas Rawson, um pesquisador de doenças no Imperial College London.

Para referência, o número básico de reprodução do COVID-19 fica entre seis e sete, de acordo com biólogos do Scripps Research Institute.

Talvez o que esses números estejam nos dizendo é que os fãs de música eletrônica tendem a ser mais apaixonados por suas músicas favoritas. Ou talvez a rede social de fãs de música eletrônica esteja mais fortemente conectada,” acrescentou Rosati.

Você pode ler o estudo completo, publicado em Proceedings of the Royal Society A: Mathematical and Physical Sciences, aqui.