Na foto: Inner City

Top 5 – Artistas Mais Importantes da Dance Music dos Anos 90

A história da Dance Music moderna já é conhecida por muitos, o que eu vou abranger neste artigo são os artistas mais importantes do início desta Era e a importância para o crescimento do estilo no mundo todo. 

Lembrando que essa é uma lista feita com as preferências e a vivência do autor, que viveu a época e, até pela idade, corre o risco de deixar alguns artistas para trás, tão ou mais importantes do que os que constam aqui.

Bora viajar no tempo e conhecer um pouco mais sobre esses pioneiros na arte de fazer você dançar.

INNER CITY

O “Inner City” surgiu por volta dos anos 80, em Detroit, misturando o Techno de um dos seus criadores, Kevin Saunderson, com a House Music que ecoava da vocalista Paris Grey.

Criaram grandes sucesso e hinos no período antecessor à Dance Music, como “Big Fun”, “Good Life”, “Pennis From Heaven”, entre outros, levando o som deles a criar uma vibe a ser seguida por diversos outros produtores na época.

Lançaram 3 álbuns de estúdio entre os anos de 1989 e 1992. e diversas compilações de remixes e “the best of”. 

Em 2020, precisamente, 28 anos depois do lançamento do último álbum de inéditas, retornaram com o disco intitulado “We All Move Together”, que trouxe o filho de Kevin, Dantiez Saunderson, e uma nova vocalista Steffanie Christi’an em sua nova formação.

SNAP!

O “Snap!”, assim mesmo, com o ponto de exclamação no final, surgiu em 1989 na Alemanha, e trazia a potência dos vocais do rapper Turbo B e da vocalista Penny Ford.

O primeiro hit do grupo, “The Power”, explodiu no mundo todo e fez o grupo ficar muito famoso com a sua mistura de Hip Hop com House, atingindo o topo das paradas, tanto na Europa quanto nos EUA, e fazendo muito sucesso aqui no Brasil também.

O álbum de estreia, “World Power”, trouxe ainda os hits “Oops Up”, “Cult of Snap”, “Mary Had a Little Boy” e “Believe The Hype”, esta baseada em uma música do grupo de rap americano “Public Enemy”, o que mostrava uma tendência muito mais voltada para o Hip Hop, coisa que começaria a mudar já no segundo álbum, chamado “The Madman’s Return”.

É nele que está o maior hit da banda, a inovadora “Rhythm is a Dancer”. A música, que virou o hino de uma década, foi o segundo single do álbum e trazia, nessa fase, os vocais de Thea Austin e Turbo B, que mesmo contrariado com a sonoridade que o grupo estava seguindo, ainda deixava sua marca nas faixas deste disco.

Deste mesmo álbum ainda foram lançados os singles “Do You See the Light” e “Exterminate”, porém, em versões bem diferentes das originais, contando desta vez com os vocais da ex-dançarina da Madonna, Nikki Harris.

Totalmente diferente dos anteriores, “Welcome to Tomorrow”, lançado em 1994, já não contava mais com Turbo B e Thea Austin, e tinha a cantora Summer como vocal principal, investindo pesado em um som mais progressivo, voltado para o House, pitadas de Trance e até um pouco de Techno.

Este, porém, não alcançou o mesmo sucesso dos anteriores e, para muitos, foi o início do fim da banda, que em 2000 ainda lançou o inexpressivo “One Day On Earth”, com o retorno de Turbo B, mas sem a mesma força da época de ouro do grupo.

BLACK BOX

Talvez o mais bem sucedido projeto de Ítalo House – assim como era chamada a House music produzida na Itália, o Black Box era um grupo formado pelos produtores Daniele Davoli, Mirko Limoni e Valerio Semplici, além da modelo belga Katrin Quinol, que representava a imagem do grupo nas capas dos singles, álbuns, material de divulgação e dublando as canções.

Estas, por sua vez, eram cantadas pelas divas da Disco Music, Martha Wash – devidamente creditada – e Loleatta Holloway – que teve seus vocais sampleados sem permissão e utilizados no megahit “Ride On Time”, o que fez o grupo ter que pagar uma fortuna em indenizações por uso indevido de sua voz.

