Criatividade e inovação são conceitos fundamentais em nossas vidas, independente do contexto em que se aplicam, e que podem ser interpretados de diversas maneiras. A criatividade pode ser uma ideia inicial que, ao entrar em combustão, se intensifica e é colocada em prática em forma de inovação.
Aqui iremos falar sobre como pessoas com boas ideias, genuíno empenho nelas, e principalmente criatividade, criam tendências mundiais e exercem genialidade diante da cultura da música eletrônica.
Mas não só isso, como também iremos contar como a própria música eletrônica veio da inovação e da necessidade de se criar algo novo.
Algo que não é novidade para nós, mas que sempre nos impressiona de maneira incessante, é o fato de que boas e fortes ideias têm o potencial de impactar e mudar o mundo, seja qual for o foco dela.
Na música eletrônica, com o surgimento de artistas que são capazes de desenvolver suas idéias de maneira inimaginavelmente fora da curva, ainda assim criando novidades que amamos, nos deparamos constantemente com este conceito.
Nós vivemos em um momento no qual a criação de novas ideias efervescem, e o melhor de tudo, onde temos acesso direto a essas mudanças que refletem novas perspectivas culturais.
Em 1970, um grupo musical alemão decidiu aproveitar uma tendência que vinha cada vez mais se tornando comum na música, os sintetizadores, que na época estavam sendo adaptados para modelos portáteis, fazendo com que estes equipamentos, que antes eram imensos, agora pudessem fazer parte de performances ao vivo com mais facilidade, além de começar a marcar presença em mais produções musicais.
Porém, o diferencial deste grupo foi o fato de que suas músicas eram feitas inteiramente através destes equipamentos, tornando sua sonoridade mais sintética e “eletrônica”, o que além de impactar o cenário da música, o tornou reconhecido como um dos pioneiros da música eletrônica. Assim, a banda Kraftwerk iniciou um movimento imparável no mundo, através de uma perspectiva inovadora para sua época: Não só aliar, mas fundir a música com a tecnologia.
Nas décadas seguintes, isto serviu como base para a criação de gêneros como o House de Chicago, que por sua vez também influenciou o Techno de Detroit. Utilizando-se de sintetizadores portáteis mais acessíveis, os precursores desses gêneros trouxeram a sonoridade eletrônica, agora aliada com batidas e “grooves” dançantes provenientes de máquinas sequenciadoras de ritmos, além de vocais marcantes, assim mais uma vez revolucionando a ideia de música eletrônica e moldando o cenário que conhecemos atualmente.
Hoje, a música eletrônica é produzida em computadores pessoais, e também com os controladores MIDI, que são amplamente utilizados em performances ao vivo, e que diferentemente dos sintetizadores, que produzem o próprio som, eles controlam um software (DAW) que produz o som, e dentro de um computador só, consegue ter acesso à vários sintetizadores, o que facilitou ainda mais essa portabilidade.
Ou seja, o acesso a sintetizadores digitais abre o leque de produção, bem como a diversos ritmos e timbres de bateria com facilidade. A qualidade na qual se atinge hoje é absurdamente maior devido ao que os produtores têm acesso nestes dias, e a tudo que a tecnologia nos proporciona.
Porém, isso, de maneira alguma, deixa para trás o passado da música eletrônica, muito pelo contrário, os ritmos e timbres do House e do Techno se mantêm fortes e são reinventados e fundidos com as tendências que a inovação tecnológica proporciona para a produção de música eletrônica.
O que podemos analisar em nossos ídolos, é o fato de que nem sempre a inovação trata-se da criação algo novo, mas sim da reformulação de idéias existentes, onde as mesclando e imprimindo sua personalidade em cada trabalho, cria-se uma nova percepção de identidade, assim como aconteceu naturalmente com a própria música eletrônica.