Eles não pertencem ao mesmo núcleo criativo, à mesma base de fãs e nem mesmo aos mesmos ambientes de festas. Eles não são colaboradores em comum, mas podem unir a cena nacional todinha, por completo, em definitivo.
Alok e Vintage são duas formas distintas de entender e viver a música eletrônica, mas eles compõem, somados, o que o Brasil tem em seu ambiente artístico.
Alok foi formado no Trance, nos festivais e raves nos quais seus pais estavam. A carreira o fez “pai” do estilo que tomou conta do país há alguns anos e que formou boa parte da geração que comanda a música por aqui.
Alok também quebrou as barreiras do desconhecido, do preconceito. Foi às rádios, foi à TV, tocou em reality shows, fez show ao vivo na maior emissora do país em horário nobre. Ele popularizou o que era conhecido e amado por poucos.
Vintage é a retenção do conceito base, das festas, da música eletrônica para quem vive a música eletrônica. Passou, pouco a pouco, a construir uma legião de gente que ouve “Vintage”, como sinônimo de EDM.
Criou seu próprio festival, desenvolveu seu próprio vocabulário, mudou os conceitos de festa, de baile, até de tempo. O melhor fica além do fim. É after. É uma cultura de música que saiu do interior do Brasil para os palcos da Bélgica sem fazer estágio no mainstream.
Em certo momento, criaram, não eles, uma rivalidade que nunca existiu e que seria a pior das opções. Eles não precisam competir, restringir, questionar. Eles não dividem, eles somam, acrescentam e fortalecem a cena. Há de se entender que, juntos, eles compõem a totalidade da nossa cena e mostram que não precisa haver eles e nós, mas a nossa música, o nosso povo, os nossos sonhos e as nossas maiores e melhores vibez.
A collab não é só uma música, é uma prova, um anúncio, um momento e até mesmo um pedido. Se eles se uniram, por que os fãs não repetem o gesto? STB, Villamix, Tomorrowland ou uma live qualquer. É música. É o nosso espaço. Em épocas de segregação e de luta, a gente tem o exemplo da união. Pela cena, pelo combate aos problemas, pela ajuda aos necessitados, pelo nosso mundo, pelo nosso país.
Revisão por Hector Lopez