O Black Box teve 2 álbuns de músicas inéditas lançados ao longo de sua breve carreira, sendo “Dreamland” o mais famoso deles, inclusive ganhando disco de ouro nos EUA e na Grã-Bretanha, e emplacando pelo menos seis singles nas paradas e clubes da época. Ouça alguns abaixo:

Em 2021, pouco mais de 30 anos do lançamento do álbum original, “Dreamlanders” foi lançado, com novas versões dos clássicos, desta vez mais voltadas ao Nu Disco e à Disco Music dos anos 70 e começo dos 80.

C & C MUSIC FACTORY

Um dos mais premiados projetos de Dance Music americana da época, o “C & C Music Factory”, era formado pelos produtores Robert Clivilles e David Cole, e pelos vocalistas Freedom Williams e a cantora Zelma Davis, que, em alguns casos, apenas dublava as canções, já que várias delas, mais uma vez, utilizavam a voz – dessa vez sem permissão – da grande Martha Walsh, que acabou processando o grupo e ganhando o direito na justiça de ter seu nome creditado no álbum e nos singles lançados, algo bem comum na época.

A sonoridade do grupo transitava entre a House Music, passando pelo Hip Hop, R&B e Pop, criando verdadeiros hinos tocados até hoje em qualquer festa que se leve em conta. 

“Gonna Make You Sweat (Everybody Dance Now)”, “Here We Go (Let’s Rock & Roll)”, “Things That Make You Go Hmmmm…”, “Just a Touch of Love” e “Keep It Comin’” e uma nova versão para “Pride (In The Name of Love)” do U2, foram os grandes sucessos do grupo e fizeram com que os produtores ganhassem notoriedade e trabalhassem com grandes nomes do pop da época, como a novata Mariah Carey, Whitney Houston, New Kids on the Block e tantos outros.

O grupo lançou 3 álbuns de inéditas e algumas coletâneas, porém, em 1995 teve o seu sucesso abreviado pela morte prematura do grande David Cole, vítima de uma meningite espinhal.

ACE OF BASE

Foi na Suécia que novamente surgiu uma banda pop capaz de abalar as estruturas da música no início da década de 90, assim como ABBA já havia feito nos anos 70.

Formada inicialmente pelos irmãos Jonas Berggren (Joker), Malin Sofia Katarina Berggren (Linn) e Jenny Cecilia Berggren mais o amigo Ulf Gunnar Ekberg (Buddha), o Ace Of Base bebeu na fonte do grande produtor Denniz Pop para introduzir o seu som reggae pop dance e criar hits que invadiram o mundo, como “All That She Wants”, “Wheel Of Fortune” entre outros, e tornar o álbum de estreia da banda, “Happy Nation”, o álbum de estreia mais vendido do mundo, segundo o Guinness Book.

O sucesso foi tanto que “Happy Nation” foi lançado nos EUA, porém renomeado para “The Sign”, que era uma das faixas inéditas incluídas nesta versão americana, além de “Don’t Turn Around” e “Living in Danger”, e alavancaram ainda mais o sucesso da banda ao redor do mundo e na terra do Tio Sam, onde “The Sign”, o single, ficou 6 semanas no topo da parada da Hot 100 da Billboard.

Em 1995, foi lançado o segundo álbum da banda intitulado “The Bridge”, que trouxe grandes sucessos como “Lucky Love”, “Beautiful Life” e “Never Gonna Say I’m Sorry”.

Em 1998, foi lançado “Cruel Summer / Flowers”, álbum que já não obteve o mesmo sucesso a nível mundial e os maiores destaques foram as faixas-títulos, já que “Life Is A Flower” foi lançada apenas na versão europeia do disco.

Só que, como nem tudo são flores, o enorme sucesso da banda acabou trazendo à tona revelações pessoais, como um passado neonazista de Ulf Gunnar e uma fã enlouquecida invadindo a casa dos pais dos irmãos Berggren e colocando uma faca no pescoço da Jenny, exigindo que ela convocasse todos os integrantes da banda, pois queria ter a oportunidade de conhecê-los.

Todos esses problemas afetaram muito Linn Berggren, que começou a não viajar mais com o grupo e ter sua foto sempre desfocada ao fundo no material de divulgação, o que acabou ocasionando a sua saída da banda em 2007.

Em 2010, já com outras vocalistas substituindo as irmãs Berggren, o Ace Of Base, lançou seu último álbum de inéditas, “The Golden Ratio”, que fez um relativo sucesso na Europa, mas nada comparado aos bons tempos de “All That She Wants” e “The Sign”.

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