Hot Bullet vibez indica
Foto via divulgação

#VibezIndica: Hot Bullet

Natural da capital paulista, Marco Violent, a mente por trás do Hot Bullet, coleciona passagens marcantes pelos principais clubs do país, grandes festivais como Tomorrowland Brasil, Electric Zoo, Universo Paralello e Tribe, além de turnês internacionais.
 
O projeto vêm se consolidando cada vez mais como um dos principais nomes do Tech House nacional e por isso é o nosso #VibezIndica da vez! Confira:

O que te influenciou a entrar no universo da música eletrônica?

Eu sou viciado em música eletrônica desde a minha infância, por influência de um tio, e pelos amigos mais velhos que já frequentavam algumas baladas de música eletrônica nos anos 90. Com 13 anos, eu já trabalhava como office boy, e gastava meu salário com CDs e fitas cassete virgens, para poder gravar algumas músicas no rádio.

De onde nasceu a ideia do projeto?

O projeto nasceu com a junção de outros dois projetos: o meu solo, chamado Marco Violent, e o do Marc e Fernando, chamado Dolce AV. Gostávamos da mesma linha de som. Um dia nos conhecemos em uma festa, as ideias fluíram, e tivemos a ideia de juntar tudo num projeto só.

Tivemos a ideia de montar o projeto em agosto de 2013, mas a primeira apresentação nossa só veio acontecer em dezembro de 2013.

Os outros dois membros saíram do projeto, em momentos diferentes. O primeiro foi o Fernando, que era o VJ do projeto. Saiu pois nem todos os lugares que íamos tocar tinham Led para projeção. Depois, toquei como dupla com o Marc por 3 anos até o final de julho do ano passado, quando ele deixou o projeto para seguir outro rumo.

O nome do projeto tem alguma história por trás?

Hot Bullet foi um nome escolhido em comum acordo pelos três membros formadores do projeto (Marco, Marc e Fernando). Não lembro quem teve a ideia inicial do nome, mas a gente curtiu o nome na hora. Queríamos algo que pudesse ser fácil de lembrar. Rs

Referências musicais e artistas que te inspiram?

Eu tenho muitas e muitas referências. Acho que música tem muito a ver com estado de espírito, e tem dias que é melhor você ouvir um tipo de som. O que posso dizer é que minhas referências vão muito além de música eletrônica. Busco referência em Rock, disco, soul, Hip hop, etc.

Como você definiria o som que você produz?

Hoje gosto de dizer que produzo músicas alegres, felizes. Ao invés de me prender a gêneros, prefiro dizer que gosto de fazer música feliz.

Como funciona seu processo criativo?

Não existe uma receita muito exata no meu processo de criação. Eu começo a maioria dos meus sons pelo “drop”, e depois faço o que os produtores chamam de “apenas esticar as pontas”. Pra mim, música não tem hora e nem lugar pra fazer. Quando a ideia vem, você tem que parar tudo o que tá fazendo, e botar “no papel” a ideia.

Qual o seu setup de produção?

Meu setup é super simples no meu estúdio em casa. Tenho um Mac mini, com Ableton, Logic e FL instalado, muito banco de samples, um par de monitores KRK, e uma placa Native Instruments. Não tenho um estúdio tão sofisticado, mas não é desculpa para não produzir. Minha primeira grande música, eu fiz num notebook que travava mais que trânsito, e num fone de ouvido velho.

Durante seu set, é possível ouvir quais tipos de músicas?

No meu set, procuro sentir o que a galera está buscando em termos de vibe. Gosto hoje em dia de tocar Bass House, Tech House, e algumas vezes até o novo “Progressive House”, dependendo da pista. Gosto também de desenterrar muito som clássico. Quem me acompanha sabe que em todos os sets toco músicas mais antigas.

O que você pensa do momento da música eletrônica no Brasil? 

Acho que a música eletrônica no Brasil passa pelo seu melhor momento, sendo presença constante na mídia e tendo espaço nos festivais, como nunca antes.

Hoje é comum a gente ouvir música de artista brasileira nos rádios, e também ouvir as músicas dos artistas nas playlists de todo mundo. Foi-se um pouco daquele complexo de termos que ouvir e assistir show de artistas de fora. O som feito no Brasil é bem aceito aqui, e isso é uma conquista!

O que você enxerga em termos de sonoridade pro mercado nos próximos anos?

Enxergo que nos próximos anos estaremos mais uma vez nos adaptando às sonoridades mais aceitas no mercado, e descobrindo novos talentos que trarão esses sons. Vejo uma forte solidificação da cena Techno e Tech House no Brasil, com festas itinerantes e de muita identificação. Além de um resgate da cena Trance, com muitos eventos à moda antiga, e com forte base de fãs.

E vejo também uma mudança dentro do mercado mainstream nacional, com a crescente popularização e volta de gêneros como Progressive House, e a inovação de gêneros variados do Bass House, mas com aquela identidade brasileira inconfundível, sem obedecer parâmetros de segmentação de gênero.

Cite algo que você ama/admira na música eletrônica:

Algo que amo e admiro? Gosto da conexão do DJ com o seu público. Seja em rede social, seja no presencial quando pode tirar uma foto e conversar ali um pouco, seja num set que emociona a pista. O DJ também é uma pessoa do público, que vez ou outra, também para pra ouvir outros DJs tocarem. A música tem que tocar o coração, e isso não é pra todo mundo.

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Por Stefani Rocha com edição Lorena Sá