Thomaz Prado é o produtor e DJ por trás do projeto Maz, e a cada apresentação que realiza vem mostrando para o que veio, se consolidando como uma das novas revelações da cena eletrônica carioca, trazendo produções e sets que transitam do Deep House ao Techno, sempre com uma pegada melódica e grooveada.
Com lançamentos pela Austro Music, Dear Deer, Plano B e Laguna Music, o talentoso produtor carioca coleciona apresentações em clubs e festivais conceituados por todo o Brasil, tais como Green Valley, Lollapalooza, Flowers Festival, Privilège, Sonzeira, Rio Me, entre outros.
Com tracks construídas para as pistas mais exigentes, o Maz é uma das nossas apostas de sucesso, e é por isso que você confere aqui essa entrevista exclusiva!
Sabemos que você é do Rio de Janeiro, mas gostaríamos de saber como isso o influenciou como artista. Quais foram suas experiências com a música durante a sua infância?
Maz: O Rio de Janeiro realmente é uma cidade que inspira, por toda a beleza natural e pela qualidade de vida que ela oferece (apesar de todos os problemas). Mas o que mais me influenciou foram meus pais e meu avô (parte de mãe). Meus pais trabalham com “arte”. Minha mãe com roupas e meu pai com cinema. Cresci nesse meio da criação/produção. E meu avô é um entusiasta da música, ama e conhece muito!
Desde pequeno, sempre me apresentou muita coisa boa, dos mais variados gêneros. Fora todo o resto da minha família que sempre me deu apoio e suporte em minhas empreitadas. Também fiz aula de violão/guitarra desde os 10 anos de idade até uns 17. Me ajuda muito hoje em dia na produção musical.
Quando foi que você descobriu a música eletrônica e quando percebeu que faria dessa sua carreira em tempo integral?
Maz: Foi na infância com os cds que meu avô fazia pra minha mãe. Meu pai de vez em quando também escutava alguma coisa “mais eletrônica”.
A virada de chave foi quando fui pro meu primeiro Universo Paralello, em 2013/14. Tinha acabado de falir com uma Startup e estava totalmente desamparado e sem saber em onde dedicar minhas forças. No segundo dia de festival já tive a certeza que aquilo era minha paixão, e que eu teria que, no mínimo, tentar me aventurar nesse mundo.
Voltei pro Rio e fiz um curso de produção na LOOP, e me apaixonei pela coisa. Aí foi um caminho sem volta! Em 2017, quando me formei na faculdade, a carreira se tornou minha profissão em tempo integral.
Quais foram as suas primeiras paixões e influências?
Maz: Eu comecei ouvindo uns houses (das antigas) que meu avô gravava pra minha mãe pôr no carro. Mas fui me apaixonar mesmo na época em que o EDM estava em alta. Zedd, Hardwell, Afrojack e afins foram meus primeiros contatos de fato com a música eletrônica.
Pouco tempo depois, descobri o Deep House (Hosh, Karmon, Solomun e cia) e larguei totalmente o EDM (risos). Hoje em dia gosto de muita coisa. Techno, House, Tech House, Deep house, Progressive House e afins. Quem mais me inspira nos dias de hoje são: Bonobo, Four Tet, Township Rebellion, CamelPhat, Tinlicker, Dan Rubell, Stan Kolev, OC & Verde, entre muitos outros.
De onde surgiu essa paixão pelo som que você vem produzindo atualmente?
Maz: Eu diria que esse som, “Tech House”, atualmente está em alta no país e no mundo. Quando comecei a produzir ainda não estava, porém, já via ele como o próximo sub-gênero a bombar aqui.
Eu sempre optei por uma carreira que crescesse organicamente. Nunca foi objetivo explodir do dia pra noite. E para isso eu teria q fazer um trabalho sólido, que eu acreditasse, construindo minha linha de som (coisa que está em constante evolução/mudança) e ir cativando meu público aos poucos.
E o mais importante, se identificar com aquilo que você cria. Tem que te representar. Ao mesmo tempo tinham poucas pessoas fazendo isso aqui no Brasil. Vi isso como uma oportunidade e acabei unindo o útil ao agradável!
Suas novas tracks vêm recebendo ótimos feedbacks durante suas apresentações, e o seu som ganhando cada vez mais adeptos. Você diria que chegou a um som que te define?
Maz: No meu atual momento, posso dizer sim que ele me define. Eu curto muito melodias, elas dão vida e emoção. E curto muito a pegada/groove do Tech House, percussões e afins.
Acho que hoje em dia consegui chegar numa equação na produção que consigo unir os dois numa coisa só, e ao mesmo tempo fazer um som “pra pista”. Claro que ainda tenho muito a aprender e evoluir, mas estou bem feliz com o resultado das minhas tracks ultimamente, e também com a aceitação do público nas pistas e fora delas também!
É uma sensação única ver uma pista (independente do tamanho) dançando e curtindo algo que você criou e que é 100% genuíno.
Você tem algum hobby? O que costuma fazer enquanto não está produzindo?
Maz: Fora a música, o surf é minha grande paixão! Poderia chamar de hobby, mas vai além (risos). Quando não estou no estúdio produzindo ou na noite tocando, estou na praia, surfando e jogando altinha. Futebol eu já aposentei, machuca muito!
O que o futuro reserva para você musicalmente? Existem novas áreas desconhecidas da música que você gostaria de explorar? Onde você vê o som do MAZ em cinco anos?
Maz: O futuro aos Deuses pertencem, só eles podem responder (risos)! Mas pretendo continuar minha jornada, conhecendo e bebendo da fonte de novas referências musicais (sem largar as antigas), indo a festivais e sempre tentando estar antenado para os movimentos que esse mercado da música apresenta.
Sobre novas áreas da música, me interesso bastante por trilhas sonoras também, inclusive já fiz para o documentário brasileiro Curumim. Foram 3 faixas originais. Foi bem legal o processo.
Em 5 anos muita coisa acontece! Difícil dizer, mas 2 coisas que eu não abro mão (independente da sub vertente) é melodia e groove.
Você já teve algum outro projeto musical antes do Maz?
Maz: Já tive uma banda de rock com uns amigos na época do colégio, se chamava Dubb.
Teve algum fator/show/música que você sente que mudou a sua carreira?
Maz: O show no Lollapalooza com certeza foi um divisor de águas. No Green Valley também. Não posso deixar de citar o convite para o Rock in Rio desse ano. E minha entrada na minha atual agência, Nova Bookings.
Qual track sua você indicaria para nosso leitor que ainda não conhece o seu som?
Maz: Falar das próprias tracks é difícil, porém, das já lançadas gosto muito da Aurya, Intrar, Eskizo, Groovappeall e meu remix da Gone Too Long, dos Cat Dealers, Bruno Martini e Joy Corporation. Fora essas, tem muita música pra ser lançada esperando resposta de labels.
Curtiu conhecer mais sobre esse talento da música eletrônica brasileira que ainda promete fortes emoções? Então solta o play e vem curtir esse set mega especial de quase 2 horas de muitas vibez que o Maz preparou pra gente!