Mudar é preciso, e poucos sabem tão bem disso como Thomas Wesley Pentz, mais conhecido como Diplo. Nascido em em Tupelo, Mississippi, passou a juventude na loja de iscas de seu pai e se fixou em peixes-boi, crocodilos e dinossauros com a esperança de se tornar um paleontólogo.
No entanto, ele acabou buscando uma educação em estudos de cinema, começando em algumas faculdades da Flórida, mas terminando sua graduação na Filadélfia, na Temple University, em 2003. Antes de se mudar para a Filadélfia, Pentz havia se mudado temporariamente para o Japão para escapar da vida cotidiana na América.
Para se sustentar durante e depois de se formar na Temple, assumiu alguns empregos diferentes na Filadélfia: assistente social, mentor de escola e funcionário de cinema. Ele mal conseguia pagar o aluguel, e a frustração estava atrapalhando seu desenvolvimento musical.
POUCO ORÇAMENTO, MUITA FORÇA DE VONTADE
Diplo juntou forças e recursos com seu amigo DJ Low Budget e iniciaram suas próprias noites de clube na Filadélfia, que eles chamaram de Hollertronix. A festa começou como uma noite divertida de Dance Music, mas floresceu em uma subcultura underground, atraindo multidões de toda a Costa Leste.
Sob o apelido de Hollertronix, lançaram a altamente elogiada mixtape “Never Scared”, na qual já foi possível ver a incrível capacidade de Diplo de misturar gêneros e não se prender em rótulos, o álbum foi listado como um dos melhores do ano pelo New York Times, de 2003.
EM UM RELACIONAMENTO SÉRIO COM O BRASIL
Diplo conheceu o Funk Carioca através de duas amigas argentinas e foi amor à primeira vista: ficou deslumbrado com o som e resolveu vir ao Brasil ver com o próprios olhos do que se tratava esse movimento, antes desconhecido por ele. A paixão foi além do ritmo dançante, que utilizava das batidas do Hip-Hop Old School/Electro e do Miami Bass, estilos muito admirados por ele, o interesse foi também cultural.
Ele viu no funk uma semelhança muito grande com o dirty south, rap produzido em sua terra natal, no sul dos Estados Unidos. Assim como o funk carioca, o dirty south sempre foi relegado a um segundo plano, classificado como “música de pobre”. Ao ver com seus próprios olhos a natureza do funk carioca, Diplo se sentiu em casa.
Retornou para os Estados Unidos carregado de discos de funk e inspirações, e foi em 2004 quando a gravadora britânica Big Dada lançou o álbum solo de estreia de Diplo: Florida, uma peça mais downtempo com foco na melodia, instrumentais e influências do dirty south, electro, hip hop, funk carioca e ragga.
No mesmo ano, lançou a mixtape Favela On The Blast, uma compilação mixada de funk que atraiu atenção e a curiosidade da mídia. E, assim, Diplo despontou, acumulou uma série de colaborações com artistas brasileiros ao longo dos anos e foi um dos grandes responsáveis por exportar o gênero ao mundo.
TRABALHO DECENTE
Em 2006, Diplo criou a gravadora Mad Decent, cujo primeiro lançamento foi um álbum e um vinil do quarteto curitibano Bonde do Rolê. Em julho, ao lado do Bonde e do grupo paulistano Cansei de Ser Sexy, parte para uma turnê pelos Estados Unidos e Canadá. Antes, em maio, também com o Bonde, fez uma série de apresentações pela Europa.
O selo ajudou a introduzir o baile funk brasileiro e o kuduro angolano em grandes clubes ao redor do mundo. Teve também um forte papel na popularização do moombahton, um gênero de música eletrônica criado pelo DJ Dave Nada.
Esse gênero foi amplamente difundido pelo DJ Dillon Francis depois de colaborar com Diplo na faixa de 2011 “Que Que”. O selo também é conhecido por sua série de festas em grandes cidades conhecidas como o Mad Decent Block Party.
