New Wave e Synthpop – O início, o fim e o renascimento de dois dos gêneros mais emblemáticos da década de 80

A música é uma arte em constante evolução e parte importante desse processo pôde ser notado ao final dos anos 70, época na qual o Punk Rock e sua postura revolucionária, politizada e libertária começou a ceder espaço para um movimento menos sisudo, mais irreverente, que ainda se inspirava nas diretrizes do Punk, porém, mais popular, comercial e algo futurista para os padrões da época, o New Wave.

Aqui vamos abordar brevemente o início, as características e o caminho percorrido pelo New Wave e sua variante mais importante, o Synthpop, os quais influenciaram não apenas a música em si, mas o modo como a mesma seria produzida e consumida, além da estética e o comportamento de toda uma geração.

New Wave

No final da década de 70 bandas como The B-52’s, Devo, Blondie e The Pretenders, foram responsáveis por iniciar a transição entre os movimentos Punk e New Wave, passando a abordar em suas letras temas mais alegres e rotineiros envoltos em uma sonoridade dançante e moderna, padrão este, que viria a ser seguido pela indústria da música na década seguinte.

Com o surgimento da MTV americana, em agosto de 1981, o desenvolvimento da cultura dos videoclipes foi um elemento fundamental para o crescimento do gênero, pois este tinha na estética uma de suas características mais marcantes, claramente notada pelo visual algo exagerado dos artistas, abusando de cores e acessórios, além do uso de elementos incomuns como o neon e o acrílico na composição dos figurinos.

Porém, a partir da metade da década de 80, o New Wave iniciou um processo de saturação, perdendo gradativamente a sua força até sucumbir ao surgimento de novas vertentes como o R&B, o House e o Grunge, mas sem deixar de lado a sua inegável importância histórica para o desenvolvimento da cultura Pop.

The B-52’s – Private Idaho (1978)

Blondie – Heart Of Glass (1978)

Synthpop

Considerado um subgênero do New Wave a origem do Synthpop remonta a um período anterior a este, mais precisamente no início da década de 70, época na qual os alemães do Kraftwerk inovaram ao introduzir sons, ruídos e beats eletrônicos, utilizando o sintetizador como instrumento central na concepção de suas músicas.

Nomes como Depeche Mode, The Human League, Gary Numan, Duran Duran e Eurythmics, traduziram com exatidão os conceitos do novo gênero, incorporando às suas referências musicais a temática e o uso intenso de instrumentos eletrônicos, reproduzidos exaustivamente em faixas que tornaram-se verdadeiros hinos, atravessando gerações e permanecendo relevantes até os dias de hoje.

Kraftwerk – The Model (1978)

Depeche Mode – Just Can’t Get Enough (1981)

Mesmo com tão pouco tempo de existência – durou algo em torno de 5 anos – o Synthpop foi fundamental para o surgimento da House Music, ao mesclar seus sons sintéticos e dançantes a Soul e a Disco Music, além de impactar diretamente na criação do Techno de Detroit e de influenciar todas as vertentes que a Dance Music moderna viria a produzir a partir dali.

Frankie Knuckles – Your Love (1987)

Passadas quatro décadas, o movimento New Wave, assim como seu sub-gênero mais famoso, continuam servindo de fonte inspiradora a artistas em busca por unir elementos do passado a uma sonoridade contemporânea, algo claramente notado em “Blinding Lights” do The Weeknd, ou nos álbuns: “Future Nostalgia” de Dua Lipa e “Harry’s House” de Harry Styles, além de faixas do penúltimo disco de Miley Cyrus, “Plastic Hearts”.

Essa combinação comprova o quão bem sucedido é o retorno do uso dos sintetizadores como elemento principal na concepção musical, resultando em algo novo e atrativo para o grande público, mas ao mesmo tempo, criando uma sensação de déjà vu e nostalgia em quem já teve o prazer de viver essa época de ouro da música Pop.

The Weeknd – Blinding Lights (2020)

Miley Cyrus – Midnight Sky (2020)

E aí, curtiu nossa viagem no tempo?! Deixe seu comentário em nossas redes sociais. Bora fazer Vibez?!