SHM o retorno, parte 2 – Músicas novas, promessas de shows e álbum

O retorno do SHM começa com a icônica track "One", ganhando uma versão orquestrada em colaboração com sueco Jacob Mühlrad.

O Swedish House Mafia voltou, isso é um fato. Com turnê programada, com músicas compostas, com lançamentos disponíveis, com entrevistas esclarecedoras, com tudo o que deveria haver para validar um retorno. Como Rockstars, promoveram um drama mexicano ao contar a história da pausa, das crises, brigas e desalinhos. Não que tenha sido fácil, mas faz parte do marketing. Agora, ao lado de supostas 45 tracks já prontas, vão lançar – ALELUIA, irmão – um álbum de originais. Não era sem tempo.

Sou um entusiasta desse projeto, daquele tipinho patético que chora com uma das meia dúzia de tracks que produziram. Steve, Sebastian e Axwell, em carreira solo, tem hits aos montes, quilômetros de sucessos, mas o trio, trio mesmo, tem pouca história composta para contar. Algo que desabone a genialidade? Não pra mim, um emocionado profissional que jamais teve maturidade para ‘Don’t Worry Child’. O ponto desse artigo, no entanto, é questionar o tamanho da história real.

Sigo irremovível com a ideia que os fãs deram ao SHM muito mais do que receberam. Mas, assim, muito mais. Eles foram alçados ao panteão dos sagrados sem ter justificado, na prática, que mereciam o título. Reitero: não é falta de talento, nunca foi e nem será, mas é sobre dedicação à causa. Temos exemplos de projetos que duraram uma vida, que tem um pergaminho de produções e não receberam essa idolatria. Não que caiba o parâmetro, mas cabe o pedido por mais.

Sabe porque eu coloco essa discussão para jogo? Porque a saudade cria afetos imaginários e um brilhantismo questionável. Tivemos, e ainda temos, saudades. O Swedish House Mafia aparece como um meteoro, emplaca um hit, roda o mundo fazendo shows, não produz um álbum, não foi contemporâneo da modernidade e não tem zilhões de sets gravados. Ou seja, o imaginário saudosista tornou a compreensão indevidamente nebulosa. O que era bom, na realidade, se tornou fantástico, na falta dele. 

Falo por mim, senhoras e senhores: eu amo esse projeto. Eu amo esses caras. As migalhas que nos deram foram suficientes para manter minha idolatria e isso me deixa puto da vida. Eu não deveria gostar tanto de tão pouco, mas here we are. Pois bem, esse prelúdio todo para dizer a vocês que, PARECE ter chegado a hora deles entregarem à medida proporcional ao que estamos emprestando há uma década. Turnê, álbum, composições, sonoridades – dedicação.

Fico de plantão e cheio de fé que essa volta seja, mesmo, uma volta para sempre. Pode durar alguns breves anos, mas que seja intensa ao ponto de ser lembrada, vista, ouvida e consumida. Eu quero ir a um show, cantarolar minhas favoritas, conhecer as novas, sabe? Ter a experiência que todo fã merece ter. E, sendo sincerão com vocês, eles também merecem. Foi tudo muito forte nessa história, quase nunca foi legal. Tá na hora de ser, para todos nós.

Divirtam-me, Swedish House Mafia.