Foto via divulgação

#VibezIndica: Pirate Snake

Raul Mendes Jorge Neto, 37 anos, é de Brasília / DF e já passou por vertentes como Psy Trance e Electro House. Recentemente, criou um novo projeto, que vem lhe rendendo bons frutos! Conheça mais sobre o Pirate Snake neste #VibezIndica!

O que te influenciou a entrar no universo da música eletrônica?

Pirate Snake: O que me influenciou foi uma cena do filme “Blade”, em 1998, na qual vampiros fazem uma festa em um lugar secreto, com uma entrada toda cercada de seguranças, e arrastam humanos para serem suas vítimas. Jorra sangue, no drop principal da música, pelos canos da tubulação, que seria de água, do sistema de emergência de incêndio. Se não me engano, é a cena de abertura. 

Eu vi o filme no cinema, tinha uns 15 anos e aquilo me fez ir atrás daquele “tipo de música e festa” (risos). A track dessa cena era um Technão que bombava na época: Voodoo & Serano – Blood Is Pumping. E logo as minhas pesquisas me levaram para o Warp Brothers. Eu fiquei viciado.

Você fez algum curso para aprender a produzir ou foi na base da força de vontade, com tutoriais de youtube e dicas de amigos? Como e quando surgiu? 

Pirate Snake: Eu aprendi a tocar em uma situação bem engraçada. Eu tinha meus 16 pra 17 anos e estava maravilhado com tudo aquilo de festas eletrônicas e tal. Um amigo comprou escondido dos pais duas CDJ100 e um MIXER VMX 300, da Behringer, com uma grana de poupança que era da avó dele. Ele morava perto de mim e deixou na minha casa os CDJs.l. A gente treinava todo dia após o colégio. Era final de 2000/2001. Tudo na base da força de vontade.

Na época, o que estava hype na cena era o Psytrance. Achava irado aquele lance da cultura de festas afastadas (como no filme Blade), batida eletrônica rápida, melodias transcendentais, então comecei a tocar esse estilo.

Referências musicais e artistas que te inspiram? Como você definiria o som que você produz?

Pirate Snake: Hoje em dia eu tenho produzido bastante Tech House e House, e comecei a testar algumas coisas progressivas. Então tenho prestado atenção em muitos sons de artistas que variam de Martin Ikin, Biscitis, Michael Bibi, Sonny Fodera, Chris Lake, até nomes como Artbat. 

Mas falando em referência mesmo, procuro usar muito coisas de Jazz, Blues e Soul, que inclusive é o que eu mais gosto de escutar. Só dá isso no meu carro, por exemplo. E o maior artista de todos os tempos para mim é o Tim Maia. Hoje, honestamente, não consigo definir o meu som, pois faço de tudo um pouco. É um som “heterogêneo”.

Como funciona seu processo criativo?

Pirate Snake: Eu normalmente começo pelos drums e kick e vou para o baixo. Procuro achar o groove do som para começar a desenvolver o resto. Aí depois eu vou montar os drops e suas variações. Estendo o som procurando melodias que fiquem legais, vocais também e deixo os breakdowns normalmente por último. Mas isso, claro que não é uma regra. Só que acontece muito! 🙂

Qual o seu setup de produção?

Pirate Snake: Não tenho muita coisa, não, sabe. Tenho 2 monitores Yamaha, minha placa de áudio é uma Scarlett Solo de terceira geração. Tenho um controle Akai MPK mini para melodias e até mesmo beats simples. Mas gosto de “brincar” com beats e drums no Akai Apc20.

Durante seu set, é possível ouvir quais tipos de músicas?

Pirate Snake: Meu set hoje é feito basicamente com músicas autorais, mas acabo tocando algumas coisas de outros artistas brazucas como Pleight e Dakar, por exemplo, e alguns poucos sons que eu acabo vendo no beatport e acho bacana. Mas gosto mesmo é de tocar meus sons.

Cite algo que você ama/admira na música eletrônica:

Pirate Snake: Amo ver a música eletrônica conectando vidas e culturas ao redor do mundo. Tem algo mais incrível do que um festival de música eletrônica como o Tomorrowland, por exemplo? Tem gente do mundo todo, e que curte os mais variados estilos de e-music.

Quais são outros 3 artistas brasileiros que se assemelham ao seu estilo de produção e a galera precisa ficar de olho?

Pirate Snake: Pleight, Dakar e LOthief, sem dúvida, são os que mais se assemelham. Até porque somos amigos e fazemos muitas coisas juntos.

Duas produções suas que marcaram:

Pirate Snake: Cada som novo, pra mim, é basicamente melhor do que o antigo. Eu aprendo mais e mais e mais.

“Happiness”, em parceria com o Pleight, que é uma música mais “soft”,  é, até hoje, a música com mais plays somando as versões Rádio e Extended. Teve muitos suportes nacionais e internacionais. Até do Calvin Harris teve. Pegou as maiores playlists editoriais do mundo.

“The Moment”, com LOthief, seria a segunda. Foi feita por mim para participar de um contest de um artista nacional foda que eu admiro muito. Mas para vocês verem como a música é muito subjetiva. Não chegou nem à final aqui no Brasil, mas mostrei ao LOthief, ele disse que tinha um outro vocal perfeito pra ela, colocou, deu mais um tapa e saiu no selo principal da maior gravadora do mundo,  a Spinnin’.

Tem alguma novidade extra ou algo que o público deva saber de você?

Pirate Snake: Novidade? Que esse é só o começo do meu projeto Pirate Snake. Tem muita música boa já assinada em gravadoras gigantes do Brasil e do mundo, grandes festivais, e clubes já fechados esperando o final da pandemia para eu tocar e que você vai me ver muito por aí.

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