DIPLO + SWITCH = MAJOR LAZER
Major Lazer foi formado em 2008 pelos produtores Diplo e DJ Switch, desde o início, o projeto tem como foco ritmos latino americanos, como reggae, dancehall, reggaeton, e moombahton. Se instalaram na Jamaica em 2009 para gravar o primeiro álbum de estúdio da dupla: Guns Don’t Kill People… Lazers Do. O álbum foi fortemente influenciado pela música dancehall jamaicana e apresenta participações de artistas locais em todas as faixas.
Guns Don’t Kill People… Lazers Do foi aclamado pela crítica, Napster, um serviço de streaming muito popular na época, classificou de 10º melhor álbum do ano. Após o lançamento, Major Lazer foi comercialmente e criticamente aceito pela comunidade reggae e é frequentemente creditado por mudar a comunidade e os gêneros do dancehall, reggae e moombahton, tornando-os mais aceitos comercialmente nos Estados Unidos.
O grupo passou por várias transformações, e hoje em dia é composto por Diplo, Walshy Fire e Ape Drums, juntos, os três conquistaram o mundo com sua mistura de ritmos dançantes vindos das mais variadas nacionalidades. Colaboraram com grandes artistas como Tyga, Bruno Mars, Ariana Grande, Ellie Goulding, Nicki Minaj, Travis Scott, Camila Cabello, Quavo, Justin Bieber, entre outros…
E ainda produziram a faixa Pon De Floor que posteriormente deu origem ao mega hit de Beyoncé, Run the World.
E não para por aí… da inquietude de Diplo, ainda vieram mais 3 super projetos:
JACK Ü
Dupla formada com o DJ e produtor Skrillex, em 2013, com foco no Trap e Bass Music. Juntos, acumularam dois prêmios Grammy: um na categoria de “Melhor Álbum de Música Eletrônica”, com o disco “Skrillex and Diplo Present Jack Ü”, e outro na categoria de “Melhor Gravação de Dance Music”, com a faixa ‘Where Are U Now’, com Justin Bieber, que também foi 12 vezes platina.
SILK CITY
Juntou-se com o lendário produtor Mark Ronson, mais conhecido por suas colaborações com artistas como Amy Winehouse, Adele, Lady Gaga, Lily Allen, Robbie Williams, Miley Cyrus, Queens of the Stone Age e Bruno Mars. E ainda detentor de sete prêmios Grammy. O grupo colaborou com artistas como Dua Lipa, Daniel Merriweather, Mapei, GoldLink e Desiigner, e tem uma sonoridade voltada para o Electro Pop.
LSD
O sugestivo nome deste projeto vem de das iniciais de seus integrantes: Labrinth, Sia e Diplo, que descreveu o som do grupo como “uma música pop vinda do espaço, épica, aleatória e incrível”. O trio usa e abusa de artes psicodélicas e surrealistas em suas peças gráficas e vídeo clipes e entrega uma experiência audiovisual única.
REPERTÓRIO = CRIATIVIDADE
Quando se fala em criação, a bagagem de cada um é uma ferramenta valiosa e indispensável. Tudo o que você assiste, escuta ou lê, faz parte do seu repertório cultural. E quanto mais você faz essas coisas, mais recursos terá na hora de criar. Ao longo de sua carreira, Diplo acumulou um extenso repertório de referências que o permitiram fluir entre inúmeros gêneros da música e fazer isso com tanta maestria.
Em seu currículo podemos encontrar faixas de Tech House, Pop, Funk, Moombahton, Hip Hop, Dubstep, Trap, Electro, Dancehall, Reggae e infinitos outros estilos… tudo isso graças a anos de pesquisa, estudo e curiosidade. O que podemos aprender com Thomas Wesley Pentz? Saiam da sua zona de conforto! Corram atrás do que é novo e inexplorado, só assim você irá conseguir conquistar um repertório que te permita ir mais longe, seja qual for a sua área de atuação.
Diplo é, sem dúvidas, um dos artistas mais versáteis do mercado, ele é movido pela inovação, pelo diferente, e o mais importante: sua insaciável curiosidade e paixão pela música. Indo aonde ninguém foi, arriscando-se com o desconhecido, quebrando paradigmas e caminhando contra tendências, Thomas Wesley, o multi talentoso artista Diplo, conseguiu chegar ao topo e manter uma carreira sólida e de excelência ao longo de todos esses anos, onde se mantém até hoje.