Dois dos mais icônicos locais de Curitiba serviram de palco para a oitava edição do Warung Day Festival. Se a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame são, por si só, imponentes, as coisas tomam outra dimensão quando o assunto é Warung.
O espírito do templo toma espaço a céu aberto, e o local ganha um cunho quase místico, como uma experiência que permeia o evento.
Logo cedo era possível ver o festival tomando forma, momento marcado pelo cheiro de natureza e sol forte. As decorações asiáticas impactantes, pareciam fazer parte do local desde sempre, enquanto as imensas estruturas de palco, se integravam ao seu redor.
As diversas lojas já se estabeleciam, a movimentação da equipe era enérgica, mas ordenada, e o público começava a chegar. Antes mesmo de começar, o festival parecia respirar, funcionando como um organismo, algo empolgante de se ver, mesmo que o som ainda não tivesse começado.
Lado a lado estavam o Warung e o Pedreira Stage, dois palcos que, apesar de próximos, eram separados por uma acústica de ponta.
O Warung Stage, palco principal, trouxe um pouco do espírito do templo através de sua decoração, e fez pessoas como eu, que não tiveram a oportunidade de vê-lo de perto, sentir um pouco dessa energia. Artistas como Vintage Culture, Camelphat e Adriatique, juntaram multidões, e fizeram deste palco um festival por si só.
O Pedreira Stage era muito mais intimista, com uma estátua hipnotizante centralizada no palco, e integrado com os imensos rochedos da pedreira, espaço que me fez sentir conectado com a natureza. Shows de artistas como Anna, Eli Iwasa e Renato Ratier estiveram em perfeita sintonia com o local, e mostraram que não somente a curadoria foi certeira, como também a distribuição dos artistas.
Ainda sim, o Ópera Stage foi o mais impressionante. Havia ali algo charmoso, e extremamente atraente. Entre os palcos, foi o que mais transbordou natureza, envolto por um lago, floresta e rochedos, ligado por uma ponte àquele que agora, parecia ser um mundo externo.
A redoma feita de tubos de aço e estrutura metálica transmite grandiosidade, abriga um dos mais importantes palcos de teatro da cidade, e é local de requintados concertos e eventos. Para o Warung Day Festival, sua estrutura interna foi alterada para um palco de arena, que transformou a Ópera num clube de respeito, condizente com sua elegância.
Quando eu achava que não podia estar mais imerso naquela experiência, anoiteceu, e tudo ficou mais intenso. A pedreira, as árvores e a água foram tomadas por luzes coloridas, enquanto nos palcos, lasers preencheram os ares.
Uma imensa estrutura com elevador e escadarias de metal, ligada ao paredão da pedreira, normalmente serviria de acesso a uma tirolesa, mas agora era parte do camarim dos artistas. Ao escurecer, aquilo foi tomado pelas luzes, ganhando uma aparência que me fez sentir num filme.
Assim como de dia, durante a noite a Ópera de Arame foi o mais impressionante dos palcos, e me proporcionou uma experiência que eu jamais imaginaria ter ali. O público vibrava naquele lugar, do qual não bastasse um show visual fora da curva, tinha um sistema de som limpo e muito encorpado.
Eu acreditava que no Warung me depararia com pessoas do Brasil inteiro. Mas foi além. Vi e conversei com pessoas de vários cantos do mundo, todos dispostos a absorverem o melhor daquela experiência.
Não importa o quanto eu tente qualificar o festival, seja de forma artística, sonora, visual, ou técnica. Nem de como eu tente fazer você sentir um pouquinho do que eu senti por lá. A experiência foi composta por pessoas, quase 20 mil sendo específico, e isso não se explica, se vive.
Fica a recomendação: se tiver a oportunidade, sinta as vibez do Warung Day Festival.