A ideia era reviver os clássicos que Rita, que não é adepta a guardar suas obras em um lugar de carinho em sua memória, para que eles retornassem ao mundo contemporâneo e com uma nova roupagem. O projeto de remixes, liderado pelo filho da dupla, que é DJ e produtor, tem a intenção de celebrar a obra do rock e do pop em um produto eletrônico. Com 37 faixas, a ousadia e os detalhes da produção encantam.
O primeiro volume do projeto foi lançado na última sexta-feira (9) com 12 faixas. Apesar de haver mais dois volumes ainda não revelados, mas já confirmados para os próximos meses, o processo de construção demandou tempo e esforço, como contou João ao portal POPline:
Para escolher os DJs, me reconectei com conversas e encontros que tive ao longo dos anos. Muitos me falaram que gostariam de remixar ou fazer uma releitura de determinada música dos meus pais. Ou seja: foi um trabalho de conectar pontas e montar o quebra-cabeça de quem faria cada música, qual delas seria mais techno, house, latina ou mais drum’n’bass. Posso dizer que cada música tem uma história e um motivo para estar lá”, conta João.
Em uma carta divulgada à imprensa, Rita conta que João sempre quis conduzir esse projeto, mas tudo caminhou quando Universal Music se interessou e deu a ele passe livre para produzi-lo. Ela ainda diz, elogiando os profissionais da música eletrônica.
Apesar de sempre ter sido chegada numa parafernália eletrônica roqueira, confesso que pouco conhecia sobre esse mundo mágico dos DJs e seus diferentes beats/estilos musicais que hipnotizam a garotada para soltarem suas asas numa pista de dança. A pandemia em nada atrapalhou os remixes, pois todos os DJs que foram convidados costumam ter seus próprios estúdios em casa”.
No primeiro álbum, já lançado, aparecem remixes de “Mania de você”, com Dubdogz & Watzgood, “Lança perfume”, assinado pelo francês The Reflex; Gui Boratto com “Mutante”; “Vírus do amor”, pelas mãos de Krystal Klear;“Doce vampiro”, ganha a visão de Inner Soto; “Saúde” é produzida pelo duo Tropkillaz; “Nem luxo nem lixo” vem pelas mãos de Chemical Surf e “Atlântida” é de Renato Cohen.
Foram três anos de uma extensa pesquisa e muita dedicação ao projeto ‘Classixx Remix’. A Rita Lee é uma das maiores artistas da nossa música brasileira e uma compositora que sempre esteve à frente de seu tempo. Temos a alegria de ter boa parte de seu repertório no catálogo da Universal Music. O João Lee fez um trabalho primoroso e trouxe para esse lindo projeto um timaço de DJs produtores, que fizeram novas leituras incríveis da obra dela. Um projeto lindo e difícil de escutar e não se emocionar”, afirma Paulo Lima, Presidente da Universal Music Brasil.
João, formado em administração de empresas, optou por ser produtor e DJ, e hoje acumula mais de 25 anos de experiência na música eletrônica, bagagem essa que entre participações em grandes eventos na cena, o conectou com todas essas feras, que agora figuram no álbum de remixes de sua mãe. Ele também deu sua contribuição como DJ, na releitura de “Jardins da Babilônia”.
Eu estava na dúvida se eu faria um remix ou não. Não é por nada, mas estava sem tempo, com tantos detalhes do projeto para resolver. Mas, quando estava quase tudo pronto, acabei recebendo ‘Jardins’ em multitrack. E senti que ela não poderia ficar de fora. Não é uma música fácil de fazer, tem uma pegada bem roqueira e tive que trabalhar muitos elementos – como a bateria de forma específica -, mas acabou saindo naturalmente e ficou legal”, revelou em entrevista ao portal Popline.
Com DJs de todo o mundo, que trazem seus estilos diferentes e visões distintas, o catálogo de Rita Lee & Roberto de Carvalho é revisitado de forma coesa e em um momento mais que oportuno. Vale demais conferir o resultado. Ouça abaixo: